Desenvolvimento Endógeno e Turismo Comunitário: A Comunidade Cachoeira - Nova Xavantina-MT Como Cenário

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1. RESUMO

O estudo de desenvolvimento endógeno e turismo comunitário abrangem os modos de vida, valores, crenças, costumes, produtos, tanto natural, quanto cultural e atitudes de uma comunidade que transmite o seu conhecimento local. As atividades de uma comunidade se formam via conhecimento adquirido pelo homem tanto no campo, quanto na zona urbana por meio de um processo acumulativo de experiências onde, ao mesmo tempo em que a vivenciam a produzem, modificando-a com o passar do tempo de acordo com seus conhecimentos, normas e entendimento, com a forma de vida e os recursos financeiros de cada pessoa, em que muitas vezes os produtos criados são vistos como uma maneira de, praticar em que o mais importante é a satisfação e integração pessoal junto aos moradores. Para a realização da pesquisa se fez necessária pesquisa bibliográfica com consultas a livros, artigos científicos e periódicos para embasamento teórico. Também foi realizado estudo de campo, por meio de entrevistas, formulários e observação, o que tornou possível a identificação das características do desenvolvimento endógeno e turismo comunitário na Comunidade Cachoeira, sendo constatada a realização de evento cultural e criação de produtos dentro da comunidade. A pesquisa teve como intuito identificar elementos que contribuíssem para o desenvolvimento endógeno e para o turismo comunitário, além das práticas de lazer e dos fatores culturais e naturais na Comunidade Cachoeira, Município de Nova Xavantina-MT. Constatou-se, diante das pesquisas aplicadas, a necessidade de políticas públicas mais enérgicas voltadas para o turismo comunitário no apoio às comunidades rurais.

Palavras-chave: Desenvolvimento Endógeno; Turismo Comunitário e Políticas Públicas.

ABSTRACT

The study of endogenous development and tourism includes the lifestyles, values, beliefs, customs, products, both natural, as cultural attitudes of a community that transmits its local knowledge. The activities of a community form through knowledge acquired by man both in the countryside, as in urban area through a cumulative process of experience where, at the same time live and produce, modifying it over time according with their knowledge, standards and understanding, with the way of live and financial resources of each person that many times the products created are seen as a way to practice in which the most important is the satisfaction and personal integration with the residents. To realize the research was necessary a bibliographic research with consult to the books, scientific papers and journals for theoretical basement. A field study was also realized, through interviews, forms and observation, which made possible the identification of the characteristics of the endogenous development and the community tourism the waterfall community and being found the realization of cultural events and creating of products within the communities. The research aim to identify elements that contribute to the endogenous development and to the community tourism beyond the practices of leisure and cultural and natural factors in the waterfall community in Nova Xavantina - MT. We found that in face of the applied research the need for stronger public politics focused on the community tourism in the supporting of the rural communities.

Key-words: Endogenous development; community tourism and public policy.

2. INTRODUÇÃO

O turismo vem conquistando cada vez mais o seu espaço, por ser uma atividade que movimenta um número maior de pessoas em busca de lazer e descanso ou até mesmo a negócio, e com esse deslocamento aumenta a renda e o capital no mundo. Na atividade turística o que se percebe é a necessidade de uma política voltada para o desenvolvimento do turismo no Brasil com novos cursos de capacitação e normas que contribuam para o fomento da atividade nas áreas urbanas e rurais, conservando os recursos naturais e garantindo um futuro melhor para as comunidades inseridas no desenvolvimento.

É importante que essa política seja específica para o uso dos atrativos existentes dentro de uma localidade, que é um dos principais motivos para fomentar o desenvolvimento das potencialidades e da atividade na região, caracterizando o desenvolvimento local.

Para tanto, o cenário escolhido para este trabalho foi objeto do município de Nova Xavantina-MT, a Comunidade Cachoeira, localizada às margens da BR-158, km 165, na zona rural já que o local dispõe da matéria-prima.

Contudo, observou-se que já é desenvolvida uma atividade na comunidade, trata-se de um evento que é uma homenagem a Santo Antônio, o Padroeiro da Comunidade Cachoeira que já vem sendo realizado há 22 anos, no dia 13 de junho. Vale lembrar que já são fabricados alguns produtos não-agrícolas pelos moradores e são vendidos como forma de complemento da renda familiar.

Dentro desse contexto, a pesquisa objetivou identificar características do desenvolvimento endógeno que fomentem a prática da atividade turística de forma a contribuir para o crescimento sócio-econômico e solidário da Comunidade Cachoeira. Para o alcance do objetivo principal, foram definidos objetivos específicos como diagnosticar o potencial da Comunidade Cachoeira para o desenvolvimento endógeno da atividade turística; levantar as características locais referentes ao turismo comunitário na comunidade e analisar a viabilidade turística na Comunidade Cachoeira.

Sendo assim, ressalta-se as dificuldades advindas pela falta de infraestrutura para o desenvolvimento da atividade turística no local. Deste modo, faz-se necessário um planejamento a longo prazo para que a comunidade se prepare quanto a prevenção dos impactos negativos. Desta forma, esta atividade deve ser planejada, e voltada aos princípios do turismo comunitário.

Na tentativa de atingir os objetivos propostos, optou-se pela pesquisa exploratória, de caráter qualitativo e quantitativo. A partir daí, realizou-se a pesquisa de campo que possibilitou melhor contato com a comunidade na aplicação dos formulários.

Todas as etapas acima citadas só foram possíveis com as pesquisas bibliográficas feitas em livros relacionados ao tema permitindo fundamentar teoricamente cada etapa.

A pesquisa está organizada da seguinte forma: a primeira etapa, sendo abordado o desenvolvimento local e globalização; na segunda, turismo e segmentação; a terceira políticas públicas voltadas para o desenvolvimento local; quarta etapa, turismo no espaço rural; na quinta, economia do turismo; e, por fim, na sexta etapa, impactos do turismo, além de constar ainda os resultados e discussões, e à etapa final do trabalho as considerações finais. Para melhor compreensão, no decorrer da pesquisa foram apontados os pontos-principais desse estudo e a avaliação final obtida mediante a análise realizada, bem como sugestões que podem proporcionar a participação dos moradores com melhorias, e viabilizando o desenvolvimento da Comunidade Cachoeira de modo geral, assim obtendo, maior sucesso no fomento do turismo comunitário e desenvolvimento endógeno.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1.1. Desenvolvimento Local e Globalização

O termo globalização surgiu em torno da década de 1980, certamente vêm complementar conceitos como internacionalização, revolução industrial, mercantilização, capitalismo etc. Vale esclarecer que todos esses conceitos que contribuíram para o desenvolvimento da sociedade na qual surgiu o deslocamento, a necessidade de produzir novos produtos, desde que ele venha gerar lucros, a independência do ser humano, remuneração de trabalho, direito de descanso e lazer, a busca por um espaço para construir família e ser respeitado, acumular bens e investir seu capital. Para Siqueira, (2005, p. 39) “a nova relação com os bens vai se tornar uma chave da produção capitalista. Ou seja, passa-se a produzir um produto desde que ele venha a ser vendido. Se ele não for vendido, o capitalista, que investiu seu capital em sua produção, não recupera nem este, nem seu lucro”.

Quando referimos a todas essas palavras, podemos voltar no tempo, ou seja, na história1 e observar que é uma prática muito antiga, onde o homem já utilizava objetos como material de troca desde o início de sua existência, isso comprova que o ser humano só passou de nômades (ou tribo) para criar raízes e constituir uma família, em um determinado espaço, o qual foi denominado comunidade ou cidade onde o ser humano passa a ter uma vida social.

Da mesma maneira foram formadas as cidades, novas infraestruturas, as vias de acesso, meios de transporte para outros países ou regiões. Mas, para Arendit, (2002, p. 54). “A atividade turística só veio se firmar a partir da metade do século XIX, movida principalmente pelas iniciativas de Thomas Cook, que foi o primeiro a agenciar viagens internacionais, inclusive ao redor do Mundo”.

Evidentemente antes deste período já existia o deslocamento desses grupos de um local para o outro em busca de alimentos, tais como caças, pesca, frutos, sementes, trigo e moradia, assim sugiram as estradas, embarcações, os meios de hospedagem fatos estes que contribuirão para o desenvolvimento local e da atividade turística, embora não era reconhecido. Se os indivíduos usavam objetos como materiais de trocas e se deslocavam em busca de alimentos melhor espaço para suas famílias, construía as armas para tirar seus sustentos, se comunicava com desenhos, período este denominado pré-história, desenhos esses que são denominados como cultural que hoje é utilizado como atrativo cultural, certamente pode-se dizer que ao longo dos tempos o ser humano evoluiu e adquiriu novos conhecimentos, mas já praticavam o turismo. Para Siqueira (2005, p. 115), “o que nos teria tirado da pré-história seria justamente a emergência do turismo e da hospitalidade como mercadorias, inseridos no modo de produção capitalista em suas necessidades de monetarizar o setor de serviços porque viajar e receber são partes constituintes da condução humana”.

Quando se refere à democracia, globalização, revolução industrial, mundialização e desenvolvimento tecnológico, pode-se dizer que são conceitos2 criados para representar alguns objetos (palavras) que contribuíram para o desenvolvimento local e globalizado. Nos quais as pessoas pressupõem uma sociedade livre participativa com igualdade de direitos e deveres ou, no mínimo, sem grandes desigualdades entre os cidadãos. O ser humano certamente acreditava que a globalização estaria ou poderia permitir as mesmas oportunidades para todos.

A primeira impressão, é que o ser humano é pequeno diante desse mundo. Ao mesmo tempo, pode se observar que os bens e produtos de consumo, tais como a moda, internet, rádios, TV, medicina, futebol, são criados a partir das necessidades de cada pessoa, a questão é que, de uma forma ou de outra, a vida certamente está ligada às tecnologias, ou seja, à globalização.

Em resumo, vale ressaltar que todos esses termos citados acima, certamente foram as principais ferramentas para o desenvolvimento da vida social, e crescimento da atividade turística.

O turismo pode ser entendido de várias formas, por estabelecer múltiplas relações com as mais diversas áreas de conhecimento como geografia, história, economia, sociologia e direito, sendo concebido novos critérios em interesses próprios, daí a dificuldade de se definir a atividade turística. O fato é que o turismo não deve mais ser entendido como uma atividade voltada exclusivamente para o lazer e sim considerar sua importância econômica, social e cultural na sociedade. Para Trigo, (1998, p. 9) “O turismo deixou de ser apenas um complexo socioeconômico para se tornar uma das forças transformadoras do mundo pós-industrial.

Juntamente com as novas tecnologias (telecomunicações, engenharia genética etc.). O turismo está ajudando a redesenhar as estruturas mundiais, influenciando a globalização”.

Pode-se, ressaltar que o turismo é criado em torno das necessidades de cada individuo, que busca novos produtos, tanto naturais, quanto culturais, para consumo próprio, em família, ou seja, grupos de amigos. Tais como roupas, calçados, (bens e consumo) e diferentes tipos de alimentos e utensílios, a partir daí surge às viagens a negócio ou trabalho, por esta razão as viagens de lazer para suprir as necessidades de descanso, que pode ser em grupos ou individual, com isso se cria novas necessidades e possibilidades aumentando a produtividade em todo mundo.

Afinal, “a atividade turística está crescendo em termos globais, pois hoje o turismo não é mais exclusividade de poucos, grande parte das pessoas já tem possibilidades de realizar turismo e usufruir dos seus serviços” (RUSCHMANN, 2001, p. 13).

A globalização3 é um importante fator nesse desenvolvimento, e, cada vez mais, contribui com novos avanços tecnológicos que vêm beneficiar a população possibilitando novos conhecimentos, tanto na geração de renda quanto nas melhorias das condições de vida. Portanto, vale ressaltar que o turismo constitui uma atividade econômica e social importante na geração de renda e trabalho em todo o mundo, sendo observados impactos positivos, principalmente, nas regiões de destinos turísticos. Na realidade, a cidadania se exerce em diversos níveis, mas é no plano local que a participação pode se expressar de forma mais concreta.

Vale ressaltar, que há espaços turísticos, onde há um grande fluxo de turistas, praticando turismo industrial e globalizado que ocupa uma gigantesca área, desloca a população ribeirinha para o interior, e obtém lucros a partir da paisagem natural da região, na mesma proporção em que dela priva as comunidades locais e os habitantes.

Promover o desenvolvimento local pode acarretar novas estruturas e alternativas para as pessoas, mas não significa desprezar os processos mais amplos, significa utilizar as diversas dimensões territoriais seguindo os interesses da comunidade. “Os espaços geográficos naturais e os espaços ocupados pelo ser humano podem contar muito sobre as sociedades nelas estabelecidas” (TRIGO, 2002, p. 21). Outros municípios desenvolvem o turismo sustentável e aproveitam à tendência crescente da busca de lugares mais tranqüilos, com lugar simples, mas em ambiente agradável, contribuindo e não desarticulando as atividades preexistentes como a pesca, que inclusive se torna um atrativo.

Quando se trata de turismo, é importante ressaltar o turismo comunitário, que é formado a partir da busca por novas culturas, ou seja, uma troca de novos conhecimentos que são divididos de forma participativa e seus modos de vida se encontram o conceito de território que pode ser definido como um espaço criado para se constituir família e usufruir da natureza no qual uma sociedade determina, reivindica e garante aos membros a possibilidade e direitos estáveis de acesso e uso sobre as paisagens, a fauna e flora, ou parte que deseja utilizar.

Tanto o turismo comunitário como o turismo sustentável, participa do processo de globalização, mas nem sempre na primeira opção há um enriquecimento das comunidades, ou participação que continuam a conduzir seu desenvolvimento. Vale ressaltar ainda, a importância de inserir os moradores no planejamento de participação e decisão sobre o plano de desenvolvimento da atividade no lugar em que reside.

Sendo que, o planejamento4 deve ser integrado, promovendo tanto o bem-estar dos visitantes, quanto da comunidade receptora. E como resultado dessas ações haverá impactos positivos aos moradores que se configurarão como incremento na renda familiar, desenvolvendo, dessa maneira, o turismo com foco na sustentabilidade, que é o processo que permite o desenvolvimento da atividade turística sem degradar ou esgotar os recursos naturais, sociais e culturais.

