O enfermeiro na coleta do material citopatológico: a percepção da usuária do Sistema Único de Saúde

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1. INTRODUÇÃO

As mulheres possuem uma expectativa de vida maior que a dos homens; todavia, elas ficam mais doentes que eles. Representando mais de 50% da população no Brasil, elas são as frequentadoras mais assíduas do Sistema Único de Saúde. Existem hoje no país diversos programas e políticas voltados para a saúde da mulher, como por exemplo, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, elaborado pelo Ministério da Saúde; documento este que busca garantir à mulher seus direitos, diminuindo assim as taxas de morbimortalidade por doenças que podem ser evitadas antecipadamente (BRASIL, 2004; BRASIL, 2013).

Um exemplo de diretriz que visa abordar doenças que podem ser evitadas antecipadamente não só voltado para a saúde da mulher, mas da população em geral, é a Linha-Guia Hiperdia, um material criado pelo Estado de Minas Gerais para nortear os profissionais e as equipes de saúde a adotarem medidas de promoção à saúde e prevenção dos agravos que podem acometer pessoas portadoras da Hipertensão e Diabetes. Sendo assim, os profissionais da Atenção Básica atuam na educação em saúde para evitar doenças e fatores de risco cardiovasculares (MINAS GERAIS, 2013).

O câncer é uma doença que tem como característica o crescimento fora de ordem e descontrolado das células, crescimento este que tem a tendência a invadir tecidos adjacentes ao do local acometido. O câncer vem ganhando cada vez mais amplitude se tornando um problema de saúde publica, não só em países desenvolvidos, mas também naqueles em vias de desenvolvimento. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (2012), estima-se que no ano de 2030 haja 27 milhões de casos de câncer no Brasil. Um cálculo feito pelo próprio Instituto Nacional do Câncer (INCA) a partir dos casos que ocorreram no país entre o ano de 2000 e 2009, estimou-se uma taxa de incidência referente ao biênio de 2012/2013 de Câncer do Colo do Útero (CCU) no valor de 17.540 casos, o equivalente a 17 novos casos a cada 100 mil habitantes do sexo feminino. Já para o ano de 2014, estima-se que haja cerca de 15.590 novos casos de CCU no Brasil (BRASIL, 2012; BRASIL, 2014).

O Câncer do Colo do Útero está presente com maior freqüência nas mulheres com idade a partir dos 30 anos, uma incidência que tende a aumentar até a faixa etária de 50 a 60 anos. Vale ressaltar que este é um tipo de câncer que possui altos índices de cura quando detectado a tempo (BRASIL, 2012; BRASIL, 2014).

A transmissão do HPV (Papilomavírus Humano), vírus responsável pelo CCU, acontece por meio da relação sexual e o rastreamento desse tipo de câncer começa na atenção primária, tendo ainda, o Ministério da Saúde instituído, através da Portaria nº 2.439 de 8 de dezembro de 2005, uma Política Nacional de Atenção Oncológica que visa promover a saúde, assim como prevenir, diagnosticar e realizar o tratamento de pessoas acometidas pelo câncer. A Atenção Básica atua de diversas maneiras no controle do CCU, tendo início desde o cadastramento das usuárias até a realização dos cuidados paliativos. Por isso, ressalta-se a importância de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ter uma equipe que possua conhecimento a respeito da população residente em sua área pré-determinada (PNCCCU, 2011; BRASIL, 2013; PORTARIA Nº 2.439, 2005; SOUTO et al., 2005).

De acordo com a Portaria GM/MS nº 1.886 de 1997, é ideal que a Equipe de Saúde da Família seja composta por no mínimo Enfermeiro, auxiliares de enfermagem, médico e agentes comunitários de saúde. Já em 2008, através da Portaria GM nº 154, que “cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF”, novos profissionais foram introduzidos na Estratégia de Saúde da Família com o objetivo de melhorar as ações da Atenção Primária.

O Enfermeiro, como membro integrante da UBS, tem o papel de atender as mulheres de forma integral, realizando a consulta de enfermagem, (privativa do enfermeiro, prevista na lei 7.498), solicitando os exames que lhes são cabíveis pelos protocolos municipais e atuando na realização do exame citopatológico (BRASIL, 2013; LEI Nº 7.498, 1986).

Ao receber a notícia de confirmação de um câncer, a pessoa passa por momentos de preocupação e amargura, sendo sua família também acometida por tais sentimentos. O paciente oncológico precisa ser assistido de maneira integral, ajudando-o no combate à doença, além do apoio familiar que é de extrema importância nesse momento delicado de sua vida (BARROS; LOPES, 2007).

Profissionais na área da saúde, em evidência o Enfermeiro, tem o papel de proporcionar às mulheres acometidas pelo CCU um ambiente no qual elas tenham a oportunidade de trocar suas experiências vividas, além de auxiliar no tratamento da doença, promovendo melhoria em seus estilos de vida, tentando entender como essas mulheres ficam perante a necessidade de lutar contra algo incomum em suas vidas (LINARD et al., 2002).

Diante do exposto, busca-se compreender por meio de uma pesquisa de campo, de natureza descritiva e de abordagem qualitativa, a eficácia da atuação da enfermagem no âmbito da saúde pública. O presente estudo apresenta a seguinte questão norteadora: “Qual a percepção da usuária do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre a atuação do Enfermeiro na realização da coleta do material citopatlógico na Atenção Primária em Sete Lagoas?”.

2. JUSTIFICATIVA

Um estudo realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) revela que cerca de 15.590 mulheres terão Câncer do Colo do Útero em 2014 e com exceção do câncer de pele não melanoma, o CCU ocupará o terceiro lugar na lista de cânceres mais predominantes entre as mulheres, ficando atrás apenas do câncer de mama (espera-se 57.120 novos casos) e do câncer de cólon e reto (17.530 novos casos) (BRASIL, 2014).

Atualmente há 13 tipos de Papilomavírus Humano que são capazes de causar câncer de acordo com a International Agency for Research on Cancer, que é uma Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer da Organização Mundial de Saúde, cujo objetivo é realizar estudos sobre os diversos tipos de câncer no mundo. Desses 13 tipos de HPV existentes, o 16 e o 18 são os mais freqüentes, sendo encontrados em aproximadamente 70% dos casos de CCU detectados. É importante lembrar que O CCU foi o causador da morte de 265.000 mulheres em todo o mundo no ano de 2012 (IARC, 2014; BRASIL, 2014).