Certamente dentro desse contexto pode-se dizer que o setor do turismo é aquele que mais tem crescido economicamente no mundo, sendo assim faz se necessário o desenvolvimento endógeno como uma ferramenta de organização das atividades turísticas para que venham garantir o processo de produção da comunidade.

Afirma Beni (2006, p. 36), que: “o desenvolvimento endógeno consiste em um enfoque territorial do desenvolvimento do sistema produtivo. O território é um agente de transformação, pois existe interação entre as empresas e os demais atores, que se organizam para desenvolver a economia”.

Além disso, é importante esclarecer que o desenvolvimento endógeno faz parte da vida social, econômica e cultural da comunidade, é de fundamental importância para melhoria da qualidade de vida das pessoas e que gere um desenvolvimento turístico que garanta uma atividade que traga impactos positivos tanto para a comunidade, como para os visitantes.

Segundo a discussão de Beni (2006, p. 36), o desenvolvimento endógeno é aquele que: “visa atender às necessidades e demanda da população local por meio da participação ativa da comunidade envolvida. Mais do que obter ganhos em relação à posição do sistema produtivo local na divisão nacional ou internacional do trabalho”.

Trata-se de um mecanismo ou abordagem5 para o desenvolvimento local identificar quais os tipos de produtos e bens, tanto atrativos culturais ou naturais, que possam gerar renda para uma comunidade ou região. O desenvolvimento endógeno visa à descoberta de novos produtos e busca novas interações e participação dentro de uma comunidade.

Evidentemente que, um grupo de pessoas não dependem somente de espaço, para formar uma comunidade, uma comunidade é formada por pessoas em um determinado espaço mais, necessita da troca de conhecimento da participação mútua e coletividade, apoio do poder público e empresas privadas, planejamento, ou seja, a partir desse conceito pode-se pensar em formar uma comunidade em um determinado espaço ou território.

Este conceito transforma o território no qual a atividade é desenvolvida em um grande agente de transformação, onde se trabalha evidenciando as potencialidades locais, promovendo o desenvolvimento endógeno, sócio-cultural e buscando uma melhor qualidade de vida para a comunidade que ali vive.

É fato notável que o turismo é uma atividade econômica que mobiliza grandes fluxos em todo o mundo e, que por sua vez, gera índices de trocas comerciais e negócios entre as regiões de emissão e recepção de turistas. Tão relevante quanto o aspecto econômico da atividade turística, é a dimensão social e cultural que o abriga.

Portanto, dependem essencialmente da iniciativa local (poder público e privado) a qualidade da água, da saúde, do transporte coletivo, bem como a riqueza ou pobreza da vida cultural para ser desenvolvido.

De acordo com Trigo e Panosso Netto (2003, p. 97), “o turismo no Brasil exige uma discussão ampla sobre o modelo de desenvolvimento que está por traz da economia e da sociedade. Essa discussão envolve outras questões como cidadania, [...] sustentabilidade e a necessidade de uma inclusão maciça de pessoas”. Portanto, um turismo responsável seria por meio de ações de desenvolvimento local endógeno e fomento a práticas de economia solidária na cadeia produtiva do turismo comunitário.

Nesta perspectiva, estruturaram-se as práticas de turismo de base comunitária, também conhecidas como turismo comunitário, solidário, de conservação, entre outras denominações. Este tipo de organização e oferta do produto turístico possui elementos comuns como à busca da construção de um modelo alternativo de desenvolvimento turístico baseado na autogestão, no associativismo e cooperativismo, na valorização de bens e da cultura local e, principalmente, na participação das comunidades locais, visando à apropriação, por parte destas, dos benefícios e melhorias do desenvolvimento setorial que compartilha novas mudanças de maneira a ser planejada para complementar a renda e o crescimento do setor produtivo e melhor qualidade de vida.

Assim sendo, surge um novo caminho para a comunidade local produzindo novos produtos de modo que venha garantir a promoção local envolvendo a comunidade diretamente permitindo que tenha obrigações e iniciativas para participar das atividades ligadas à cadeia produtiva do turismo e desenvolvimento regional.

O turismo compreende um conjunto de atividades desenvolvidas por vários gêneros de estabelecimentos dos setores primário, secundário e terciário, interligados em uma cadeia produtiva complexa e extremamente interdependente que exige a adoção de métodos específicos de planejamento adaptados à realidade de cada localidade.

Diante de tal realidade, o planejamento estratégico assume grande importância na condução da atividade turística, principalmente, por proporcionar maior flexibilidade e antecipação de respostas às mudanças ambientais e sociais. Além de ser uma ferramenta que afirma as aspirações e sonhos dos envolvidos, exige a concepção do que deve ser feito para que tais aspirações se transformem em resultados abrindo novas possibilidades e desenvolvimento econômico, para suprir as necessidades das comunidades e o desenvolvimento turístico rural é um desses fatores que estão ligados à realidade de muitas comunidades que se desenvolveram devido a essa segmentação. A partir dessa articulação que integra a instabilidade econômica de muitas comunidades, cada vez o turismo rural surge como uma atividade que se expande a cada dia.

Evidentemente, “com o turismo rural, a proteção da originalidade desses meios dependerão do tipo de desenvolvimento proposto para a área, que só será sustentável se for voltada para a valorização do homem do campo”. (RUSCHMANN, 2001, p. 71). O turismo rural visa alternativas de desenvolvimento em áreas rurais, contribuindo então, para criação de ambientes simples e inovados, articulando e criando novos produtos, para contribuir na reorganização do espaço no desenvolvimento comunitário e territorial reproduzindo iniciativas para um desenvolvimento local.

Cabe destacar que a comunidade e sociedade esperam uma política participativa voltada para o desenvolvimento comunitário, que se deve ao fato da urbanização, um dos motivos que chamam a atenção das comunidades rurais, que buscam soluções nas grandes cidades ou zona urbana. A urbanização muda profundamente a forma de organização da sociedade em torno de suas necessidades.

Ao desenvolver o turismo em uma localidade ele passa a produzir impactos positivos, mas também pode causar impactos negativos, as pessoas podem mudar do seu lugar de origem, mais isso não significa dizer que, ao adotar políticas públicas, ele passa a ocasionar trabalho e ocupação para todos, tanto quanto atuar na cidade ou no campo, de forma que possa promover a sua realização, que significa implementar atividades de revalorização do lugar e das comunidades locais.

As atividades planejadas voltam-se para o desenvolvimento social e cultural do grupo e as atividades econômicas passam a contribuir para que isso aconteça. O turismo pode ser uma forma viável de conciliar o crescimento do trabalho e do bem-estar-social. Deve ser essencialmente um processo de valorização das pessoas incluídas nesse processo de desenvolvimento das atividades turísticas.

Portanto, “A crescente relevância econômica atribuída a atividades associadas ao turismo rural e cultural está também representada nas políticas e estratégias de desenvolvimento local, sobretudo para as áreas rurais mais ameaçadas por processos de marginalização econômica” (FONSECA, 2003, p. 48).

Na realidade, o próprio entorno rural passa, cada vez mais, a se articular com a área urbana, tanto através do movimento de chácaras e lazer rural da população urbana, como através das atividades rurais que se complementam com a cidade, como é o caso do abastecimento alimentar das famílias rurais que complementam a renda com trabalho urbano, ou da necessidade de serviços descentralizados de educação e saúde. Gera-se, assim, um espaço articulado de complemento, entre o campo e a cidade, onde antes havia a divisão nítida entre o rural e o urbano.

No território assim constituído, as pessoas passam a se identificar como comunidade, a administrar conjuntamente problemas que são comuns, aprende a colaborar entre si para se tornar suficientemente importante para ser classificado como um capital, uma riqueza de cada comunidade, sob forma de capital social.

Em outros termos, se antigamente, o enriquecimento e a qualidade de vida dependiam diretamente, por exemplo, de uma propriedade rural, do esforço da família, na cidade, a qualidade de vida e o desenvolvimento vão depender, cada vez mais, da capacidade inteligente de organização das complementaridades do planejamento no interesse comum.

É neste plano que desponta a riqueza da iniciativa local, como cada localidade é diferenciada, segundo o seu grau de desenvolvimento, a região onde se situa a cultura herdada, as atividades predominantes na região, à disponibilidade de determinados recursos naturais, culturais, históricos, as soluções terão de ser diferentes para cada comunidade ou localidade para atender seus anseios. E só as pessoas que vivem na localidade, que a conhecem efetivamente, é que sabem realmente quais são as necessidades, os principais recursos utilizados e assim por diante. Se elas não tomarem iniciativas, dificilmente alguém o fará para elas.

3.1.2. Turismo e Segmentação

O turismo é uma atividade que se destaca por estar se expandindo e afirmando como um implemento econômico que, ao mesmo tempo contribui para as localidades onde se desenvolve o turismo de base comunitária, para tanto, tem-se notado que é imprescindível conduzir o turismo não só como um fator econômico, mas, principalmente, como oportunidade de interação entre pessoas, valorizando, portanto, os diferentes segmentos de mercado.

“O turismo é um conjunto de atividades sociais, culturais, políticas, econômicas e naturais que envolvem pessoas se deslocando pelos mais diversos lugares em busca de outros destinos desconhecidos ou não com uma permanência temporária” (BELTRÃO, 2001, p. 17).

Percebe-se que o turismo é uma atividade econômica por gerar milhares de empregos diretos e indiretos, além da necessidade de deslocamento para ser praticado, ou seja, são pessoas que se deslocam à procura de locais e produtos a serem consumidos por diversas motivações em busca de satisfação, e essas necessidades são completadas pelas diferentes formas de turismo e seus diversos segmentos.

Portanto, os diversos segmentos turísticos têm grande importância na economia de um país ou região, ela se torna uma poderosa ferramenta modificadora da estrutura social da comunidade receptora, é entendida como uma forma de organizar o turismo para fins de planejamento, gestão e mercado. Os segmentos turísticos podem ser estabelecidos a partir dos elementos da oferta e demanda e também das características e variáveis, pois a comunidade tem que estar apta a receber esses turistas.

Há, contudo, diversas maneiras de estudar e planejar o mercado turístico, sendo assim, a segmentação possibilita o conhecimento dos principais destinos turísticos e tipos de transporte, faixa etária, nível econômico e renda, incluindo a elasticidade do preço da oferta e da demanda, e da sua situação social, como escolaridade, ocupação, estado civil e estilo de vida. O motivo da viagem, entretanto, é o principal meio disponível para se segmentar o mercado.

A atividade turística vem se destacando como um dos maiores segmentos, haja vista que é necessário traçar estratégias de desenvolvimento para esses espaços rurais. Esta atividade pode proporcionar uma possibilidade real de desenvolvimento local e regional, sobretudo para pequenos municípios que estão de certa forma, excluídos dos principais pólos turísticos. Trata-se de localidades que tem potencialidades, mas não existe infraestrutura e planejamento para tornar-se um pólo receptivo de turismo, devido à falta de planejamento integrado entre poder público, empreendedores e comunidade.

Com isso, a comunidade receptora pode se preparar adequadamente para receber os diferentes públicos, atendendo as necessidades específicas de cada grupo de turistas.

Contudo, “[...] as dificuldades para o turismo ainda persistem, pois ele é composto, também de bens e serviços de outras atividades (agricultura, bebidas, artesanatos, móveis, construção civil e outros) que são computados nos seus devidos setores e ramos” (LEMOS 2001, p. 27).

Nota-se que o turismo é uma atividade de bens e serviços que beneficia diferentes setores por desenvolver atividades sociais, culturais, econômicas e participativas se tornando uma fonte de renda para as comunidades e com o aumento de renda nos pequenos e grandes empreendimentos turísticos que acarreta o aumento da concorrência no mercado, onde é preciso também a criação de políticas de preços e profissionais especializados para beneficiar esse desenvolvimento comunitário.

Da mesma maneira que, “o planejamento da atividade turística se mostra, portanto, como um poderoso instrumento de fomento ao desenvolvimento socioeconômico de uma comunidade” (IGNARRA, 1998, p. 62). Sendo assim, é preciso planejar o turismo nas comunidades a partir da busca por novos paradigmas do planejamento que permitam novas abordagens e concepções de desenvolvimento, em que o meio comunitário seja considerado como um todo nos aspectos econômicos, sociais, culturais e ecológicos.

Ao mesmo tempo em que, a segmentação pode ser definida pela identificação de certos grupos de consumidores caracterizados a partir de seus desejos em relação a alguns fatores que determinam suas decisões, preferências e motivações, ou seja, a partir das características e das variáveis da demanda que são geralmente escolhidos a partir de roteiros turísticos que mostra os locais onde pode ser escolhido de acordo com desejo de cada visitante, basicamente, uma das principais bases na decisão do destino, de modo a caracterizar segmentos ou tipos de turismo específicos.

Assim, as características dos segmentos da oferta é que determinam a imagem do roteiro, ou seja, sua identidade embasa a estruturação de produtos, sempre em função da identidade, no entanto, não significa que o produto só pode apresentar e oferecer atividades relacionadas a apenas um segmento de oferta ou de demanda, ele pode, em um local, oferecer mais de um segmento. Portanto, a segmentação como estratégia organiza, primeiramente, os segmentos da oferta, sabendo-se que a segmentação turística surge em decorrência da busca por novas experiências, aliada às inovações tecnológicas e à criatividade das operadoras de mercado.

3.1.3. Políticas Públicas Voltadas para o Turismo Comunitário

Políticas são leis e estratégias criadas para beneficiar uma população, onde são feitos planejamentos de novos projetos em prol da melhoria que venha beneficiar economicamente uma sociedade criando novas infraestruturas vias de acesso pavimentado contribuindo na geração de empregos, e melhoria na vida social.

Certamente, acredita-se que as políticas públicas são voltadas para finalidades que favoreçam ações ao desenvolvimento das localidades, visando estruturas como, rodoviárias, crescimento no setor de trabalho, transporte, hospedagem, alimentos e bebidas, ou seja, que as políticas possam favorecer comunidades ao passo que estas façam parte e estejam inseridas no processo de tomadas de decisões.