A vacinação contra o vírus HPV não é suficiente para combatê-lo; portanto as medidas de prevenção e busca desse câncer não devem ser deixadas de lado e a realização do exame preventivo, o Papanicolaou deve ser usado no rastreamento do HPV, principalmente porque esse tipo de câncer possui, desconsiderando o câncer de pele, maior capacidade de cura quando detectado antecipadamente (BRASIL, 2014).

Nesse momento o profissional Enfermeiro atua, realizando a consulta de enfermagem, coletando material citopatológico para rastreamento do Câncer do Colo do Útero, encaminhando para o profissional médico em caso de resultado de exame fora dos padrões de normalidade, além de prescrever, quando necessário, as medicações para combater corrimentos vaginais de acordo com o Protocolo Municipal (SETE LAGOAS, 2009).

Diante dos fatos apresentados acima, observa-se a grande incidência de casos de Câncer do Colo de Útero no país e o fato de sua prevenção ser essencial no controle e detecção precoce dos casos. Além disso, percebe-se a fundamental atuação da enfermagem na prevenção desse tipo de câncer, através da realização da coleta do material citopatológico. A partir dessa constatação, surge a necessidade de se avaliar a percepção da usuária do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre a atuação do Enfermeiro, realizador do exame preventivo na Atenção Primária em Sete Lagoas, para que seja possível avaliar do ponto de vista da usuária, a efetividade e qualidade do atendimento.

3. OBJETIVO GERAL

Discutir a percepção da usuária do Sistema Único de Saúde sobre a atuação do Enfermeiro na coleta do material citopatológico na Atenção Primária em Sete Lagoas.

3.1. Objetivos Específicos

- Descrever a atuação do Enfermeiro na realização do exame preventivo na Atenção Primária em Sete lagoas;

- Analisar a percepção da usuária do Sistema Único de Saúde a respeito da atuação do Enfermeiro na Atenção Primária.

4. ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente estudo refere-se ao projeto de pesquisa de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do curso de Bacharel em Enfermagem da Faculdade Ciências da Vida, contendo em sua estrutura os seguintes tópicos: introdução, justificativa, objetivo geral, objetivos específicos, estrutura do trabalho, referencial teórico, metodologia, apresentação e discussão dos resultados, e considerações finais. Tais tópicos foram desenvolvidos a fim de embasar cientificamente a pesquisa para que a mesma pudesse ser concluída, além de apresentar o projeto à banca examinadora.

5. REFERENCIAL TEÓRICO

Este tópico remete ao referencial teórico do presente trabalho, o qual desenvolve um conteúdo que fundamenta cientificamente a temática proposta, abordando tópicos sobre a Atenção Primária, o Câncer de Colo do Útero, a atuação do Enfermeiro na prevenção do Câncer do Colo do Útero na cidade de Sete Lagoas e a percepção da usuária do Sistema Único de Saúde perante essa atuação.

5.1. CÂNCER DE COLO DO ÚTERO

O corpo humano possui células das quais têm capacidade de se multiplicar e morrer, num ciclo continuado, mas também possui células que não são capazes de realizar esse processo, por exemplo, é o caso dos neurônios. As células cancerosas se diferem das células normais a partir do momento que deixam de morrer e prosseguem com uma multiplicação desordenada e incontrolável. Sendo assim, o câncer não possui a capacidade de realizar um controle das células que se multiplicam no corpo humano, fazendo com que elas tomem o espaço à sua volta (BRASIL, 2012 a).

O câncer do colo do útero leva anos para progredir e um dos principais motivos de seu aparecimento deve-se ao Papilomavírus Humano, ou simplesmente HPV, que pode ser adquirido por contato sexual. Algumas formas do HPV chegam a ser tratadas de forma voluntária pelo próprio organismo, mas já outras formas podem vir a causar lesões e se transformar em um câncer propriamente dito. Atualmente existem intervenções e prevenções que podem ser feitas ao longo da vida, evitando-se que esse tipo de câncer venha ocorrer e/ou desenvolver-se (BRASIL, 2012 a; OPAS, 2013).

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (2013), pode-se classificar a prevenção do Câncer do Colo do Útero em Prevenção Primária, Prevenção Secundária e Prevenção Terciária. A Prevenção Primária consiste na vacinação contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos, além de educação e promoção à saúde; e incentivo/distribuição de preservativos para aqueles que têm uma vida sexualmente ativa. A Prevenção Secundária direciona-se para mulheres acima de 30 anos, realizando a detecção precoce e identificação dos tipos de HPV encontrados, realizando seu tratamento caso for preciso. E por fim a Prevenção Terciária constitui-se em tratar as mulheres que possuem a forma invasiva do CCU, independente de sua faixa etária, sendo realizadas cirurgias e até mesmo radio e quimioterapia de acordo com a necessidade do caso.

5.2. ATENÇÃO PRIMÁRIA E SEUS USUÁRIOS: UM CONTATO DIRETO

Desde o ano de 1988 a Constituição Federal assegura em seu artigo de número 196 que a saúde é um direito de todo ser humano e o Estado tem o dever de garantir tal saúde à população. Diante disso, a principal porta de entrada ao sistema de saúde do país é Atenção Primária, ou ainda, Atenção Básica. Na Atenção Primária atua-se de forma individual e coletiva, não só promovendo, mas também prevenindo agravos à saúde da população, por meio de uma equipe de profissionais que exerce práticas sanitárias, de forma integral, permitindo ao indivíduo viver uma vida saudável (PNAB, 2006; LEI 8.080, 1990; APPS, 2007).

No Brasil, cada esfera do governo possui responsabilidades referentes à prática dos princípios da Atenção Básica no país. Um exemplo disso é o Ministério da Saúde, que tem como uma de suas funções estimular os municípios a adotarem a “Estratégia Saúde da Família” e garantir que as Unidades tenham infra-estrutura suficiente para manter-se em funcionamento; o que faz com que automaticamente tais unidades possuam profissionais qualificados (PNAB, 2006).

Portanto, percebe-se um sistema voltado para a saúde da população brasileira, um tema de grande importância, que se torna até mesmo uma forma de redemocratização do país. Diante disso, a partir da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), vem-se tendo cada vez mais a necessidade de melhoria na saúde e ainda a criação de novas políticas públicas sempre que necessário (PNPS, 2006).

O SUS conta com a participação do usuário em sua gestão e um exemplo claro de participação desse usuário é o Programa Saúde da Família (PSF), implantado no Brasil no ano de 1994, o qual é adotado desde então, tendo como um de seus objetivos fazer com que a população participe ativamente do seu desenvolvimento. Além do mais esse programa estabeleceu-se a fim de garantir à população o acesso aos serviços de saúde, de forma universal como o próprio SUS garante em seus princípios (LOURENÇÃO; SOLER, 2005; LABRA; FIGUEIREDO, 2002; BRASIL, S/D; COTA et al., 2006 apud MARTINS et al., 2008; PIRES; GOTTEMS, 2009).

No quesito saúde da mulher o Sistema de Saúde brasileiro também investe fortemente. Analisando o histórico de ações voltadas para a mulher pode-se encontrar diversos programas e citar, por exemplo, o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) lançado em 1984 e o Programa Nacional de Combate ao Câncer de Colo do Útero (PNCCCU), o qual se encontra na Portaria GM/MS nº 3040 de 1998 (PNCCCU, 2011).

O PAISM surgiu através da percepção de um atendimento insuficiente à saúde da mulher; mulher esta que ganha cada vez mais espaço no mercado de trabalho e desempenha importantes funções no meio familiar. Além disso, percebeu-se que a atenção à saúde da mulher era voltada apenas para o período da gravidez e parto (PAISM, 1984).

Já o PNCCCU foi criado com o objetivo de subsidiar gestores e profissionais da área da saúde, para que estes possam, dentro da temática “saúde da mulher”, planejar ações de controle ao Câncer do Colo do Útero. O PNCCCU também apresenta diretrizes sobre os cuidados no controle, realçando a função e atividades realizadas pelo INCA (PNCCCU, 2011).

O SUS avança graças à participação ativa da população e isso faz com que o Sistema alcance qualidade. Além do mais, os profissionais atuantes desse Sistema trabalham de forma conjunta e desempenham um trabalho em equipe para atender não só o indivíduo, mas também sua família de maneira integral, conhecendo-os melhor e podendo acompanhá-los mais de perto, causando satisfação ao usuário, fazendo com que este tenha confiança nos profissionais que o acompanha (MARTINS et al., 2008; OLIVEIRA; SPIRI, 2006).

5.3. ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

A prevenção e rastreamento do CCU1 ocorre com a realização do exame citopatológico, que é feito em uma sala devidamente equipada, devendo conter uma mesa ginecológica, e uma escada para que a mulher possa se posicionar na mesma. Também deve haver um local para que ela possa trocar de roupa, além do foco de luz para melhor visualização do campo e um cesto de lixo para descarte do material (BRASIL, 2013).

De acordo com o Ministério da Saúde, todas as mulheres com idade entre 25 a 64 anos devem ser rastreadas, ou seja, realizar o exame a cada três anos e aquelas que apresentam indícios de serem alvo do HPV também deve ser incluídas no rastreamento, independente de sua idade. Vale lembrar que esse exame deve ser feito a cada três anos após a mulher realiza-lo anualmente com dois exames negativos. Para mulheres a partir dos 64 anos, após dois exames negativos o exame citopatológico pode ser interrompido (BRASIL, 2013).

A realidade mostra que menos de 2% das mulheres conseguem ter acesso aos serviços de saúde no que diz respeito à coleta, mesmo sendo uma tecnologia que proporciona baixos custos ao Sistema de Saúde. Para que esse quadro se modifique, é preciso que haja profissional capacitado para atender a população feminina, envolvendo os vários setores que compõem a promoção à saúde, fazendo com que a mulher se mobilize, seja envolvida e participe dessa promoção. Portanto, é possível diagnosticar o CCU precocemente, ainda em sua fase inicial evitando-se assim que ele invada de maneira abrupta o colo uterino e seus tecidos adjacentes, podendo provocar, por exemplo, o sangramento no ato sexual (PRIMO et al., 2008; FRIGATO; HOGA, 2003; INCA, 2006 apud PRIMO et al., 2008).

Sendo assim, quando o assunto é a saúde da mulher, o Enfermeiro como profissional do Programa Saúde da Família tem importante papel na coordenação das Unidades de Saúde; papel esse que lhe foi designado diante das propostas do Ministério da Saúde. O Enfermeiro deve incentivar sua equipe para que a sua assistência possa ser de qualidade, pois esse campo de atuação oferece à usuária o cuidado de enfermagem (OLIVEIRA; SPIRI, 2006; PEDUZZI, 2000 apud MATUMOTO et al., 2011; BRASIL, 2001 apud PRIMO et al., 2008).

A cada dia que passa, o enfermeiro conquista mais espaço na área da saúde, assumindo um importante papel no cuidado da população. Este é um profissional que possui diversas habilidades, como o acolhimento, assistência à saúde e criação de vínculo com o usuário (sem considerar seu credo, raça e opção sexual). Tudo isso torna a enfermagem uma área de fundamental inclusão social no Sistema de Saúde e a humanização durante sua atuação faz com que paradigmas e barreiras entre usuária e Unidade de Saúde sejam quebradas, criando-se uma relação de confiança entre mulher e profissional da enfermagem. Vale lemmbrar que é de extrema importância abordar as usuárias da Unidade quando lá estiverem presentes realizando alguma outra atividade, fortalecendo-se assim o contato mulher x enfermagem (BACKES et al., 2010; MARÇAL; GOMES, 2013; MELO et al., 2012).

O Enfermeiro tem o dever de realizar busca ativa daquelas mulheres que não compareceram ao exame, aumentando a cobertura e esclarecendo essas mulheres a respeito do CCU (MISTURA et al., 2011).

O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (2007) vem justamente para reger os deveres e responsabilidades deste profissional. Já aqueles que compõem a Atenção Primária, têm suas atribuições definidas pela normatização do município e Distrito Federal, através das prioridades de sua gestão. Em Sete Lagoas o município designou ao profissional de saúde enfermeiro a função de realizar a prevenção do Câncer do Colo do Útero através da coleta do material citopatológico na Atenção Primária (SETE LAGOAS, 2009; PNAB, 2006).

5.4. PERCEPÇÃO DA USUÁRIA SOBRE A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO

A opinião do cidadão é tão importante na saúde pública do país que existem lugares apropriados para seu envolvimento como, por exemplo, as conferências de saúde. Somando-se a isso, diversos estudos vêm sendo desenvolvidos para avaliar a opinião do usuário não só se tratado dos serviços de saúde, mas também sobre os profissionais que o compõe e contudo, sobre a atuação do Enfermeiro na Atenção Primária (MARTINS et al., 2008).

Para ilustrar a opinião do usuário do SUS a respeito da atuação do Enfermeiro, tem-se como exemplo uma pesquisa realizada na cidade de Guanambi na Bahia, onde foi feito um levantamento em nove Unidades de Saúde, do qual verificou-se que os usuários cadastrados nessas Unidades eram em sua maioria mulheres, atingindo o correspondente a 84,7% da amostra estudada. Nesse mesmo estudo, também foi verificado através do relato dos usuários que os mesmos possuem uma boa relação com o profissional Enfermeiro, fazendo com que esse convívio proporcionasse a participação dos usuários na Unidade de Saúde (AMARAL et al., 2011).