“Uma política pública de turismo é compreendida como um conjunto de finalidades, diretrizes e estratégias estabelecidas ou ações deliberadas no âmbito do poder público, com objetivo geral de alcançar ou de dar continuidade ao desenvolvimento da atividade turística local” (CRUZ, 2002, p. 40).

Contudo, as políticas públicas são voltadas para mudar as relações sociais além de solucionar problemas, investir em novos projetos e planos que beneficiem a população para realizar e analisar novas propostas de forma mais simples para atender as necessidades de um município ou região.

Assim, surge o turismo participativo com o apoio do poder público, as contribuições das comunidades geram novos empregos locais, distribuição de renda, equilíbrio social e transferência de novos conhecimentos, contribuindo para o desenvolvimento da atividade turística e, finalmente, a parceria entre comunidade e poder público (empresas particulares) podem se tornar a transferência de benefícios econômicos para o desenvolvimento do turismo comunitário. E sempre que este processo de integração e fabricação for controlado por agentes internos e determinado pelos seus interesses, o desenvolvimento decorrente do mesmo é, em todos os sentidos, endógeno.

Para Dencker (2004, p. 27): “compete ao Estado elaborar políticas para que o desenvolvimento do turismo ocorra de forma adequada, promovendo o respeito mútuo entre residentes e turistas, a fim de que este permita a participação da comunidade local em suas decisões, por meio de programas de inclusão”.

É importante ressaltar que, quase sempre, surge um ambiente político e social favorável expresso por uma mobilização e, principalmente, convergências importantes dos atores sociais do município ou comunidade local em torno de determinadas prioridades e orientações básicas de desenvolvimento público, ou um plano estratégico que crie uma estrutura de gestão que viabilize a participação de segmentos empresariais e sociais permitindo atingir compromissos permanentes entre a iniciativa privada e o setor público.

É fundamental para o desenvolvimento endógeno e turismo comunitário um planejamento a partir dos interesses coletivos da comunidade local.

Evidentemente, “o Estado, como principal incentivador de políticas de turismo, faz das empresas as beneficiárias dos investimentos públicos. [...] A sociedade civil desenvolveu formas de também se beneficiar economicamente dos recursos e instituições públicas, [...]” (CORIOLANO, 2009, p. 78).

Vale esclarecer que as políticas e o conhecimento são bens públicos, e desenvolvimento local é uma grande estratégia para melhoria de condições de vida, de geração de emprego, e mesmo de crescimento econômico, desde que seja visto de maneira integral, e que as necessidades sociais não sejam colocadas em segundo plano. É uma medida humana de desenvolvimento, afinal, não se mede organização e desenvolvimento de um território apenas a partir da capacidade empresarial. Reforçar as potencialidades e identidades locais, e criar interdependência entre os agentes, se fazem necessário para o sucesso do desenvolvimento local.

Além disso, “O governo municipal tem a capacidade de atrair investimentos e promover com eficiência seu município. [...], através de incentivos e programas regionais, [...], embora a solidificação da atividade só seja decidida pela comunidade local, [...]” (DIAS, 2003, p. 27).

Nesse sentido, o Poder Público é considerado o principal agente na criação de políticas públicas que visa administrar e facilitar o desenvolvimento do turismo, os interesses locais conduzindo formas para se beneficiar economicamente dos recursos e instituições públicas, isso significa sobrevivência, integração e participação familiar produzindo mais ganhos e se tornando reprodutores participativos das atividades locais.

Por fim, vale esclarecer que, “o processo do planejamento constitui uma alternativa e uma necessidade encaminhada para controlar a trajetória dos sistemas socioculturais. [...], o planejamento converte-se numa ferramenta de alienação quanto às possibilidades evolutivas dos grupos humanos” (MOLINA; RODRÍGUEZ, 2001, p. 87). O processo de planejamento do turismo em uma comunidade pode ser feito de várias formas, uma delas pode ser a participação, mas para que este planejamento venha a se tornar realidade no município, a comunidade local deve participar do processo de elaboração do mesmo e descobrir a si mesmo viabilizando a construção da cidadania e a melhoria da qualidade de vida desta população, a partir de uma concepção mais social e humana sobre o turismo.

A atividade turística precisa ser vista não só como possibilidade de geração de divisas, mas também como elemento formador de uma sociedade mais digna e consciente dos seus processos, direitos e deveres comunitários e sociais, nos quais serão evidenciados com seus costumes típicos e estilo de vida.

Que é traduzido por, Coriolano (1998, p. 111): como principal elemento na formação da atividade turística comunitária é “uma população com seu modo próprio de ser e de sentir, com suas tradições religiosas, artísticas, com seu passado histórico, com seus costumes típicos, com seu “estilo” de vida familiar e social, com suas atividades produtivas, [...] isto junto é que forma a comunidade”. Ao mesmo tempo, em que a comunidade envolvida precisa ser devidamente pesquisada e ouvida para que o turismo nesse meio atenda as necessidades e respeite as amenidades características do lugar em que estão inseridos. É necessário promover experiências interessantes ao turista, pois é ele que mantém economicamente essa atividade. Assim, esse grupo necessariamente precisa estar envolvido no processo de planejamento da atividade turística.

Além disso, “A sociedade pós-moderna exige, entre outras coisas, qualidade nos produtos que consome. E, de infraestrutura para o desenvolvimento dessas atividades no meio para saber o que representa a qualidade para o consumidor atual, é preciso saber algumas características desta sociedade” (BARRETTO, 2003, p. 107).

São diversos os fatores que podem ser apontados como responsáveis pela não participação das comunidades, e um dos principais é a falta de apoio do poder público, o baixo grau de conhecimento para inserir atividades turísticas como um meio de renda e ganhos de conhecimento para comercializar seus produtos.

Por isso, os órgãos municipais de turismo e as empresas que compõem o trade turístico local constituem uma das ferramentas indispensáveis do processo de desenvolvimento turístico, buscando conhecer melhor um público que já está determinado pelos fatores de atratividades.

É ali, junto ao município, que o consumidor entra em contato com o produto turístico e realiza o ato de consumo e isso ocorre juntamente com as comunidades e as entidades interessadas e se essas forem bem preparadas e conscientizadas o turismo passa a gerar impactos positivos econômicos, sociais, culturais e ambientais. São elas que devem dinamizar a comunidade e as entidades municipais de turismo, pois, estão em contato permanente podendo promovê-la, oferecendo assistência, segurança e conforto no processo de encontro entre turistas e comunidade.

3.1.4. Turismo no Espaço Rural

O turismo no espaço rural6 surgiu na década de 1980 no Estado de Santa Catarina (SC), e vem ganhando adeptos em grande parte do território brasileiro, por ser uma atividade praticada em áreas rurais onde às pessoas buscam tranqüilidade e momentos de lazer junto a sua família e ainda desfrutam de atrativos naturais.

Certamente, “podemos conceituar turismo no espaço rural, ou simplesmente turismo rural, como todas as atividades turísticas endógenas desenvolvidas no meio ambiente natural e humano” (ZIMMERMANN, 2000, p. 129).

Portanto, pode-se definir que o desenvolvimento endógeno é o processo de ampliação do bem-estar de uma comunidade ou uma população ou território que se estrutura e se sustenta na melhoria do padrão de utilização dos recursos disponíveis encontrados dentro da comunidade rural. Certamente, os recursos mobilizados são de propriedade de habitantes da região ou propriedade coletiva da comunidade regional, então o desenvolvimento é endógeno.

Neste sentido, Buarque (2008, p. 26) afirma que, “[...] o desenvolvimento local não pode ser confundido com o movimento econômico gerado por grandes investimentos de capital externo, que não se internalizam e não se irradiam na economia local, com seus desdobramentos na capacidade de investimento endógeno”.

Ao mesmo tempo, podemos conceituar as atividades turísticas endógenas no espaço rural, como aquelas desenvolvidas por moradores da própria localidade ou região que gera dividendos para a comunidade local. E dessa forma, se torna um complemento à renda familiar, desenvolvendo-se em diversas localidades e aumentando o leque de seguidores do turismo rural oferecendo opções de lazer para variados tipos de turistas tornando-se também um grande gerador de recursos financeiros.

Dentre as diversas definições de turismo, nessa pesquisa será adotada a de turismo rural, pois a comunidade está localizada no espaço rural. Assim, fica explícita que a zona rural não é caracterizada apenas com produtos primários como agricultura e pecuária, esta engloba produtos industrializados e seus derivados. Os quais são fabricados com leite, como queijos, requeijões e doces, são vários outros produtos tais, como a mandioca que produz a farinha, polvilho, tapioca, biju e pirão, e frutos como maracujá, cajú, acerola, pitanga, mamão, manga, abacaxi, e outros. Sendo produtos não agrícolas e in natura produzidos em ambientes naturais. Certamente são estes produtos que contribuem para o desenvolvimento e sustento das comunidades que compõe o espaço rural.

E atualmente, as pessoas buscam cada vez mais qualidade de vida, devido à correria do dia a dia e o estresse no trabalho, querem aproveitar os finais de semana para terem momentos de lazer e assim poder dizer que desfruta de um considerável nível de qualidade de vida, o qual é composto por paisagens naturais e uma grande diversidade cultural.

Portanto, essas atividades são procuradas por ter um diferencial nos produtos sem agrotóxicos e por serem feitos artesanalmente. Essas pessoas buscam atividades diferentes do seu cotidiano. Por serem, atividades que permitam um melhor aproveitamento do ambiente no espaço rural, podendo ser mais uma fonte de renda para a comunidade, possibilitando inclusive, a agregação de valores aos produtos ali produzidos.

Pode-se perceber que o turismo gera alternativas para o desenvolvimento econômico de comunidades, mas faz-se necessário que esta seja incluída no processo de planejamento participativo.

Para tanto, se “bem planejado, o turismo no meio rural pode aparecer como uma forte alternativa econômica. O que normalmente acontece é que as pessoas introduzem a atividade turística sem deixar a produção, buscando apenas uma nova alternativa para ganhar dinheiro” (TROPIA, 2000, p. 18).

Certamente a prática do planejamento é fundamental quando se tem pretensão de implantar o turismo no espaço rural. Haja vista que se for realizado o planejamento corretamente os resultados serão positivos sobre a comunidade envolvida, portanto é necessário que exista uma maior participação nas decisões sobre atividades que serão envolvidas no contexto meio rural.

Vale ressaltar que, cada dia, surgem novos produtores, que são denominados empresários do setor rural, que podem ser considerados nos dias de hoje como estrategistas. Entretanto, faz-se necessário uma política voltada para esses produtores que buscam melhor qualidade aos seus produtos não-agrícolas, in natura, históricos e culturais para atender as necessidades dos consumidores. Os problemas mais visíveis é a falta de infraestrutura para atender os visitantes e dar segurança para esses produtores do espaço rural.

Para que o turismo seja conceituado no espaço rural e visto com bons olhos, é necessário que haja um planejamento voltado para cada localidade turística com desenvolvimento endógeno para a valorização da cultura e das áreas naturais visando mais trabalho e produção na região e perspectiva econômica na comunidade.

Para tanto, o turismo rural7 quando planejado com o apoio e participação da comunidade local e de profissionais capacitados, pode gerar renda e benefícios mútuos, tanto para os proprietários onde será desenvolvida atividade como para o meio ambiente, pois, um local que dispõe de beleza natural e cultural, ele pode ser trabalhado de maneira que venha contribuir para o desenvolvimento comunitário, para que não venha degradar o meio ambiente, visando causar o mínimo possível de impactos como, por exemplo, orientando os turistas através de placas informativas, e fazer um estudo de capacidade de carga para que não venha acarretar problemas ou acidentes futuros tanto no meio ambiente quanto para os visitantes, recebendo uma quantidade de turistas que não ultrapasse o limite de capacidade de carga. Haja vista que a segurança do turista é de fundamental importância para dar continuidade a modalidade turística e buscar alternativas no que diz respeito à segurança dos turistas e da comunidade local.

3.1.5. Economia do Turismo

O turismo é atualmente uma das atividades que mais gera renda no mundo. Portanto, acaba trazendo impactos positivos para as comunidades locais, proporcionando um aumento na renda familiar, contribuindo para o desenvolvimento econômico.

O mercado turístico tem trabalhado com novas oportunidades de renda, uma delas está inserida no meio comunitário que, por sua vez, acaba se tornando um refúgio das agitações dos centros urbanos. A busca pela tranqüilidade das paisagens naturais faz parte da nova realização pessoal da humanidade. Assim, o turismo se apresenta como uma possibilidade de resgate às origens. Um reencontro com o ambiente natural que traz certa tranqüilidade àqueles que buscam áreas ainda não urbanizadas como matas, córregos, cachoeiras, e ainda atividades ligadas a estes espaços.

“O turismo é uma atividade que tem uma relação dialética com a sociedade. Do ponto de vista financeiro e dependendo da estrutura social do país em questão, o turismo pode ser uma atividade econômica geradora de riqueza” (BARRETTO, 2003, p. 71).

Vale esclarecer que a atividade turística desenvolvida de maneira participativa pode trazer muitos benefícios, na economia e gerar riqueza para a comunidade receptora, mas conseguir implementar o turismo de base comunitária tem sido um grande desafio para os gestores da área, uma vez que se vêem modelos de desenvolvimento turístico que descaracterizam a cultura local e promovem a exclusão social e econômica das comunidades residentes.

O turismo de base comunitária depende de infraestrutura para atender os anseio dos moradores e visitantes pequenos e médios produtores dentro de uma comunidade que buscam novas atividades para geração de renda interna em suas comunidades. Assim, o turismo comunitário surge como uma possibilidade econômica de crescimento dentro de uma comunidade.

“O que se quer dizer é que sem fronteiras não há turismo. É a afirmação da diferença que move a indústria. E tal caminhada é física. Extenuante. Inebriante. Portanto, há que se pensar o turismo também como fenômeno geográfico. [...], ou ainda o virtual. Mas geografia sempre” (WAINBERG, 2003, p. 39).