No ano de 2006 no Instituto de Prevenção do Câncer do Ceará, trinta e quatro mulheres que realizavam regularmente o exame preventivo foram submetidas a um estudo, das quais relataram ter tido medo, vergonha, tensão e desconforto ao primeiro exame. Além disso, duas dessas mulheres relataram se sentirem melhores sendo atendidas por um profissional do sexo feminino (SOUSA et al., 2008).

Na região do Vale dos Sinos, no estado do Rio Grande do Sul, 5 mulheres pertencentes a uma Unidade de Saúde foram investigadas a respeito do seu conhecimento sobre a prevenção do Câncer de Colo Uterino e foi verificado que os profissionais Enfermeiros não possuíam estratégias eficientes para passar às usuárias informações sobre este tipo de câncer. No estado da Paraíba, onde vinte mulheres também foram investigadas, pôde-se detectar, através do relato das entrevistadas, falhas em momentos educativos, falhas nas orientações e informações repassadas a elas. Além disso, 44% dessas mulheres manifestaram sobre o desejo de se ter um profissional médico ginecologista na Unidade (THUM et al., 2008; SANTOS et al., 2010).

Já uma pesquisa feita com nove homens e quinze mulheres na cidade de Juiz de Fora para saber sobre qual é a percepção dos usuários a respeito do profissional Enfermeiro na Atenção Básica. Os entrevistados não souberam dizer qual o papel do Enfermeiro na Unidade e mesmo depois de serem instigados a pensar sobre o assunto, muitos ligaram a figura do Enfermeiro a um profissional de habilidade técnica, um profissional que por exemplo, administra uma injeção ou afere sua pressão arterial. Não souberam, portanto, relatar outras ações desenvolvidas pelo profissional (CAÇADOR et al., 2012).

A partir desse estudo realizado em Juíz de Fora, observou-se como as pessoas têm uma percepção confusa sobre essa atuação, referindo-se apenas aos procedimentos técnicos realizados, não sabendo distinguir o Enfermeiro de outros profissionais da Unidade de Saúde, o que deixa ainda mais visível a necessidade de enfermeiros que possam mostrar à população o seu real papel (VALE; PAGLIUCA; QUIRINO; 2009 apud CAÇADOR et al., 2012).

6. METODOLOGIA

Este tópico retrata sobre o método do qual foi realizado a presente pesquisa, pois segundo Markoni e Lakatos (2009) “todas as ciências caracterizam-se pela utilização de métodos científicos” e que não existe ciência sem o uso de algum dos métodos existentes.

6.1. CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A presente pesquisa é classificada, de acordo com seu objetivo, como descritiva; quanto aos seus fins, qualitativa e quanto aos seus procedimentos, é classificada como pesquisa de campo.

Uma pesquisa de fim descritiva possui o objetivo de descrever as características de determinada população, assim como levantar opiniões e atitudes, do qual o pesquisador irá verificar e analisar as informações colhidas, sem alterá-las ou mesmo modificá-las. Portanto, a pesquisa se torna descritiva a partir do momento que a opinião de mulheres foram coletadas, descritas e analisadas nos capítulos a diante (GIL, 2002; ANDRADE, 2010).

Quanto os fins, a pesquisa estimula a entrevistada a pensar e falar livremente sobre os pontos propostos no questionário, através de um roteiro, em qual o conteúdo será analisado, não havendo preocupação em projetar resultados numéricos. O objetivo maior é a discussão, o que torna a pesquisa qualitativa. Sendo assim, a finalidade desse estudo qualitativo é discutir sobre a percepção da mulher usuária do Sistema Único de Saúde a respeito da atuação do Enfermeiro (GIL, 2002).

O estudo é de campo, uma vez que o pesquisador foi a campo coletar e conseguir o máximo de informações sobre um determinado problema, procurando uma resposta ou até mesmo comprovar uma hipótese, que neste caso vem a ser qual a percepção que a usuária do SUS tem sobre o Enfermeiro durante sua atuação na na realização do exame preventivo (MARKONI, LAKATOS, 2009; ANDRADE, 2010).

6.2. LOCAL DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada na cidade de Sete Lagoas, Minas Gerais.

6.3. SUJEITOS DA PESQUISA

Os sujeitos da presente pesquisa são mulheres usuárias do Sistema Único de Saúde, que realizam o exame preventivo com o profissional Enfermeiro na Atenção Primária. Os critérios para a seleção dos sujeitos pesquisados foram:

 Residir e realizar a coleta do material citopatológico na cidade de Sete Lagoas/MG;

 Realizar a coleta exclusivamente com o profissional Enfermeiro;

 Concordar em ter o áudio do diálogo durante a entrevista gravado;

 Ter idade acima de 18 anos;

 Assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Ao final da pesquisa, foram entrevistadas 16 mulheres no total, das quais todas atenderam aos requisitos acima.

6.4. COLETA DE DADOS

A primeira etapa do presente estudo refere-se à coleta de material bibliográfico. A busca por este material foi realizado na Biblioteca Escritora Maria Auxiliadora Matos de Melo na Faculdade Ciências da Vida. Sites de pesquisa também foram utilizados, sendo estes: o da Revista Oficial do Conselho de Enfermagem, Cadernos de Saúde Pública (Reports in Public Health – Scielo), Revista de Saúde Pública, Biblioteca Virtual em Saúde – BVS, Portal de Revistas em Enfermagem – REVENF, Portal Saúde, Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Planalto, Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais e no Instituto Nacional do Câncer - INCA.

Após ser feito uma busca ativa nas fontes referidas acima, foram recolhidos cerca de 63 artigos e 14 livros e realizado a leitura e uma escolha fundamentada, selecionando-se assim 47 artigos e 06 livros, descartando-se aqueles que não atenderam aos objetivos e/ou não possuíam conteúdo válido para enriquecer e fundamentar teoricamente este trabalho.

A segunda etapa é referente à coleta de dados no campo, sobre a percepção da usuária sobre a atuação do profissional Enfermeiro na realização do exame preventivo. Esta etapa foi realizada no primeiro semestre do ano de 2014, consistindo na realização de entrevistas às usuárias do Sistema Único de Saúde na cidade de Sete Lagoas.

Foi usado um gravador para gravar a entrevista feita à essas mulheres. As entrevistadas foram indagadas e estimuladas a falar sobre sua percepção perante a atuação do profissional Enfermeiro e sua opinião sobre este realizar a coleta do material citopatológico no exame Papanicolaou. Todas foram questionadas sobre como se sentiam sendo atendidas pelo enfermeiro, sobre sua opinião a respeito desse profissional realizar o exame preventivo, se gostariam que outro profissional realizasse o exame e ao final, se havia algo mais que gostariam de falar.

As entrevistadas falaram livremente a respeito do tema abordado, não sofrendo nenhuma interferência ou influência vinda do pesquisador. As perguntas utilizadas no momento da entrevista foram: 1) Como você se sente sendo atendido pelo enfermeiro?; 2) O que você acha do enfermeiro realizar o exame preventivo?; 3) Gostaria que outro profissional realizasse esse exame? Por que?; 4) Algo mais que você queira falar?

Todas as mulheres abordadas aceitaram participar da pesquisa. Foram entrevistadas no total 16 mulheres usuárias de cinco “Estratégia Saúde da Família” distintas, não sendo utilizado nenhum software para determinar a amostra coletada. O número de pessoas entrevistadas foi definido através do critério de “exaustão de falas”

6.5. ANÁLISE DE DADOS

Os dados coletados nesta pesquisa foram baseados em fontes secundárias, uma vez que a população foi entrevistada, tendo suas respostas analisadas e computadas para obtenção de respostas, objetivando-se solucionar a questão norteadora existente. A coleta dos dados foi realizada através de uma entrevista gravada presencialmente com a usuária que realiza a coleta do material citopatológico na Atenção Primária em Sete Lagoas e a análise deste conteúdo das entrevistas baseia-se no método de Análise de Enunciação de Bardin (2011). Não foi utilizado nenhum software estatístico na interpretação dos resultados.

6.6. ASPÉCTOS ÉTICOS E LEGAIS

Ao ir a campo para a realização desta pesquisa, o pesquisador ao se deparar com as usuárias do Sistema Único de Saúde esclareceu-as sobre o estudo que estava sendo realizado para que as mesmas pudessem optar entre participar ou não da pesquisa. Uma vez aceita a participação, as mulheres tiveram de assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que encontra-se no ANEXO A deste trabalho.

7. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Esse tópico trata-se da apresentação e da discussão dos resultados, ou seja, o produto do processamento dos dados colhidos em campo pelo pesquisador e a discussão de tal produto. Além disso, aborda sobre o método utilizado para realizar a análise do conteúdo.

7.1. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Os resultados apresentados aqui foram obtidos através de uma comunicação dual, ou seja, um diálogo oral entre duas pessoas, resultado de uma entrevista presencial. O produto dessa pesquisa seguiu a linha de Análise de Conteúdo de Bardin (2011), da qual possui três etapas: pré-análise; exploração do material ou codificação e tratamento dos resultados.

Segundo Bardin (2011) a pré-análise é uma etapa que conta com a escolha dos documentos que serão analisados, além da formulação dos objetivos de tal análise. Já a exploração do material é quando os dados são modificados e reunidos para que haja uma descrição mais precisa do contexto. Por fim, o tratamento dos resultados, que consiste em analisar os resultados para que estes possam ter um significado.

Manifestaram-se quatro categorias após a realização das entrevistas, sendo elas: 1) a abordagem humanizada do profissional Enfermeiro; 2) dúvida perante a capacitação do profissional para coletar do material citopatológico; 3) preferência por um profissional do sexo feminino; 4) existência de um modelo biomédico entre as usuárias.

As usuárias do SUS que participaram da pesquisa têm sua identidade preservada e suas falas são referidas abaixo apenas como ENTREVISTADA, recebendo cada uma dessas entrevistadas uma numeração para que possam ser melhor identificadas durante a análise do conteúdo.

7.2. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Este tópico apresenta os dados coletados em campo, ou seja, relatos das usuárias do Sistema Único de Saúde, além de sua discussão juntamente com embasamento científico.

7.2.1. Abordagem do Profissional Enfermeiro

A cada dia que passa o profissional enfermeiro vem adquirindo mais responsabilidades administrativas, o que chama atenção para resgatar a importância humanística do atendimento, uma vez que a enfermagem constantemente procura proporcionar o bem estar do indivíduo, além de promover sua saúde e atuar na profilaxia de patologias e agravos (BEDIN; RIBEIRO; BARRETO, 2004).

O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE) estabelece como responsabilidade para a classe, que os profissionais exerçam a profissão com competência, equidade e que proporcione ao indivíduo e sua família uma assistência de qualidade e livre de danos (CEPE, 2007).

“Me sinto bem, segura. Toda vez que eu precisei fui muito bem atendida.” (ENTREVISTADA 02)

“Olha, acho bom, graças a Deus encontrei enfermeira boa, muito educada, me atendeu muito bem.” (ENTREVISTADA 15)

Percebe-se através dos relatos das entrevistadas que a humanização durante o atendimento do Enfermeiro vem sendo posta em prática de maneira eficaz. Para Mistura et al., (2011) o Enfermeiro deve sempre atuar de forma humanizada durante o atendimento à usuária, atentando para educação em saúde e fazendo com que consequentemente essas mulheres procurem mais a Unidade de Saúde, aumentando a demanda e cobertura de exames preventivos.

“[...] não tenho o que reclamar não, eles atendem super bem.” (ENTREVISTADA 16)

Durante um estudo realizado em Guanambi - BA, também foi possível verificar uma boa relação mulher X Enfermeiro, fazendo com que houvesse um aumento na participação da população na Unidade estudada (AMARAL et al., 2011).

"Eu acho o atendimento bom, todas as vezes que eu preciso, eu sou bem atendida." (ENTREVISTADA 10)

A partir da criação da Política Nacional de Humanização - PNH, a humanização vem sendo exercida constantemente no âmbito do SUS, buscando atingir um atendimento de qualidade. Além disso, a união entre a saúde pública e as escolas de ensino superior melhora cada vez mais a prestação de serviços uma vez que são criadas parcerias e programas entre o Ministério da Educação e Ministério da Saúde (BRASIL, 2004 a; PRO-SAÚDE, 2005).

O curso de Graduação em Enfermagem possui diretrizes curriculares estabelecidas pelo Conselho Nacional da Educação (CNE), que tem a função de verificar se a legislação educacional está sendo exercida efetivamente, cuidar para que o ensino nas instituições seja de qualidade, além de garantir que a população participe na melhoria da educação. Uma resolução do CNE de 2001 estabelece um plano para as grades curriculares do curso de Enfermagem, a fim de reger o perfil do graduando durante sua formação profissional. Portanto, esse futuro profissional de enfermagem deve ter uma formação humanista e baseada nos princípios éticos da profissão (CNE/CES Nº 3, 11/2001).