O turismo que move fronteiras abrindo novos caminhos para o desenvolvimento comunitário e novos fenômenos geográficos em áreas naturais que abre as portas para o turismo virtual onde pessoas podem visitar qualquer lugar do mundo em tempo real sem sair de casa. Nesse sentido, as atividades econômicas relacionadas ao turismo incorporam no espaço geográfico, pelo seu valor paisagístico e cultural, para transformá-lo em um espaço de consumo, e ser transformado em produtos para satisfazer as necessidades dos consumidores. De fato, a paisagem é o contato do turista e é importante que ela produza uma sensação favorável, atraente e harmoniosa.

“[...], inúmeras unidades pequenas que prestam uma variedade de diferentes serviços que podem ser utilizados pelos turistas como: bares, restaurantes, lavanderias, [...], lojas de artesanato etc. Essas empresas exigem níveis de investimento menores e geram uma oferta de empregos” (LAGE; MILONE, 2001, p. 130).

O Turismo atende as necessidades com diferentes tipos de produtos para satisfazer a procura, e gerar novos serviços e atender o mercado, mas também é um grande investimento para as localidades onde forem desenvolvidas as atividades, geram trabalhos contribuindo, economicamente, com o mercado e a população.

Pode-se dizer que todo produto turístico tem sua imagem registrada tornando cada vez mais disputada entre os consumidores, estes produtos criam necessidades contribuindo para o desenvolvimento local, regional e econômico.

“[...] O turismo, caracterizado por um tipo de serviço à disposição dos homens da sociedade industrial moderna, passou a integrar a vida de todas as nações e a contribuir de maneira significante para o desenvolvimento das atividades econômicas do século XXI” (LAGE; MILONE, 2001, p. 40).

No Brasil, ainda falta infraestrutura, como falta de sinalização e má conservação das estradas, problemas de limpeza, acúmulo de lixo, esses problemas devem ser minimizados visando o desenvolvimento do turismo e das comunidades locais. Portanto, essa iniciativa deve partir, principalmente, do poder público visando à valorização do potencial e do lugar, mas faz-se necessário a valorização dos potenciais turísticos.

3.1.6. Impactos do Turismo

A atividade turística ao desenvolver-se em uma comunidade pode gerar tanto impactos positivos quanto negativos. Entre os aspectos positivos do turismo que contribuem para a divulgação do local, estimulando o deslocamento de pessoas para visitá-lo e também incentivar a criação de decretos e leis visando à elaboração e execução de programas no intuito de desenvolver a atividade turística e, ao mesmo tempo, garantir a utilização e conservação local.

Contudo, o turismo contribui para a transformação da área e conservação do patrimônio cultural e ambiental. Portanto, estratégias e ações de planejamento têm que ser definidas para o turismo sustentavelmente ambientalista todos os segmentos ou tipos de turismo, como forma de promover a participação pela atividade comunitária, nesse processo de organização, o turismo comunitário e participativo vem sendo tratado sob uma nova visão, como uma forma de se conduzir e praticar a atividade turística, visando promover a participação e igualdade, sem discriminação, de maneira solidária, em condições de respeito e princípios da sustentabilidade ambiental.

Como afirma Buarque, (2008, p. 58) “o conceito desenvolvimento sustentável resulta do amadurecimento das consciências e do conhecimento dos problemas sociais e ambientais.”.

No entanto, o turismo também traz danos no ambiente onde é desenvolvido, haja vista que a presença do visitante no destino pode acarretar o aumento do lixo, da poluição da água e do solo, entre outros. A atividade ainda pode causar alterações da flora e fauna local, causando assim o comprometimento pela necessidade de construir novas infraestruturas.

Vale ressaltar, ainda, que a atividade turística quando é desenvolvida sem controle e planejamento, passa a modificar o local, causando degradação e danos as suas características naturais ainda existentes.

É notável, que a melhor maneira de conservar um atrativo não é com a desativação da atividade turística desenvolvida no local, mas com a tomada de decisões que possibilitam com que os impactos positivos superem os negativos. Segundo Dias (2003, p. 21), “o impacto do turismo sobre o meio ambiente é inevitável. O que se pretende é mantê-lo dentro de limites aceitáveis para que não provoque modificações ambientais e não prejudique o prazer do visitante ao usufruir o lugar”.

Percebe-se que os impactos mais visíveis nas comunidades e os primeiros a serem notados são os que dizem respeito aos impactos econômicos, sociais, culturais e ambientais. Estes podem ser positivos ou negativos. Assim, o que se espera de um planejamento turístico é que ele tenha uma visão equilibrada para o desenvolvimento da atividade turística, maximizando os impactos positivos e minimizando os negativos.

Para tanto, o turismo desenvolvido em toda e qualquer região deve ser sustentável, de maneira que os visitantes desfrutem do local e, ao mesmo tempo, se preocupem com a conservação do mesmo.

Oliveira (2001, p. 35) relata ainda que: “o turismo é capaz de produzir [...] impacto na economia local. É um meio de redistribuir a renda, captar divisas, gerar novos empregos, aumentar a arrecadação fiscal, promover o desenvolvimento regional e motivar novos investimentos com benefícios sociais”.

Portanto, o crescimento endógeno visa corresponder à expectativa e à endogeneização do progresso técnico e econômico de uma sociedade, entendido como o aumento da eficiência na utilização dos fatores convencionais de produção econômica, assentando sua base conceitual na consideração do aumento do estoque de novos produtos e conhecimentos como sendo o verdadeiro motor do crescimento econômico e per capita, prioritariamente à acumulação de bens e capital físico ou humano de uma sociedade para o desenvolvimento do turismo comunitário. Este deve ser participativo a partir de nova teoria local e organizacional.

A estreita relação entre turismo, comunidade e meio ambiente é indiscutível, uma vez que o último constitui-se em matéria-prima da atividade turística. O meio ambiente é um elemento essencial do produto turístico que não tem preço fixado dentro de um sistema de mercado e, como tal, sempre será utilizado para desenvolver a atividade turística.

A infraestrutura é um componente importante para o desenvolvimento da atividade turística, mas sua estreita relação entre empreendimentos turísticos e a qualidade do meio ambiente faz com que os impactos ambientais negativos destes causem degradação ao meio, mas vale ressaltar ainda que nem sempre o turismo gera impactos somente negativos, se for planejado inserindo a comunidade, pode servir de oportunidade de renda local, beneficiando no processo de desenvolvimento aos moradores.

Tal fato relacionado à cultura da globalização se dá pela não aceitação da cultura local onde são visitadas, acentuando-se, assim, as desigualdades não só econômicas, mas sócio-culturais existentes entre regiões distintas, representadas pela relação turistas e comunidade receptora.

O turista, quando chega à região de destino, não deixa sua referência cultural para incorporar à cultura local. Quando viaja, o turista leva consigo todos os seus costumes e comportamentos de consumo para a localidade visitada, mesmo no caso do turismo comunitário, onde o que suscita o deslocamento do turista é o interesse pela cultura do outro e conhecer novas paisagens.

O que se percebe é que a influência dos turistas no local visitado é muito maior que o contrário. Em grande parte dos casos, quando os turistas chegam a um local turístico, geralmente uma praia, uma região paradisíaca, ou uma cidade com relevante acervo arquitetônico, dotado de excelente infraestrutura e facilidades para atender ao gosto e ao costume do turista, ele instala na destinação, os costumes e padrões de consumo que traz, e, mais ainda, a relação que alimenta entre objeto de desejo é o poder de satisfação desse desejo. Relação essa, alimentada puramente pelo valor econômico ou de troca dos produtos, o que, muitas vezes, é transplantado e incorporado à cultura do local; que se percebe diante de uma série de desejos dos consumistas, de necessidades e hábitos até então não experimentados e proporcionados pela realidade local, fato que interfere diretamente nas mudanças de percepção da comunidade.

Vale ressaltar ainda que, nem sempre o turismo traz impactos somente negativos, mas ele traz consigo inúmeros impactos positivos, e devido a esses motivos que existe uma grande necessidade de cuidados para o efetivo andamento da atividade turística em uma localidade.

Portanto, serão destacados alguns impactos positivos e negativos gerados pela ação da atividade turística, e escrito pela pesquisadora:

Impactos negativos

São eles:

  • Aumento da geração de resíduos sólidos;
  • Aumento da demanda de energia elétrica;
  • Aumento do tráfego de veículos, com conseqüente redução da qualidade do ar;
  • Assoreamento de rios, devido às ações humanas;
  • Aumento da utilização e da necessidade de abastecimento de água potável;
  • Alteração sobre o estilo de vida das populações nativas;
  • Aumento sazonal de população com diversas implicações sobre a área afetada, sua infraestrutura e sua população nativa;
  • Contaminação da água dos rios, devido ao aumento de esgotos não tratados;
  • Degradação da flora e fauna local, devido aos desmatamentos, caça e pesca predatória;
  • Deslocamento e marginalização das populações locais;
  • Degradação da paisagem, devido às construções inadequadas;
  • Degradação de ecossistemas frágeis.

Impactos positivos

  • Aumento de renda local;
  • Valorização dos patrimônios históricos, culturais e naturais;
  • Valorização e envolvimento da comunidade nesse desenvolvimento;
  • Aumento de oferta e demanda dos produtos e serviços do local;
  • Uso dos recursos com sustentabilidade buscando a conservação do local mantendo-os para o futuro da atividade;
  • Redução do excesso de consumo e desperdício para evitar os custos de restabelecer em longo prazo danos ambientais e contribuir para a qualidade do turismo;
  • Manutenção da diversidade natural, social e cultural, o que é essencial para o turismo sustentável duradouro, criar opções diversificadas para a atividade;
  • Integração do turismo ao planejamento estratégico nacional e local;
  • Envolvimento as comunidades locais, pois a participação dessas no setor de turismo, não só beneficia a elas e ao meio ambiente em geral, mas também melhora a qualidade da atividade turística;
  • Articulação entre o trade, as comunidades locais, poder público e privado e instituições é essencial para a integração, buscando solucionar potenciais conflitos e interesses;
  • Qualificação da mão-de-obra integrando o turismo sustentável e práticas de trabalho, na medida em que recruta mão-de-obra local em todos os níveis, melhorando a qualidade do produto turístico;
  • Desenvolvimento de pesquisas através de monitoramento da atividade, as análises são essenciais para ajudar a resolver problemas e trazer benefícios para os espaços receptores.

Portanto, para que aconteça o sucesso no desenvolvimento da atividade turística, é necessária a implantação de novas infraestruturas e políticas públicas que incentivem os organizadores da atividade. Trata-se do desenvolvimento local baseado na prática do turismo em que a participação da comunidade local é fundamental para o sucesso da atividade. A comunidade local deve participar de todas as etapas de planejamento do desenvolvimento da atividade turística, haja vista que será ela a principal beneficiada pelos impactos positivos produzidos pela atividade ali praticada, pois pode ser a principal prejudicada se a atividade for mal planejada.

Dessa forma, é importante ressaltar que cabe ao setor público criar políticas que reduzam os impactos negativos e maximizar os impactos positivos proporcionados pelo turismo, este deve gerar benefícios ao maior número de pessoas possíveis, visto que a participação da comunidade é um fator determinante para a localidade através de representações públicas para o sucesso da atividade turística e na distribuição de renda, bens e serviços à geração de riqueza dentro da comunidade.

4. METODOLOGIA

4.1. Área de estudo

4.1.1. Sociedade Recreativa Cultural Cachoeira

A figura 01 mostra o esboço do projeto criado para a implantação da Sociedade Recreativa Cultural Cachoeira.


Figura 1: Esboço da Sociedade Recreativa Cultural Cachoeira
Fonte: imagem digital retirada do esboço criado por José Darci Volffe Furtado (1982)

A Comunidade Cachoeira está localizada do lado esquerdo da BR-158, km 165, s/n zona rural, a 15 km da cidade de Nova Xavantina, e 70 km do Município de Água Boa. Segundo o depoimento do Sr. Alceu Luiz Güntzel, um dos mais antigos moradores da comunidade, já desempenhou a função de presidente e ate hoje trabalha em prol da comunidade.

Segundo o Sr. Alceu Luiz Güntzel, a comunidade foi fundada em 1978, (32 anos) com a chegada da empresa de Colonização e Consultoria Agrária (CONAGRO8 S.C. Ltda) que na época era uma associação de sulistas.

A área foi doada pelos irmãos Aldo, Gil e Cláudio, que eram proprietários de uma grande área de fazenda no local, que decidiram doar essa área para criação de uma associação. O primeiro presidente da associação foi Arnoldo Stanque. Quando a comunidade começou a se formar, havia apenas 04 moradores e uma igreja, que foi construída pela associação.

A comunidade é formada por 09 (nove) quadras, e composta por mais 03 (três) espaços. Os quais estão no esboço acima, e serão definidos logo abaixo.

Percebe-se, portanto, que a quadra 01 (um) é composta por 10 (dez) lotes e tem 5 proprietários, nem todos esses proprietários são do período de fundação, pois muitos venderam, outros alugaram para plantio de mandioca, ou simplesmente mudaram para a cidade em busca de trabalho.

A quadra 02 (dois) foi utilizada para a construção da escola, que foi fundada em 1978 com o nome Júlio Arnoldo Laender pela Conagro que era, na época, uma associação de sulistas, neste período vinham professores da cidade para trabalhar com ensino fundamental, e catequizavam os alunos, mas, infelizmente, a escola está desativada, no momento não tem professor, mas a Prefeitura do Município fornece um ônibus coletivo para transportar os alunos para a cidade.

No esboço acima, pode-se ter uma idéia da quadra 03 (três), onde está localizado o campo de futebol, o qual é utilizado para realizar o torneio no dia do evento e também como área de lazer para os moradores.

A quadra 04 (quatro) é utilizada somente por moradores, os quais são considerados como espaço residencial.

A quadra, 05 (cinco) também é área residencial, e muitos desses moradores utilizam para criar animais, tais como cavalos, vacas, carneiros, galinhas, porcos e ainda plantar mandioca.

Na quadra 06 (seis), formada por 08 (oito) lotes, 07 (sete) lotes são ocupados por moradores, 01 (um) é utilizado como campo de futebol, espaço de lazer utilizado nos finais de semana por moradores e visitantes.

Já a quadra, 07, (sete) e 08 (oito) também são utilizadas como área residencial, e para plantio de mandiocas e algumas espécie de frutos.

Na quadra, 09 (nove) é o espaço onde está localizada a igreja católica e o salão paroquial, servem para diversos acontecimentos, são realizadas reuniões da comunidade e o evento que acontece anualmente, dia 13 de junho. Esse evento já vem sendo realizado há 22 anos em comemoração ao Padroeiro Santo Antônio da Comunidade Cachoeira, evento esse que é realizado no barracão da igreja, organizado pela comunidade juntamente com o presidente da associação da igreja. Durante a realização do evento é servido almoço acompanhado de churrasco e acontece um baile dançante e torneio de futebol com times da região durante todo o dia.

Ainda existe um espaço próximo a BR 158, local este que foi feito um projeto recreativo cultural, o projeto foi aprovado, mas a verba foi utilizada para outros meios pela pessoa responsável pelo andamento da obra, motivo este que complicou. Agora a comunidade tem muita dificuldade para que os outros projetos sejam aprovados. Existe ainda, outro espaço que está reservado para construir uma praça, mas a comunidade encontra muitas dificuldades para que este projeto seja aprovado, certamente o motivo é por ter desviado a verba do projeto anterior.

A comunidade ainda conta com um espaço que está no esboço acima, antes era um chapéu de palha, hoje é uma lanchonete utilizada por viajantes e moradores da comunidade.


Figura 2: Localização da Comunidade Cachoeira
Fonte: Google Earth (2010)

A comunidade está localizada a 500m do Rio Cachoeira, que é utilizado como espaço para lazer, banho e pesca. Este é o motivo pelo qual a comunidade recebeu esse nome.

No dia 18 de janeiro de 2009, os moradores se reuniram na Capela para a eleição da nova diretoria. Foi eleito o Sr. Hernesto de Morais Nice, o presidente da associação tornando o responsável pela organização do evento, essa administração é por um período de dois anos, fazendo, então, novamente, novas eleições.

Com relação à infraestrutura básica da localidade, os moradores não possuem cisternas e, assim, todos pagam uma taxa significativa para manutenção do poço artesiano.

Alguns moradores já complementam sua renda com vendas de produtos fabricados por eles mesmos, alguns desses produtos são: farinha, polvilho, queijo, requeijão, ovos, frango, doces e compotas de pimentas, todos eles provenientes e confeccionados na própria comunidade.

A comunidade conta com um espaço reservado para lazer, é um jogo muito apreciado por gaúchos, jogo esse que é conhecido como bocha os moradores usufruem nos momentos de lazer sempre nos finais de semana. Ainda conta com telefone público, o qual é utilizado pelos os moradores e visitantes.

A borracharia que é utilizada por pessoas que trafegam na BR-158, e moradores da comunidade sendo um complemento à renda familiar e local.

Atualmente, a comunidade possui 15 residências ocupadas por 40 adultos e 11 crianças totalizando 51 moradores, mas nem todas as casas estão ocupadas, pois alguns moradores se deslocaram em busca de trabalho.

Quando a comunidade foi fundada cada morador tinha direito há 02 (dois) lotes, e cada lote tem o tamanho de 20mx50m. Mais, hoje é diversificado tem morador que possui mais, lotes o compra do vizinho ou da associação. Em 1987, um lote de 20mx50m era vendido entre 35,00 cruzados novos e 20.000,00 cruzados novos, a diferença de valor era devido à localização do lote.

4.2. Procedimentos Metodológicos

A metodologia utilizada no desenvolvimento desta pesquisa caminha em direção ao alcance dos objetivos propostos. Comenta Dencker (1998, p. 85) que ela “está inteiramente relacionada com os objetivos e a finalidade do projeto, devendo descrever todos os passos que serão dados para atingir os objetivos propostos”.

Para realização dessa pesquisa, foi identificado seu objeto, a Comunidade Cachoeira, com o objetivo geral de identificar características do desenvolvimento endógeno que fomentem a prática de atividades turísticas de forma a contribuir para o crescimento sócio-econômico e solidário da Comunidade Cachoeira.

Para o alcance do objetivo principal foram definidos os objetivos específicos, com intuito de diagnosticar o potencial da Comunidade Cachoeira para o desenvolvimento endógeno da atividade turística; levantar as características locais referentes ao turismo comunitário na Comunidade Cachoeira; analisar a viabilidade turística na Comunidade Cachoeira.

Para o alcance dos objetivos propostos, a pesquisa foi descritiva, de caráter qualitativo e quantitativo como afirma Dencker (2007, p. 131), “[...] um projeto de pesquisa pode ser desenvolvido em uma seqüência de fases, incluindo abordagens tanto qualitativas quanto quantitativas. Inclusive, qual técnica ou procedimento estatístico é mais adequado à finalidade da pesquisa”.

Foi realizada, inicialmente, pesquisa exploratória para maior aproximação do problema, que, de acordo com Dencker (2007, p. 151) “procura aprimorar idéias ou descobrir intuições. Caracteriza-se por possuir um planejamento flexível, envolvendo em geral levantamentos bibliográficos, entrevistas com pessoas experientes e análise de exemplos similares”. Ou seja, inicialmente, o objeto de estudo em questão deverá ser descoberto e estudado para fins de aprimoramentos futuros, ressaltando que o ideal é que não se deva resolver um problema de imediato.

Foi realizada, ainda, a pesquisa bibliográfica que, segundo Gil (2009, p. 59), é “[...] como qualquer outra modalidade de pesquisa, desenvolve-se ao longo de uma série de etapas”, esta pesquisa bibliográfica foi feita através de livros, artigos científicos, consultas a sítios eletrônicos relacionados ao tema, embasada por diversos autores, Andrade, Arendit, Barretto, Beltrão, Beni, Buarque, Coriolano, Cruz, Dencker, Dias, Fonseca, Gil, Ignarra, Lemos, Molina, Oliveira, Rabahy, Ruschmann, Santos, Trigo, Tropia, Tulik, Wainberg, Zimmermann, Barros e Lehfeld e outros.

Foi realizada, também, estudo de campo que, segundo Barros e Lehfeld (2000, p. 75), “o investigador assume o papel de observador e explorador, coletando diretamente os dados no local onde surgiram os fenômenos e favorece acúmulo de informações sobre o fenômeno”.

Essa pesquisa de campo foi realizada através de entrevistas semi-estruturadas9 e técnica de observação, na qual buscou dados originais no decorrer da pesquisa, e assim, o pesquisador tem mais oportunidade de vivenciar a realidade de forma mais ampla. A coleta de informações e opiniões sobre a população local foi extremamente importante para diagnosticar a mobilização e a expectativa gerada pelo desenvolvimento turístico, auxiliando nas futuras ações adequadas a realidade regional e ao perfil da sociedade local, teve utilização de câmara digital que permitiu os registros fotográficos os quais foram analisados pela pesquisadora.

A pesquisa levantou informações sobre o perfil socioeconômico de 40 (quarenta) entrevistados, bem como sua avaliação sobre o turismo no âmbito local. Esses dados obtidos servirão de base para verificar e assegurar a qualidade de serviços turísticos, além de fornecer subsídios estratégicos para o desenvolvimento de turismo endógeno na localidade. Para identificar as características e perfis dos moradores locais, esta pesquisa adotou a aplicação de formulários previamente elaborados, o que permitiu melhor esclarecimento das questões e possibilitou a correção de eventuais enganos, propiciando a obtenção de dados mais confiáveis.

Conforme Gil (2009, p. 115), “o formulário é a técnica de coletas de dados na qual são elaboradas questões prévias e o pesquisador anota as respostas. É uma das mais práticas e eficientes técnicas de coleta de dados, possibilitando a obtenção de dados facilmente tabuláveis e quantificáveis”.

As visitas técnicas de campo para aplicação da pesquisa foram antecipadamente planejadas para facilitar o trabalho da pesquisadora, buscando maximizar a obtenção dos dados e minimizar custos e desperdício de tempo.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. Visitas à Comunidade Cachoeira

Nos dias 28 e 29 de maio de 2010 foi feita uma visita à Comunidade Cachoeira para conhecer e identificar os tipos de produtos existentes e criados pelos moradores da comunidade. A partir das visitas à área da pesquisa, foi constatada a potencialidade turística a partir da técnica de observação.

É evidente que haja planejamento para que venha desenvolver a atividade na comunidade, pois falta conhecimento sobre a temática abordada e infraestrutura adequada. Percebe-se que os moradores são pessoas simples, mas interessadas no desenvolvimento da atividade turística, não esquecendo de relatar que os nomes e as imagens dos entrevistados que forem citados no decorrer da pesquisa foram com a permissão dos mesmos.

Foram identificados produtos diversificados criados por moradores da comunidade, mas será necessário capacitá-los para que haja qualidade nos serviços oferecidos, tais como produtos agropecuários que compreende matéria-prima dos produtos artesanais e agroindustriais que foram identificados na comunidade como derivados do leite, queijo, requeijão e pães, são atividades produzidas artesanalmente na comunidade. No decorrer da visita, uma moradora mostrou os artesanatos e ainda alguns produtos, como por exemplo, mamão, pitanga, abacaxi, acerola, maracujá, caju e goiaba, e outros produtos tais como, compota de pimenta, frango, ovos, pequi e diversas plantações de mandioca que são usadas para fazer farinha e polvilho, todos esses produtos já são vendidos no próprio local e comercializados na cidade, a comunidade pode mostrar ao turista o processo artesanal de produção desses produtos e ao mesmo tempo vendê-los, tornando-os uma fonte de renda e desenvolvendo a atividade turística dentro da comunidade local.

A participação da comunidade cria possibilidades de sucesso no planejamento e desenvolvimento da atividade e na identificação dos produtos naturais e culturais, estes podem tornar-se atrativos encontrados na Comunidade Cachoeira.

Vale ressaltar que a comunidade é privilegiada por estar localizada às margens da BR-158, e na sua infraestrutura de apoio ao visitante conta com uma lanchonete, utilizada como ponto de parada para os viajantes, como mostra na figura 3. Ainda como complemento, o Rio Cachoeira (Figura 4) que corta a BR-158, possui uma paisagem que pode ser apreciada no período da vazante para prática de trilha, pesca esportiva e banho. A cheia é de setembro a abril e a vazante é de maio à agosto, porém, torna-se suja no período das cheias, devido ao grande aumento do volume das águas e acúmulo de sujeiras no rio.

Para Brasil, (2008a, p. 22) “o potencial turístico dos rios e logos não se limita às praias, abrange entre outras atividades, a navegação, a pesca esportiva, os esportes náuticos, o ecoturismo e o turismo de aventura, representando as diversas possibilidades de contato e de conhecimento da cultura local”.

Para tanto, todos os entrevistados acreditam que o Rio Cachoeira é um atrativo natural que pode ser utilizado para desenvolver o turismo dentro da comunidade por ter uma cachoeira e possuir local para prática de atividades ecoturísticas como canoagem e trilhas (Figura 5 e 6). Conta ainda com diversas espécies de animais, que podem ser inseridos no turismo de contemplação.


Figura 3: Lanchonete Cachoeira
Fonte: Própria (2010)

Localizada às margens da BR-158, km 165, s/n zona rural, a 15 km da cidade de Nova Xavantina - MT sentido Água Boa, local este onde são comercializados lanches e produtos alimentícios que, devido à distância da cidade, os moradores suprem suas necessidades até o deslocamento à cidade para fazer compras.


Figura 4: Rio Cachoeira
Fonte: Própria (2010)

O Rio Cachoeira (Figura 4) corta a BR-158 no km 165 e está localizado a 500m da comunidade, motivo do nome Cachoeira, utilizado pelos moradores como um local de lazer e pratica de atividades, como trilhas, banho, pesca esportiva, e ainda contemplar a paisagem natural.


Figura 5: Rio Cachoeira
Fonte: Própria (2010)

O Rio Cachoeira possui diversidade de peixes e é portador de paisagem natural, a qual é utilizada como área de lazer da comunidade e dos familiares que visitam o local. Motivo este pelo qual, Brasil, (2008a, p. 23) acredita que: “[...] são algumas características comuns aos turistas e usuários da praia motivados pelo desejo de descanso, praticas esportivas, diversão, novas experiências e busca de vivencias e interação com as comunidades receptoras”.


Figura 6: margens do Rio Cachoeira
Fonte: Própria (2010)

Este local é utilizado para pesca, banho e trilhas e já são desenvolvidas atividades às margens do Rio por pessoas que vem da cidade nos finais de semana em busca de descanso e lazer. Ruschmann (2001, p. 25) relata que: “o produto turístico natural baseia-se na venda dos aspectos ambientais das localidades e a estrutura receptiva deve ser pequena, refinada, integrada e harmoniosa em relação ao meio”.

5.1.1. Aplicação dos formulários

Nos dias, 8, 9 e 10 de junho de 2010 foram aplicados os formulários com 12 perguntas fechadas e 16 abertas, totalizando 28 perguntas, e foi aplicado para 40 respondentes, sendo que, atualmente, a comunidade é composta por 51 moradores, sendo 11 crianças, motivo pelo qual não responderam o formulário. É importante destacar que muitos se deslocaram para trabalhar na cidade, mas ainda fazem parte da comunidade e mantêm sua propriedade, esses só retornam nos finais de semana, que segundo Tulik (2003, p. 24) se caracterizam, “em implantação de residências permanentes e secundárias no espaço rural”. Pessoas essas que também responderam o formulário. Segundo os moradores, existem vários proprietários que alugam as residências para pessoas que trabalham no frigorífico próximo e o lugar é tranqüilo composto por gente simples e receptiva.

5.1.2. Entrevista com o presidente do evento

No dia 13 de junho de 2010 dia este que foi realizado o evento, denominado Dia de Santo Antônio, o Padroeiro da comunidade, foi mais um ano de realização que acontece anualmente e já está na sua vigésima segunda realização.

Segundo o Sr. Hernesto de Morais Nice, “atual e presidente responsável pela organização deste e do evento anterior, as atividades realizadas contam com a participação de, aproximadamente 200 visitantes no decorrer do evento”.