“Sempre fui bem tratada, a enfermeira é muito educada e o que importa pra mim é ser sempre bem atendido.” (ENTREVISTADA 15)

As pessoas querem apenas serem bem atendidas, tratadas com educação e atenção. Elas buscam por uma humanização durante o atendimento e quando isso ocorre, é possível satisfazer de maneira positiva o indivíduo. Portanto, quando as usuárias do SUS de Sete Lagoas foram questionadas sobre o atendimento realizado pelo profissional Enfermeiro, relataram receber um atendimento com características humanísticas.

“O atendimento foi bom, a enfermeira me tranqüilizou, pois eu estava nervosa.” (ENTREVISTADA 13)

O Enfermeiro é peça chave para atrair e incentivar as mulheres a realizarem o preventivo. A partir do momento que este profissional aborda essas mulheres de maneira eficiente e com qualidade, cria-se um vínculo entre ambas e uma relação de confiança. Para Santos et al., (2010) também é preciso que todos os profissionais da equipe sejam conscientizados a respeito dos benefícios de se oferecer um atendimento de qualidade e sobretudo humanizado à mulher.

"Graças a Deus eles atende nós muito bem, não tenho nada que reclamar de lá não. Eles atendem a gente muito bem. Tanto a enfermeira como as meninas todas lá, tenho nada que reclamar não." (ENTREVISTADA 07)

Uma Unidade de Saúde que possui uma equipe capacitada, integrada e que trabalha realmente de maneira interdisciplinar tem um diferencial e as usuárias percebem não só o atendimento humanizado por parte do Enfermeiro mas também de toda a equipe ali presente.

[...] eu gosto muito de todo mundo que trabalha lá. Me dou bem com todo mundo, inclusive com o médico, com enfermeira, então...pra mim tá tranquilo." (ENTREVISTADA 09)

Sendo assim, diante dos dados coletados em campo, percebe-se a existência de uma qualidade durante o atendimento do Enfermeiro na Atenção Básica. Isso evidencia-se através do relato das usuárias que alegam terem sido sempre bem atendidas pelo Enfermeiro na Unidade, tendo um bom relacionamento com esse profissional.

7.2.2. Formação do Enfermeiro e seu papel na sociedade

Após sua formação no ensino superior, o indivíduo deixa de ser acadêmico e se torna Enfermeiro; profissional este integrante da Equipe de Saúde na Atenção Primária. A partir de sua atuação como Enfermeiro, ele possui funções privativas, assim como responsabilidades, direitos e deveres. Dentre essa temática, pode-se citar, por exemplo, a responsabilidade que esse profissional tem de aprimorar seus conhecimentos científicos em virtude das pessoas (LEI 7.498, 1986).

“Olha, eu me sinto a vontade, porque o enfermeiro também ele sendo capacitado, de acordo com as necessidades do que a gente precisa né? Pra ser tratado, igual os exames, essas coisas assim, então é normal, é tranquilo.” (ENTREVISTADA 11)

Para Marçal e Gomes (2013), é de grande importância que Enfermeiros recebam frequentemente educação continuada para que possam estar por dentro das novidades referentes à citologia oncótica, mantendo-se atualizados nessa temática.

“Eu acho que pra mim tá certo ué, ele estudou pra isso né? Ta certo.” (ENTREVISTADA 06)

"Se realmente ele tiver assim, um conhecimento, é bom, não me importo desde que ele tenha conhecimento nessa área (ENTREVISTADA 02)

As mulheres entrevistadas também buscam tirar suas dúvidas com o Enfermeiro, uma vez que ele realiza o exame citológico. Além disso, este é um profissional que possui grande assiduidade na Unidade de Saúde, o que faz com que um grande vínculo mulher X Enfermeiro seja criado. Mistura et al., (2011) manifesta uma opinião similar da qual diz que o Enfermeiro tem um papel de grande valia, já que este criou através de educações em saúde desenvolvidas, um grande vínculo com a comunidade.

“[...] uai, eu acho que ele ta agindo como um...é...como se fosse um ginecologista comum ué. Se ele tem conhecimento pra isso... O atendimento deles é bom, sabe? Tudo que você pergunta, qualquer dúvida que você tem eles esclarecem normal, como se fosse um ginecologista comum.” (ENTREVISTADA 16)

Algumas mulheres entrevistadas demonstraram estar satisfeitas com o atendimento do Enfermeiro quando indagadas sobre o que achavam deste profissional realizar o exame preventivo. Porém, demonstraram uma certa incerteza, não sabendo ao certo sobre a capacitação desse profissional e nem sobre sua formação acadêmica.

“Desde que a enfermeira seja capacitada, que ela saiba fazer isso, eu não vejo nenhum problema, pra mim é normal, tranqüilo.” (ENTREVISTADA 11)

"Fiquei em dúvida... será que está fazendo certo ou não?" (ENTREVISTADA 13)

“Eu acho correto porque ele praticamente deve ter consciência do que ele ta fazendo ne, então eu confio.” (ENTREVISTADA 10)

É uma realidade na cidade de Sete Lagoas – MG, a realização da coleta do material citopatológico pelo Enfermeiro, tarefa essa que lhe foi designada através do Protocolo Multidisciplinar de Coleta de Citopatologia (2009). O profissional deve estar atento a esse tipo de sentimento presente na vida das usuárias de sua Unidade, apresentando-se antes do procedimento, esclarecendo-as sobre sua formação profissional e explicando que esse é um procedimento de sua capacidade e responsabilidade, que consequentemente ele está apto para realizá-lo.

7.2.3. Enfermagem: uma profissão predominantemente feminina

Enfermagem na história surge com o sentimento de ajudar ao próximo quando este não é mais capaz de suprir suas próprias necessidades. Em eras passadas, observa-se a figura da mãe assumindo papel de primeira enfermeira da família. A propagação do Cristianismo fez com que várias mulheres dedicassem seu tempo a ajudar pessoas pobres e enfermas. No âmbito dos conventos, muitas das abadessas se dedicavam a áreas como letras ou filosofia, porém praticamente todas ali presentes trabalhavam de algum modo a ajudar nos hospitais e nos cuidados com os doentes, sendo a enfermagem uma ciência exercida pelas igrejas (PAIXÃO, 1979).