O mesmo conta com a participação dos moradores da comunidade e das pessoas, que se deslocam da cidade e das fazendas próximas por ser de fácil acesso, nas proximidades da BR 158, o que o torna uma importante ferramenta para o sucesso do evento, pois promove a cultura local e agrega valor à atividade que será apresentada nas figuras de 8 a 12, as imagens foram captadas no decorrer do evento pela própria pesquisadora.

Foi constatado, na entrevista com o presidente do evento, que no período de 02 (dois) anos começam a planejar a realização de uma nova votação para ser escolhido o próximo presidente, ainda foi ressaltado que o planejamento do evento se inicia com 04 (quatro) meses de antecedência da data de sua realização.

Na sua divulgação são usados os meios de comunicação mais simples como “boca a boca” e rádio. Neste dia, foi aplicado o formulário somente para o presidente do evento, pois este não foi encontrado no dia da aplicação dos formulários.

Estes formulários foram aplicados anteriormente com os demais moradores contendo as mesmas perguntas, com o objetivo de identificar características do desenvolvimento endógeno que fomentem a prática de atividades turísticas de forma a contribuir para o crescimento sócio-econômico e solidário da Comunidade Cachoeira.

Com a aplicação dos formulários, pôde-se perceber que toda a comunidade local participa do evento, mesmo direta ou indiretamente, pois os que não trabalham na organização do evento participam prestigiando. A abertura do evento começa com uma missa, o padre vai da cidade para realizá-la e dar a bênção para todos da comunidade, momento este onde ocorre maior participação por parte da comunidade local.

Para tanto, o Sr. Hernesto de Morais Nice, afirma que a comunidade já fabrica vários produtos não-agrícolas que são vendidos na própria comunidade para os moradores vizinhos, além das pessoas que vêm visitar a comunidade, e certamente estes produtos que são utilizados como complemento alimentar. Segundo ele, esses produtos poderiam ser utilizados como um fomento, para tornar-se um atrativo e complemento da renda local. Que para Tulik (2003, p. 87), seria uma alternativa “a produção rural. Se a idéia é de complementar a renda do pequeno produtor rural e promover o desenvolvimento local, o turismo rural deve ser conceituado como uma atividade que considere os atributos essenciais do que é de fato rural”.

Percebeu-se que a comunidade necessita de apoio para formatar esses produtos que já são vendidos, melhorar a qualidade para que venha atender as exigências do mercado e dos consumidores. Sendo assim, o entrevistado acredita que “falta apoio do poder público com ações de políticas públicas mais específicas para o desenvolvimento da atividade turística e de uma participação voltada para a comunidade que venha atender as necessidades dos moradores”. Para o entrevistado a ampliação deste espaço onde é realizado o evento é importante, pois contribui para a inclusão dos mesmos na atividade, gerando com esse envolvimento, renda e divulgação da cultura local. Ainda relata o entrevistado que a associação da comunidade está desativada, fato este que impede o desenvolvimento, ainda afirmou que existe uma especificamente voltada para o evento. A associação formada pela comunidade busca benefícios para os moradores e, outra associação foi formada para assuntos da organização do evento. O dinheiro arrecadado é aplicado em melhorias de infraestrutura para a organização do evento. “Por isso, torna imprescindível estimular o desenvolvimento harmonioso e coordenado do turismo; se não houver equilíbrio com o meio ambiente, a atividade turística comprometerá sua própria sobrevivência” (RUSCHMANN, 2001, p. 24).

Além disso, faz-se necessário enfatizar que logo abaixo serão citados os locais onde é realizado o evento e reuniões da comunidade, as quais serão demonstradas suas infraestrutura.


Figura 7: Igreja da Comunidade
Fonte: Própria (2010)

A igreja onde ocorre a missa que é realizada antes de iniciar o evento em homenagem ao Padroeiro Santo Antônio da Comunidade Cachoeira.


Figura 8: igreja
Fonte: Própria (2010)

A missa que é realizada no dia 13 de junho na comunidade, conta com a participação de todos os moradores que são católicos e devotos de Santo Antônio.


Figura 9: barracão onde é realizado o evento
Fonte: Própria (2010)

O barracão ao lado da igreja mostra a imagem do evento, que é acompanhado de almoço e logo em seguida um show dançante, que já vem sendo realizado há 22 anos no dia 13 de junho.


Figura 10: barracão da churrasqueira localizado ao lado do salão onde acontece o evento
Fonte: Própria (2010)

O barracão está localizado ao lado esquerdo do local onde se realiza o evento e foi construído e adaptado para assar os espetos que são vendidos com antecedência para os moradores e participantes, tanto da cidade, quanto das fazendas que queiram prestigiar o evento.


Figura 11: barracão onde fica um local reservado para o jogo de bocha
Fonte: Própria (2010)

A comunidade ainda conta com um local que é usado nos finais de semana como uma área de lazer, para jogar bocha, espaço esse que está localizado ao lado do barracão onde ocorre o evento.

5.1.3. Após a entrevista com os moradores e aplicação dos formulários

Ao ser aplicado os formulários com os moradores foram identificados vários produtos artesanais já fabricados na Comunidade Cachoeira. Produtos esses que são consumidos dentro da própria comunidade e fora dela, sendo um complemento à renda familiar.

Afirma ainda Tropia, (2000, p. 42), que, se “existe uma variedade de produtos que podem ser oferecidos. Os “in natura” são as frutas, verduras e legumes, ervas medicinas, temperos e mudas de plantas. A agroindústria artesanal compreende todos os produtos agropecuários beneficiados, como os derivados do leite”.

5.1.4. Produtos comercializados pelos moradores da comunidade

São eles:

  • Queijos, requeijões e pães;
  • Compotas de pimentas;
  • Doces diversos tais como: de mamão, leite, caju, goiaba, abacaxi, manga e xemia;
  • Frangos e ovos,
  • Farinha e polvilho de mandioca;
  • Temperos que são feitos com produtos da própria localidade como pimenta, coentros, cebola verde e alho;
  • Sucos de vários sabores como: maracujá, caju, goiaba, pitanga, manga, acerola e abacaxi;
  • Pequi que pode ser vendido no período da produção que já é utilizado para fazer conservas para consumo próprio;
  • Artesanato, tais como tapetes, feitos com linha de algodão, (barbante).

Ainda para Tropia, (2000, p. 38), “uma boa comida caseira ou típica regional atrai muitos visitantes e é um fator determinante para o seu retorno. Quem gostou do tempero e do atendimento vai querer voltar e, certamente, vai recomendar aos amigos. Para alcançar o sucesso não há grandes segredos: a simplicidade em todas as etapas é a principal receita”.

No decorrer da pesquisa e aplicação do formulário foi constatada uma variedade de produtos que podem ser oferecidos aos visitantes tanto in natura como derivados, todos fabricados artesanalmente, com matéria-prima extraída das propriedades de moradores da comunidade, sendo assim, foi constatado que o desenvolvimento é endógeno, pois, a partir do momento que o desenvolvimento é interno, com iniciativas partindo da própria comunidade, pode-se afirmar ele é endógeno.

Esses produtos serão demonstrados nas figuras de 12 a 23, expostas abaixo. Vale salientar que foram produzidos pelos moradores e fotografados pela pesquisadora nos dias das visitas e aplicações dos formulários.

5.1.5. Imagens dos produtos confeccionados por moradores da Comunidade Cachoeira:


Figura 12: produtos que já são vendidos e utilizados para consumo próprio na comunidade
Fonte: Própria (2010)

A figura 12 mostra produtos que foram identificados dentro da comunidade e são utilizados para consumo próprio e para comercializar, tornando-se uma fonte de renda para os fabricantes e produtores da comunidade.


Figura 13: Canteiro de pimenta
Fonte: Própria (2010)

A figura 13 mostra um canteiro de pimenta que é um dos ingredientes utilizados na fabricação dos temperos utilizados pelos moradores da comunidade como complemento familiar.


Figura 14: Plantio de jiló
Fonte: Própria (2010)

A figura 14 mostra um canteiro de jiló plantado em um cercado adaptado para o plantio de algumas verduras.


Figura 15: Pitanga
Fonte: Própria (2010)

A figura 15 mostra um pé de pitanga, utilizada para fazer suco e ser consumida in natura.


Figura 16: Abacaxi
Fonte: Própria (2010)

A figura 16 mostra o abacaxi que serve de complemento alimentar para os moradores que tem várias utilidades sendo usado para sucos e doces.


Figura 17: Maracujá
Fonte: Própria (2010)

A figura 17, o maracujá uma fruta com várias utilidades, tanto medicinal, quanto no hábito alimentar, pode ser utilizado para fazer sucos, doces, xemia10, encontrados na comunidade.


Figura 18: Acerola
Fonte: Própria (2010)

A acerola (Figura 18), uma fruta rica em proteínas encontrada na comunidade, pode ser usada em forma de suco e in natura.


Figura 19: Mandioca
Fonte: Própria (2010)

A mandioca, utilizada para fazer farinha e polvilho, produtos comercializados na cidade. A Figura 19 mostra o processo utilizado na fabricação do polvilho e farinha, esses produtos são vendidos para complementar à renda da família.


Figura 20: O local adaptado para a fabricação de polvilho e mandioca
Fonte: Própria (2010)

A Figura 20 mostra todo o processamento da mandioca para fazer a farinha e o polvilho. Segundo os fabricantes, “é uma etapa muito complicada, tem que saber o ponto exato para torrar a farinha. Não deve deixar a massa azedar muito para retirar o polvilho, porém, é muito prazeroso para quem gosta e ainda pode render um adicional no salário no final do mês”.


Figura 21: A casa de uma moradora da comunidade e fabricação de doces em fogão a lenha
Fonte: Própria (2010)

Segundo a entrevistada:

O doce fica melhor feito no fogão à lenha. Também tem todo um processo para ser feito antes de consumir o doce, este é um doce de mamão ralado com leite que tem de ser apurado antes de colocar a massa do mamão ralado e deixar dar o ponto exato para não azedar, assim, esse doce pode ser consumido com mais segurança e ser armazenado em compotas, (moradora da comunidade, Luiza Ferreira da Silva).


Figura 22: lida com o gado na Comunidade Cachoeira
Fonte: Própria (2010)

A figura 22 mostra a lida com o gado que, segundo a proprietária, “é um trabalho árduo, mas ajuda muito, é a garantia do leite usado para fazer doces, bolos, pães, queijos e requeijões e ainda, comercializado entre os moradores da comunidade que fazem freguesias”.


Figura 23: moradora da comunidade que fabrica os tapetes
Fonte: Própria (2010)

A figura 23 mostra uma moradora da comunidade que fabrica tapetes. Segundo ela, não é fácil vender, tem muita dificuldade para ir até a cidade, mas sempre se “dá um jeito pra vender seus produtos”.

5.1.6. Análise das atividades

Ao analisar as atividades produtivas da localidade e os atrativos naturais existentes na Comunidade Cachoeira, pode-se perceber que há potencial para o desenvolvimento local11 endógeno e turismo comunitário, mas faz-se necessário modificar a infraestrutura nas dependências da comunidade. Rabahy (2003, p. 79) acredita que é, “como em outras atividades produtivas, ao investir em infraestrutura e serviços básicos para atender ao desenvolvimento turístico em certa região, o setor público está transferindo recursos para aquela área em particular. [...]”.

Isto se deve ao fato de que a mesma possui infraestrutura, mais não é suficiente para a implantação inicial do turismo comunitário. Embora haja muitos produtos cujas famílias são proprietárias de lote onde tem espaço suficiente para ampliar suas produções, também existem muitas pessoas que, mesmo residindo na comunidade, nunca tiveram a oportunidade de desfrutar de prazeres simples como o contato com a natureza e com as atividades que podem ser desenvolvidas na comunidade que está localizada no meio rural.

Percebeu-se, neste trabalho, que a Comunidade Cachoeira, objeto do estudo, possui atrativos naturais e culturais que poderão ser explorados como fonte alternativa de renda, com um pequeno investimento no primeiro momento, pois poderia inicialmente operar com visitantes de Nova Xavantina mesmo, visto a proximidade da comunidade, o que pode favorecer o fomento e aperfeiçoamento para no futuro, operar com turistas de outras localidades e regiões.

Neste contexto, pode-se afirmar que a comunidade local é um dos principais pilares para o desenvolvimento do turismo comunitário, esta deve se sensibilizar, e envolver de forma direta com a atividade, através da hospitalidade e da convivência com os turistas. Mas atualmente a vida no espaço rural apresenta muitas dificuldades para os pequenos produtores. Certamente, são necessárias atividades complementares para somar com a renda mensal de cada família.

Para Siqueira (2005, p. 93), “é exatamente nesse sentido que estou apresentando uma possibilidade, [...] como saída às dificuldades, [...] enfrentar a diminuição da geração de postos de trabalho nos setores primário (agricultura) e secundário (indústria)”.

Constatou-se, de acordo com a pesquisa aplicada, que a comunidade necessita de apoio. Com isso, segue:

5.1.7. Algumas sugestões12 para o desenvolvimento do turismo no local

  • Ativar a associação da comunidade, para trabalhar por melhorias na comunidade, pois, ela está desativada;
  • Propor parcerias com o poder público de Nova Xavantina e empresas privadas visando à credibilidade do potencial para o desenvolvimento da atividade turística comunitária;
  • Desenvolver cursos de capacitação para utilizar os produtos existentes dentro da comunidade e, ao mesmo, capacitar no sentido de garantir um atendimento de qualidade para os visitantes;
  • Implantar um empreendimento turístico com a construção de um restaurante para receber os turistas que desfrutariam dessas atividades, sendo realizadas pelos moradores produzindo os produtos com a participação dos turistas;
  • Melhorar as propriedades, o que tornaria a comunidade mais atraente e receptiva, ao desenvolver a atividade do turismo comunitário participativo, isso incluindo os moradores e produtores da Comunidade Cachoeira;
  • Formar cooperativa para a fabricação e comercialização dos produtos, assim ganharia credibilidade, com os comerciantes e aumentaria as vendas dos produtos;
  • Estabelecer parcerias com proprietários de hotéis, pois eles recebem turistas que gostariam de conhecer atividades desenvolvidas em áreas naturais e rurais, essa seria uma alternativa que beneficiaria a comunidade e os empresários da rede hoteleira.