Com a descoberta do Brasil, vieram juntamente com a colonização de Portugal, as Santas Casas, uma espécie de casa de caridade que possuía hospitais e abrigos para os pobres e órfãos. As irmãs de caridade que chagavam ao Brasil iam sendo encaminhadas para as Santas Casas existentes. Como pioneira da enfermagem no país, tem-se Ana Neri, uma mulher que aos 51 anos de idade embarca voluntariamente com militares na guerra do Brasil contra o Uruguai, a fim de prestar cuidado aos feridos em batalha. Observa-se então o modo como a enfermagem, no decorrer da história, apresentou-se ser uma profissão predominantemente exercida por mulheres (PAIXÃO, 1979).

“Eu não acho bom quando é enfermeiro não, eu gosto com enfermeira.” (ENTREVISTADA 07)

Despir-se e expor o corpo da forma como é feito no momento do exame acaba causando sentimentos como vergonha, medo, nervosismo, ansiedade na mulher, uma vez que o Papanicolau é um exame que faz com que a sexualidade da mulher seja exposta. Muitas vezes aquele momento é o primeiro contato que essa mulher está tendo com o Enfermeiro da Unidade e quando elas se deparam com um profissional do mesmo sexo, consequentemente se sentem mais à vontade e tranquiladas para expor-se.

“Se for mulher, a preferência é muito melhor.” (ENTREVISTADA 12)

Uma pesquisa realisada no Instituto de Prevenção do Câncer do Ceará também houveram dois relatos de mulheres entrevistadas a respeito de se sentirem melhor sendo atendidas por um profissional do sexo feminino (SOUSA et al., 2008).

Sousa et al., (2008) acredita que uma simples atitude, como por exemplo, o profissional se dirigir até a sala de espera onde se encontram as mulheres para se apresentar, conversar e explicar à elas sobre o procedimento e a respeito da postura que será adotada por ele durante o procedimento, faz com que haja maior aceitação de um profissional do sexo oposto por parte dessas mulheres, diminuindo-se assim a recusa apresentada automaticamente por elas.

7.2.4. Influência da medicina na sociedade

Esperava-se que com a constante evolução da medicina e o crescimento dos hospitais aos longos das décadas passadas, a enfermagem recebesse consequentemente maior valorização, mas, no entanto, isso não aconteceu. A enfermagem, durante muitos anos, apresentou ser uma profissão de conhecimentos empíricos, voltada apenas aos cuidados do enfermo (PAIXÃO, 1979).

Até mesmo nos dias atuais percebe-se como o Enfermeiro tem sua imagem ligada a um profissional apenas de cuidados, e ainda, um profissional que possui apenas habilidade técnica relacionadas cuidado.

"Pra mim o enfermeiro tá bom. Pra mim, na minha opinião tá bom, mas se tivesse outro era melhor. Um que entende mais disso aí (ENTREVISTADA 05)

"Enfermeiro faz é um curativo, dar uma injeção, olha a pressão e não pra fazer um exame desse, né?” (ENTREVISTADA 08)

Uma situação semelhante a essa ocorreu na cidade de Juíz de Fora, Minas Gerais, onde foi feita uma pesquisa com nove homens e quinze mulheres para saber qual era a percepção dessas pessoas a respeito do Enfermeiro na Atenção Básica. Os entrevistados apresentaram dificuldade em dizer qual o papel do Enfermeiro na Unidade e mesmo sendo instigados a pensar sobre a atuação desse profissional, muitos relataram que o Enfermeiro era um integrante da equipe com habilidades técnicas, que tinha como função administrar uma injeção ou aferir uma pressão (CAÇADOR et al., 2012).

Mesmo o Enfermeiro realizando atividades mais complexas, que são de sua responsabilidade e/ou privativas de sua função, o paradigma se mantém presente dentre a população. Vale ressaltar que o profissional da enfermagem é proibido pelo CEPE de realizar serviços que compete a um outro profissional (COFEN, 2007).

"Eu acho errado...assim, não é competência delas né? Eu acho que devia de ser o médico mesmo. Elas fazem mas não é da competências delas. Elas num estudou praquilo, o médico que estudou pra isso." (ENTREVITADA 08)

Já a medicina aparece na história como o centro do atendimento, deixando de lado o modelo interdisciplinar médico e equipe de saúde, assumindo papel exclusivamente curativista, com decisões centralizadas ao médico. Outras profissões não conseguiram obter tanto poder de diagnóstico no decorrer de sua história e nem a monopolização da cura (CUTOLO, 2006; MACHADO et al., 1997).

Quando as entrevistadas foram questionadas sobre qual era o profissional de sua preferência na hora da coleta do material citopatológico, pôde-se perceber através do relato de três entrevistadas que a medicina ainda se mantém como o centro do atendimento, como a profissão que dá a última palavra, demonstrando ser a única profissão a poder realisar determinas funções, no caso, o exame preventivo.

"Ah eu gostaria do médico certo praquilo. Que vai que uma enfermeira faz uma coisa errada." (ENTREVISTADA 08)

"Tem que ser a pessoa certa praquilo. Cada um num tem a sua função? Ela é enfermeira, mas não pra isso. Isso aí é pra um médico, não é pra enfermeiro." (ENTREVISTADA 08)

O médico tem papel de diagnosticar e na maioria das vezes é a sua opinião que prevalece. Este profissional possui certa autoridade sobre seu paciente, além de um grande poder de influência. A medicina conseguiu ao longo dos anos conquistar uma grande credibilidade com a sociedade, devido às exigências da corporação e sobretudo o apoio do Estado. No decorrer de sua evolução, os médicos conseguiram, através de diversos mecanismos, serem rotulados como profissionais de suma importância e indispensável no Sistema de Saúde (MACHADO et al., 1997).

“Não me sinto bem não. Não acho correto, porque não é uma profissão certa da enfermeira essa. Gostaria que fosse ginecologista.” (ENTREVISTADA 04)

“O enfermeiro não é igual o médico não, é? (risadas) Me sinto insatisfeita. Por exemplo assim, se eu vou numa consulta que não é com o médico, é com o enfermeiro... mas aí não ta bom não.” (ENTREVISTADA 05)

É possível verificar, através do relato de algumas usuárias (quando indagadas sobre o Enfermeiro na realização do exame preventivo), a existência de um modelo que possui o médico no centro do atendimento.

“Eu acho errado. Assim... não é competência delas né? Eu acho que devia de ser o médico mesmo. Elas fazem, mas não é da competência delas. Elas num estudou praquilo, o médico que estudou pra isso.” (ENTREVISTADA 08)

Mesmo o Enfermeiro possuindo um vínculo e um contato maior com a usuária de sua Unidade, algumas mulheres apresentam um sentimento de insatisfação com sua atuação; atuação de um profissional que realiza a coleta do material citopatológico.