Logo abaixo serão demonstrados os gráficos das perguntas quantitativas direcionadas aos moradores da Comunidade Cachoeira. No qual só foi possível através dos dados que foram obtidos após a pesquisa de campo e a aplicação dos formulários os quais foram analisados para chegar aos resultados esperado.

5.1.8. Resultados da pesquisa quantitativa:


Gráfico 1: Gênero dos moradores da comunidade

Estes dados só foram analisados e tabulados mediante as respostas dos moradores da comunidade, nos quais foram identificados os gêneros das pessoas, e constatado que dentro da comunidade possui maior quantidade do sexo feminino, que totalizou 25 (vinte cinco) sendo 62,5%, do sexo feminino, já do sexo masculino foram identificados 15 (quize) sendo 37,5%, motivo este que em algumas propriedades só mora mulheres por ser mais próximo do trabalho, haja vista que trabalham no frigorífico.


Gráfico 2: Idade dos moradores da comunidade

Observa-se com esta pesquisa que a maioria dos moradores tinha idade entre 21 a 30 anos, ou seja, 15 (quize) dos entrevistados, que totalizou em 37,5%; porém já entre 31 a 40 e 61 anos ou mais, que mostra no gráfico a cima, pode-se perceber que não teve variações a quantidade foi à mesma, 10 (dez) moradores entre 31 a 40, que totalizou em 25,0%; de 61 ou mais, teve um total de 10 (dez) moradores sendo 25,0%.

Portanto, foram identificados 5 (cinco) moradores com a idade entre 18 a 20, anos, sendo 12,5% dos moradores.Como esta explicito no gráfico acima mostrando que entre os entrevistados não forão constatado nenhum morador com a idade entre 41 a 50, sendo 0,0% de moradores; entre 51 a 60, também foi identificado 0,0% de moradores. Foram constatados que a maior parte dos moradores da comunidade possui entre 21 a 30.

Durante o período da pesquisa, na Comunidade Cachoeira, verificou-se que há um expressivo número de moradores entre, 21 a 30 anos isso é um fator de grande valia, pois nem sempre se encontra maior quantidade de jovens dentro de uma comunidade localizada em área rural, certamente a maioria vai para cidade em busca de trabalho ou para estudar, fato este que contribui para o desenvolvimento da comunidade.


Gráfico 3: Renda mensal dos moradores da comunidade

Conforme os dados obtidos, a renda mensal que mais se destacou foram entre 1 a 2 salários mínimos, sendo que 35 (trinta e cinco) moradores ganham entre 1 salário ou 2 salários mínimos, que totalizou em 87,5%, dos moradores, e 4 (quatro) pessoas que ganha entre 2 a 3 salários que é igual a 10,0%, dos moradores; ainda foi constatado 1 (um) morador com o salário maior que 3 sendo 2,5%, para tanto, não foram constatado nem um morador da comunidade que ganha menos que 1 salário mínimo 0,0%.

Com o termino da pesquisa foi constatado que somente 05 (cinco) moradores da comunidade têm uma renda mensal mais alta, motivo este pelo qual eles buscam complementar a renda com a venda de alguns produtos, ou até mesmo trabalhar nas fazendas da região, por falta de oportunidade para desenvolver atividades dentro da própria comunidade, com a realização de atividades internas eles não teria que vender suas residências ou alugar, poderia ficar perto de suas famílias, há muitos casos dentro da comunidade em que os homens saem para trabalhar e só retorna nos finais de semanas, com isso muitas vezes fica difícil, pois tem que ir para a cidade pagar aluguel, assim fica mais perto do trabalho.


Gráfico 4: Grau de escolaridade dos moradores da comunidade 

Quanto ao grau de escolaridade dos moradores, o maior índice foi o ensino fundamental incompleto, que totalizou em 19 (dezenove) respondentes sendo 47,5%, já o segundo maior índice foram de pessoas analfabetas sendo 10 (dez) respondentes que totalizou em 25,0%, já o terceiro foi o ensino médio incompleto sendo 8 (oito) moradores que concluiu-se em 20,0%, o quarto maior índice foram o fundamental completo sendo 2 (duas) respondentes que concluiu-se em 5,0%, já o quinto foi o ensino superior completo sendo constatado 1 (um) morador que totalizou em 2,5%, sendo que no ensino médio completo, e no ensino superior incompleto não foi constatado nem um morador.

Quando foi abordada a pergunta em questão os moradores relataram que não pode parar de trabalha para estudar certamente a maioria deles trabalha nas fazendas, porque na cidade tem dificuldades de arrumar trabalho, motivo este que preferem trabalhar nas fazendas.


Gráfico 5: Atividade turística sendo desenvolvida na comunidade?

Pode-se concluir que todos os respondentes têm conhecimento da atividade que é desenvolvida dentro da comunidade, sendo que todos os 40 (quarenta) entrevistados responderam que sim, assim sendo 100%, dos moradores afirma que já existe atividade sendo desenvolvidas dentro da comunidade, de todos os entrevistados nem um morador respondeu que não sendo, 0,0%.

Observa-se no decorrer da pesquisa a falta de conhecimento sobre atividades turísticas todos os moradores afirmam que dentro da comunidade tem vários produtos produzidos por eles, mais não tem conhecimento que estes produtos podem ser usados como fomento para o turismo comunitário.

Para tanto, falta treinamento para o andamento das atividades fato este que foi constatado no decorrer da pesquisa. Os serviços que pode ser oferecidos estão de acordo com o perfil de cada morador e produtos ali produzidos, as principais atividades dentro da comunidade são os produtos fabricados artesanalmente, o evento em homenagem ao padroeiro Santo Antônio, mas eles não têm conhecimento que os mesmos podem ser usados como atrativos turísticos e culturais. Com enfoque na visão dos moradores sobre atividades foi constatada a falta de conhecimento sobre a temática aqui abordada pode-se dizer que a atividade turística é de suma importância para o desenvolvimento e crescimento socioeconômico da comunidade local.


Gráfico 6: Como pode ser a atividade de turismo comunitário?

Ao abordar a questão, 32 (trinta e dois) moradores relataram que não, “não entendo o porquê do nome turismo comunitário, mas, sempre vejo falar na TV sobre turismo”, ou seja, 80,0% não sabem o que é turismo comunitário; sendo que só 8 (oito) moradores responderam sim, “são as atividades desenvolvidas com os moradores da comunidade” que totalizou em 20,0%.

É curioso o motivo pelo qual eles disseram não entender como pode ser desenvolvido o turismo comunitário, um dos principais motivos abordado foi a distancia entre os moradores e os universitários, outros afirmam nunca ter recebido a visita de pessoas que abordassem o assunto em questão, já para outros a distancia é um dos motivos, pois assim fica difícil ter acesso às informações já que não recebe pessoas indicadas para tratar do assunto. Não se pode negar que a comunidade é desprovida de conhecimento, mais e evidente que todos gostariam de diversificar buscando melhores condições tanto coletiva ou individual.

Nesse sentido a comunidade rural teria mais oportunidade para realizar algumas atividades e projetos, evidentemente com o auxílio e assistência de profissionais do ramo, o percentual de acerto nos seus planos para desenvolver atividades aumentaria.


Gráfico 7: A importância da atividade para a comunidade?

Observa-se que quando foi abordada a pergunta acima citada todos os 40 (quarenta) respondentes afirmaram ter interesse em saber a importância da atividade para a comunidade, que foram 100,0% que totalizou a resposta de todos os entrevistados; ou seja, nenhuma pessoa respondeu (não, pouco e nenhum) que totalizou em 0,0%.

Assim sendo, há necessidade de repassar informações sobre as atividades em questão para todos os moradores para que desse modo possam desenvolver seus produtos, visando melhor qualidade para atender os visitantes. As residências não possuem infraestrutura adequada, haja vista que são pessoas simples que residem em área rural, que utilizam o tempo livre para fabricar seus produtos. Andrade (2001, p. 95) traduz que: “tanto a estrutura urbana já construída, como a rural, se esta for bem conservada e atualizada, estão disponíveis e indicando os rumos para o sucesso empresarial e para a melhor implementação dos frutos do tempo livre”.

No decorrer da pesquisa eles fizeram varias pergunta a respeito da atividade turística pode-se perceber que entre os entrevistados, todos querem saber a importância da atividade certamente todos estão dispostos adquirir novos conhecimentos e complementar a renda familiar.


Gráfico 8: Participou de alguma atividade voltada para o turismo?

Observa-se que só 1 (um) morador já participou de uma palestra “pontos turísticos da nossa região” ou seja, 2,5%, o que totaliza em 39 (trinta e nove) pessoas que responderam nenhuma sendo 97,5%, dos moradores nunca participaram, ainda foi perguntado se havia participado de reunião voltada para o turismo, todos responderam “não”, sendo 0,0%.

Aqui, foi possível perceber que parte significativa dos entrevistados nunca participou de uma atividade voltada para o turismo, Sabe-se que sem estes conhecimentos é difícil desenvolver qualquer atividade, mas podem-se perceber os princípios dos moradores com novas idéias e compreensão, esforço, para enfrentar novas situações, sendo diversas culturas, motivo pelo qual a comunidade tem potencial. Com diversos recursos naturais e culturais, não há duvida, enfim o conjunto de recursos naturais e culturais que fazem a vida acontecer dentro de uma comunidade ou região.


Gráfico 9: Seria bom trabalhar em parceria?

Na gestão, em sua opinião, seria bom trabalhar em parceria? 33 (trinta e três) moradores acreditam que seria bom contar com a participação de todos os moradores assim, 82,5% acreditam que o trabalho em parceria “pode dar certo”, já para 7 (sete) moradores que argumentaram dizendo “não trabalhar, assim aqui tem muitas pessoas que não vai participar” que totalizou 17,5%.

Pela observação feita com os moradores, mota-se que a maioria acredita que o trabalho em parceria pode dar certo, é uma postura que todos os moradores devem empenhar é participar seria uma alternativa para o desenvolvimento da comunidade. Segundo Andrade, (2001, p. 127) “para desenvolver-se e garantir em bom nível a lucratividade de seus investimentos, os empreendedores do lazer e do turismo necessitam da participação da sociedade como um todo e das pessoas, individualmente consideradas. [...]”. Para tanto, a comunidade deve ser a principal interessada para que esta parceria venha garantir um bom trabalho nos diversos processos de desenvolvimento da comunidade.


Gráfico 10: Trabalhando em grupo seria mais fácil desenvolver a atividade?

De acordo com a maioria dos entrevistados 35 (trinta e cinco) pessoas acreditam que seria mais fácil desenvolver a atividade trabalhando em grupo, assim proporciona mais conhecimento para os moradores e contribui na divulgação dos produtos e na diversidade cultural sendo que 87,5% acreditam que aumenta o movimento da comunidade, o que contribui para geração de renda e trabalho para o desenvolvimento da Comunidade Cachoeira. Sendo que dos 40 (quarenta) entrevistados 5 (cinco) acreditam que não da certo trabalhar em grupo porque muitos não vão participar “sempre fala que tem algo para fazer”, ou seja, 12,5%.

Certamente, seria impossível desenvolver qualquer atividade dentro de uma comunidade sem a participação da mesma, pois os moradores que ali residem é um dos principais pilares para o desenvolvimento local. Só o trabalho em grupo pode fomentar e desenvolver o turismo comunitário em uma comunidade ou região.


Gráfico 11: Gostaria de participar?

De acordo com 95,0% dos entrevistados 38 (trinta e oito) pessoas gostariam de participar e acreditam que é importante essa interação entre moradores a receptividade para o crescimento da atividade, sendo que dos 40 (quarenta) entrevistados, 2 (duas) não gostariam de participar, “tenho meu trabalho” sendo assim 5,0% não participaria.

No que tange o assunto abordado, pode-se perceber que a maioria dos moradores gostaria de participar motivo este que levou a pesquisadora a acreditar que falta apoio do poder público e das empresas privadas para o desenvolvimento da atividade turística na comunidade. Um fato positivo é a força de vontade dos moradores haja vista que só 02 (duas) pessoas entre os moradores não gostariam de participar.


Gráfico 12: Tem morador que vende algum tipo de produtos?

Ao abordar a pergunta, vende algum tipo de produtos? Todos os 40 (quarenta) moradores 100,0% afirmaram que sim “tem vários produtos fabricados pelos moradores da Comunidade Cachoeira”.

Para os moradores da comunidade, já são vendidos vários tipos de produtos tanto para os próprios moradores, quanto para os visitantes, ainda são comercializados na cidade. Alguns disseram que produzem queijos e requeijões, outros vendem mandiocas e produzem farinha, polvilhos, já outros vendem ovos, frangos, compotas de pimenta, maracujás, leite, e tapetes produzidos artesanalmente.

O Brasil (2008b, p. 21) enfatiza ainda que: “a atividade turística que ocorre no âmbito da unidade de produção dos agricultores familiares que mantêm as atividades econômicas típicas da agricultura familiar, [...] patrimônio cultural e natural, ofertando produtos e serviços de qualidade e proporcionando bem-estar aos envolvidos”. Produtos esses que são produzidos e vendidos para complementar à renda local, assim muitos moradores não precisa sair da comunidade, pois esses produtos contribuem com o aumento da renda mensal e familiar.

5.1.9. Resultados e discussões da pesquisa qualitativa

A base desta pesquisa foi qualitativa e quantitativa:

Portanto, aqui segue as discussões qualitativas, mas vale lembrar que no inicio do resultado e discussões já foram abordadas partes das perguntas qualitativas feita com moradores da Comunidade Cachoeira, pois as quantitativas já foram abordadas acima em forma de gráficos. Para Rabahy, (2003, p. 143) “o estudo qualitativo da atividade turística se justifica pelo interesse em se conhecer analiticamente a situação do setor em um dado momento, suas causas determinantes, os problemas que têm alterado as suas tendências e as indicações dos custos das decisões alternativas.”. Assim, presume-se que o objetivo desta pesquisa, foi alcançado, pois a maioria dos entrevistados demonstrou interesse e reconheceu a importância do seu papel para o surgimento e crescimento da atividade turística na Comunidade Cachoeira.

Foi possível constatar que cada morador tem sua parcela de contribuição na formação da comunidade, são poucos moradores que ainda permanecem na comunidade desde o período de fundação 1978, mas no decorrer da entrevista foram constatados 02 (dois) moradores que trabalharam no período de fundação e ate hoje residem na comunidade.

Segundo os entrevistados “nunca irão mudar”, pois já reside na comunidade há 32 (trinta e dois) anos.

Fora os 02 (dois) moradores mencionados anteriormente, praticamente todos os moradores residem no local a menos de 05 (cinco) anos outros 10 (dez) anos. Haja vista que um local com 51 (cinqüenta e um) moradores que vem desenvolvendo suas próprias técnicas para confeccionar seus produtos, motivo pelo qual estão aptos para desenvolver a atividade turística, mais ainda falta conhecimento sobre o assunto abordado, mas nada que não possa ser solucionado com cursos de capacitação dentro da comunidade certamente todos os moradores participariam, pois se interessariam em trabalhar na própria comunidade. Com a implantação de novas atividades não seria preciso procurar trabalho nas fazendas nem mudar para a cidade ou vender suas propriedades, muitas vezes as pessoas aproveitam dos moradores por não terem opção e compra as propriedades por um preço baixo.

Uma das preocupações dos moradores é ativar a associação, tem encontrado muitos obstáculos, pois eles não têm a documentação da comunidade o pouco que restou não é suficiente, a maior parte dos documentos se perderam ao logo dos tempos. Mas nada que impeça as reuniões entre os moradores que são realizadas uma vez por mês.

Quando questionados sobre quais os produtos que gostaria de produzir, todos afirmarão que tem espaço de sobra dentro da comunidade, eles gostariam de construir uma horta comunitária, ou seja, é um projeto muito antigo desde o período de fundação da comunidade, mais nunca deram certo, eles necessitam de orientação para desenvolver a atividade em questão.

Os entrevistados foram questionados sobre o que os impedem de produzir, todos relataram: “temos os lugares, mais não temos apoio”, esses são um dos motivos, pois nem todos têm conhecimento mais não seria motivo para não construir mesmo assim todos contribuiriam.

Em relação aos produtos vendidos eles utilizam para complementar a renda, os moradores vêm vender na cidade para comprar outros produtos que não são produzidos na comunidade, todos os produtores gostariam de vender todos esses produtos dentro da comunidade, assim não teria que se deslocarem de ônibus, pois nem todos têm condução e são diversos tipos de produtos não agrícolas e in natura, todos produzidos artesanalmente dando complemento à renda mensal.

Considerando-se que as informações dos moradores foram de grande valia no decorrer da pesquisa relataram que utilizam o rio como área de lazer e tem muitos moradores da cidade que vem passar os finais de semana nas casas de seus familiares, outros acampam nas margens do rio por ser de fácil acesso e próximo da comunidade. Ainda afirmaram que uma das maiores diversões é o evento no dia 13 de junho, organizado pelo presidente da associação da igreja, dia esse que reúne todos os moradores da comunidade e ainda contam com a participação de diversos visitantes, eles acredita que o evento pode ser uma atividade turística já desenvolvida dentro da comunidade.

Para se ter uma idéia todos os entrevistados disseram que mostrariam o Rio Cachoeira, como atrativo para os visitantes por ser um local com diversas belezas naturais, e ainda pode ser usado para praticar diversas modalidades, pesca esportiva, canoagem, trilha, acampamento, ainda observação da fauna e flora.

Quando abordado sobre a pergunta se gostariam de receberem visitantes. Todos moradores afirmaram “seria muito bom, poderíamos apreender muito com novos visitantes, motivo este que seria mais fácil vender os produtos e assim aumentaria nossa produção”.

A Comunidade Cachoeira, sem dúvidas, pode se beneficiar tanto com o desenvolvimento endógeno quanto com o turismo comunitário, pois, como já foi citado, oferece atrativos naturais e culturais, porém são necessárias algumas ações que façam com que o turismo atue de forma participativa. Com o desenvolvimento e a divulgação do local, certamente acarretarão benefícios para a comunidade, que se beneficiaria de melhorias da estrutura e com o crescimento da renda familiar e mensal. Coriolano, (1998, p. 11) ressalta que: “a qualidade da imagem de um lugar turístico precisa ser respaldada por uma realidade local que ofereça condições viáveis para potencializar a oferta com a máxima confiabilidade que implica a estrutura e os limites dos sistemas naturais que dão suporte ao desenvolvimento econômico”.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta pesquisa foi adotada a Comunidade Cachoeira como área de estudo que está localizada no espaço rural. O turismo surge, então, como uma nova alternativa de melhoria na qualidade de vida das pessoas através da participação e interação no desenvolvimento das atividades na fabricação dos produtos. No entanto, foi possível perceber que a comunidade deve buscar novos conhecimentos e assumir a atividade turística no meio rural como complemento e fonte de renda familiar para os moradores. O turismo no espaço rural deve ser desenvolvido pela comunidade com a participação dos moradores, criando novos empregos e divulgando seus produtos, mas se faz necessário ainda, a participação do poder público e do setor privado, principalmente do município, que trará mais oportunidades para a comunidade receptora envolvida na atividade que serve como base para o turismo comunitário.

Por meio da realização desta pesquisa, foi possível constatar os diversos produtos existentes dentro da comunidade, esses produtos já contribuem na geração de renda. Ainda foi constatado que é realizado um evento todos os anos no dia 13 de junho em homenagem ao Padroeiro Santo Antônio nas dependências da comunidade, evento esse que gera renda e impactos positivos na infraestrutura da comunidade, esse que já vem acontecendo há 22 anos e conta com a presença de muitos visitantes da região. Com a realização deste evento, aumenta o fluxo de visitantes na comunidade, seu tempo de permanência e seus gastos contribuem para divulgação do local e complementa a renda familiar.

Constatou-se ainda, que a Comunidade Cachoeira possui grandes possibilidades de implantar e desenvolver o turismo comunitário, pois na comunidade existem atrativos como: o Rio Cachoeira, que é utilizado para lazer e prática de trilhas em seu percurso, pesca esportiva, passeio de canoa, que motivam os visitantes (turistas) e a comunidade local, ainda conta com varias espécies de animais.

Neste contexto, a atividade turística no meio rural é um segmento que vem ao encontro das necessidades dos proprietários rurais, com variados produtos, que englobam atrativos culturais e naturais. Os produtores das comunidades rurais com pouca produtividade econômica vêem no turismo uma oportunidade de desenvolvimento na qual buscam complementar e diversificar a renda local de cada morador.

Dentre todas as formas existentes para expressar seus valores culturais, a comunidade utiliza a culinária fabricando produtos que são preparados a partir dos hábitos alimentares, a maneira que uma pessoa prepara o produto determina a identidade cultural e local.

Conclui-se, portanto, que a prática do desenvolvimento endógeno contribui para a dinamização do turismo comunitário dentro da comunidade, pois um dos princípios da sustentabilidade da atividade turística é considerar a valorização dos produtos locais, visando à integração da comunidade em todo o processo de planejamento e organização da atividade turística.

Assim, o estudo do turismo é de fundamental importância em função do papel de desenvolvimento sócio-econômico que a atividade possui, na medida em que auxilia na compreensão da atividade pelos responsáveis pela implantação dos programas de desenvolvimento endógeno no local.

As decisões que vierem a ser tomadas por parte dos profissionais do turismo deverão estar embasadas nas discussões e no conhecimento do fenômeno da atividade turística e as suas constantes mudanças naturais e culturais, em busca de uma prática mais viável e participativa aliadas ao desenvolvimento endógeno e turismo comunitário.

Ao analisar a pesquisa, percebe-se o potencial turístico da comunidade, como, por exemplo, recursos culturais e naturais, nos quais a cultura que representa os familiares que, ao longo dos tempos, foram criados e representados através dos produtos ali fabricados, por pessoas simples, persistentes e batalhadoras.

Diante das informações coletadas, vale lembrar que a comemoração em homenagem ao Padroeiro Santo Antônio é o evento mais importante considerado pela comunidade.

Portanto, vale ressaltar, que na comunidade foi encontrada uma diversidade de produtos confeccionados pelos moradores, produtos esses que podem ser consumidos in natura ou derivados como bolos, doces e sucos, sem esquecer de mencionar os produtos não-agrícolas, todos esses já encontrados na comunidade e fabricados por eles.

É importante destacar que, foi identificado nesses produtos, um potencial que pode ser aproveitado pela comunidade como um atrativo para o fomento do turismo comunitário podendo complementar a renda familiar.

Vale ressaltar que, com o término da pesquisa, foi constatado que cabe às políticas públicas oferecer alternativas para a melhoria na qualidade de vida dessas pessoas com o desenvolvimento endógeno, base para o turismo comunitário, que pode contribuir para as atividades que possam se tornar complemento ao serem inseridas no cotidiano da comunidade. Contudo, faz-se necessário a promoção de cursos de capacitação para que haja organização e planejamento junto aos profissionais capacitados, além da criação de projetos que viabilizem a implantação de novas estratégias, planejamento este, a logo prazo e políticas publicas que se configurem como fatores essenciais para que aconteça o desenvolvimento do turismo comunitário.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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8. APÊNDICE

8.1. APÊNDICE A

FORMULÁRIO APLICADO A COMUNIDADE CACHOEIRA

ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

UNEMAT – CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE NOVA XAVANTINA

DEPARTAMENTO DE TURISMO

Projeto: Desenvolvimento Endógeno e Turismo Comunitário: a Comunidade Cachoeira – Nova Xavantina-MT como Cenário

Autora: Suelene Caetana de Araújo

Orientadora: Luciana Pinheiro Viegas

1. Gênero

( ) masculino

(...) feminino

2. Qual sua idade?

( ) 18-20 (...) 21-30

( ) 31-40 (...) 41-50

( ) 51-60 (...) 65 anos ou mais.

3. Qual a renda média mensal de cada família

( ) Menos de 1 salário mínimo.

( ) De 1 a 2 salários mínimos

( ) De 2 a 3 salários mínimos

( ) Maior que 3 salários mínimos.

4. Qual o grau de escolaridade.

( ) Fundamental incompleto

( ) Fundamental completo.

( ) Analfabeto.

( ) Ensino médio incompleto.

( ) Ensino médio completo.

( ) Ensino superior incompleto.

( ) Ensino superior completo.

5. Na comunidade já existe alguma atividade turística sendo desenvolvida?

( ) sim

( ) não

6. Qual?___________________________________________________________________

7. Você entende como pode ser a atividade de turismo comunitário?

( ) sim

( ) não.

8. Teria interesse em saber a importância da atividade para a comunidade?

( ) sim

( ) não

( ) pouco

( ) nenhum.

9. Já participou de alguma atividade voltada para o turismo?

( ) palestra

( ) reunião

( ) nenhuma

( ) outros.

10. Em sua opinião seria bom trabalhar em parceria?

( ) sim

( ) não.

11. Acredita que trabalhando em grupo seria mais fácil desenvolver a atividade?

( ) sim

( ) não.

12. Gostaria de participar?

(...) sim

( ) não.

13. Já tem morador que vende algum tipo de produto?

( ) sim

( ) não.

14. Quantas pessoas residem aqui?_______________________________________________

15. Há quanto tempo mora na Comunidade Cachoeira?_______________________________

16. Vocês têm associação?______________________________________________________

17. Vocês se reúnem com que freqüência?_________________________________________

18. O que você gostaria de produzir em sua propriedade?
___________________________________________________________________________

19. O que o impede de produzir?
___________________________________________________________________________

20. Quais são os produtos vendidos pelos moradores da comunidade?
___________________________________________________________________________

21. Como faz para se divertir aqui na comunidade?
___________________________________________________________________________

22. Existe alguma festa típica aqui na comunidade?
___________________________________________________________________________

23. Quem organiza?___________________________________________________________

24. Todos colaboram?_________________________________________________________

25. Vocês gostariam de receber visitantes na comunidade?____________________________

26. O que mostrariam para eles?
___________________________________________________________________________

27. O que tem na comunidade que poderia fazer parte do desenvolvimento do turismo?
___________________________________________________________________________

28. Quais as atividades você acha importante desenvolver aqui na comunidade?
___________________________________________________________________________

9. ANEXO

9.1. ANEXO A

IMAGENS DA COMUNIDADE CACHOEIRA


Figura 24: tirada no decorrer da pesquisa de campo e aplicação dos formulários entrevista com uma moradora da Comunidade Cachoeira.
Fonte: Própria (2010)


Figura 25: Entrada para a Comunidade Cachoeira do lado esquerdo da BR-158, km 165, s/n zona rural, a 15 km da cidade de Nova Xavantina - MT.
Fonte: Própria (2010)


Figura 26: Residência Comunidade Cachoeira (um meio de transporte e lazer para os moradores).
Fonte: Própria (2010)


Figura 27: Via de acesso a Comunidade Cachoeira.
Fonte: Própria (2010)


Figura 28: Residência e via de acesso na Comunidade Cachoeira.
Fonte: Própria (2010)


Figura 29: Campo de futebol na Comunidade Cachoeira (Lazer).
Fonte: Própria (2010)


Figura 30: Comunidade Cachoeira (Lazer).
Fonte: Própria (2010)


Figura 31: Comunidade Cachoeira (horta produtos in natura).
Fonte: Própria (2010)


Figura 32: Comunidade Cachoeira (maracujina produto in natura).
Fonte: Própria (2010)


Figura 33: Comunidade Cachoeira (alho produto in natura).
Fonte: Própria (2010)


Figura 34: Comunidade Cachoeira (pepino para conserva, produto in natura).
Fonte: Própria (2010)


Figura 35: Comunidade Cachoeira (galinhas para o consumo próprio e venda).
Fonte: Própria (2010)


Figura 36: Comunidade Cachoeira (requeijões produto não agrícolas e agropecuários).
Fonte: Própria (2010)


Figura 37: Comunidade Cachoeira (horta produto in natura para consumo do proprietário).
Fonte: Própria (2010)


Figura 38: Comunidade Cachoeira (produção de farinha para comercialização).
Fonte: Própria (2010)


Figura 39: Comunidade Cachoeira (produção de polvilho para comercialização).
Fonte: Própria (2010)


Publicado por: Suelene Caetana de Araujo

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