“[...] eu acho que o certo seria o médico e não o enfermeiro. Tem que ser a pessoa certa praquilo. Cada um num tem a sua função? Ela é enfermeira, mas não pra isso. Isso aí é pra um médico, não é pra enfermeiro." (ENTREVISTADA 08)

Diante desse sentimento de insatisfação, as mulheres demonstram ainda falta de conhecimento em saber que ele é um profissional capacitado para a função, que pode e está apto a realizar o procedimento.

A aderência à figura do médico como a única pessoa que detêm o conhecimento e o poder de realizar exames da complexidade do exame preventivo, faz com que não aprovem o Enfermeiro na execução da coleta, mantendo a continuidade de paradigmas como este.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS, LIMITAÇÕES DA PESQUISA, IMPLICAÇÕES DA PESQUISA, SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS

Este tópico refere-se às considerações finais do presente trabalho, assim como as limitações e implicações encontradas pelo pesquisador no decorrer de sua pesquisa, além de sua sugestão para futuros trabalhos que possam vir a ser desenvolvidos.

8.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acredita-se que os resultados apresentados no presente estudo não sejam conclusivos ou que sirvam para generalizar toda a população Sete Lagoana ou até mesmo a brasileira. Porém, ao término desta pesquisa de campo, pode-se observar, do ponto de vista da usuária do Sistema Único de Saúde, o atendimento realizado pelo Enfermeiro nas Unidades Básicas de Saúde, em especifico, sua atuação na prevenção do Câncer do Colo do Útero, realizando a coleta do material citopatológico.

Verifica-se, através das entrevistas realizadas, a presença de uma abordagem humanizada do Enfermeiro durante sua atuação. De acordo com a Resolução CNE/CES nº 3 (2001), a formação do Enfermeiro deve garantir que este tenha qualidade e humanização em seu atendimento e é possível perceber que isso vem acontecendo no âmbito da Saúde Pública em Sete Lagoas.

Das dezesseis mulheres entrevistadas, quatorze delas disseram que se sentem bem com o atendimento do Enfermeiro. Isso nos leva a refletir sobre os motivos que levaram a essa minoria (duas entrevistadas) não aprovarem a atuação do Enfermeiro. É preciso ir a fundo e desvendá-los, buscando intervir para se alcançar um serviço/atendimento de qualidade.

Pôde-se perceber também a humanização por parte de toda a equipe, o que é de grande valia para que essa mulher, usuária do Sistema Único de Saúde, não quebre seu vínculo com a Unidade, se sentindo à vontade para frequentá-la constantemente. Um atendimento de qualidade e com características humanitárias faz toda a diferença na hora de uma avaliação.

Deve-se atentar sobre a incerteza das mulheres perante a coleta do material citopatológico pelo Enfermeiro, uma vez que elas manifestaram dúvida sobre a capacitação do Enfermeiro, demonstrando desconhecer o Protocolo Municipal que designa a este profissional a função de realizar o exame preventivo.

Portanto, nota-se a necessidade que o Enfermeiro tem de esclarecer para as usuárias pertencentes à sua Unidade, as funções e atividades exercidas por ele, bem como sua formação profissional e as responsabilidades que possui com a Estratégia Saúde da Família, frisando os procedimentos privativos de sua profissão. Vale lembrar que segundo Mistura et al., (2011), o Enfermeiro precisa receber incentivos para aprimorar sua capacitação e consequentemente aperfeiçoar ainda mais sua formação acadêmica. A partir daí, o Enfermeiro torna-se um profissional super capacitado, levando consigo sua bagagem adquirida durante o curso de graduação e aquela adquirida posteriormente através de especializações, aumentando ainda mais a qualidade de seu atendimento.

Quanto ao manifesto de duas mulheres a respeito de sua preferência por um profissional do sexo feminino, é preciso lembrar o que foi dito por Sousa et al., (2008) sobre diminuir o sentimento de ansiedade, medo e desconforto da mulher antes do procedimento de coleta, do qual o profissional do sexo feminino e principalmente o do sexo masculino devem expor a ela, ainda na sala de espera, o que será feito dentro do consultório, bem como se auto-apresentar e garantir a ela sigilo de informações que forem trocadas entre eles e que este será um procedimento feito de maneira extremamente profissional.

É imprescindível voltar a atenção para os motivos que levam algumas usuárias a apresentarem preferência pela figura do profissional médico ao do Enfermeiro, para que se possa intervir, fazendo com que o Enfermeiro seja mais aceito, que não seja simplesmente rotulado como um profissional que possui apenas funções relacionadas ao cuidado. Ressalta-se novamente a necessidade de se trabalhar com a população, a fim de dar-lhes um melhor esclarecimento sobre o real papel deste profissional, suas funções, responsabilidades e as ações que são e podem ser realizadas por ele.

Por fim, é essencial que os Enfermeiros continuem a exercer um trabalho de qualidade, buscando cada vez mais melhoria do atendimento e realizando sempre suas funções baseadas naquilo que está regido no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Além disso, é necessário identificar e trabalhar com aqueles profissionais que deixam a desejar na hora do atendimento, realizando uma educação continuada.

8.2. LIMITAÇÕES DA PESQUISA

Este estudo limita-se apenas à cidade de Sete Lagoas, local onde foi realizada a pesquisa de campo, mais precisamente às regiões das quais se situam as Unidades de Saúde pertencentes às usuárias que foram entrevistadas (bairro São João, Cidade de Deus, Esperança, Bráz Filizola e Bouganville). Não foram incluídas na pesquisa mulheres com idade inferior a 18 anos e nem aquelas que realizam o exame preventivo na rede privada. Aquelas que realizam o exame na rede pública com outro profissional que não seja o Enfermeiro, também foram excluídas da pesquisa. Para o desenvolvimento e embasamento teórico, foram usados apenas artigos em língua portuguesa, dos quais foram avaliados criteriosamente e buscados apenas em sites do Governo Municipal/Estadual/Federal e em sites e/ou revistas da área da saúde. Apenas um site em língua inglesa, o da International Agency for Research on cancer - IARC, foi utilizado neste trabalho.

8.3. IMPLICAÇÕES DA PESQUISA

Este trabalho teve como utilidade verificar a aceitação da figura do profissional Enfermeiro pela população feminina no âmbito do SUS e perceber que ainda há uma preferência pela figura do médico na hora do atendimento. Consequentemente, a partir daí, pôde-se compreender a necessidade que a enfermagem tem de buscar cada vez mais um serviço de excelência em seu atendimento, satisfazendo cada vez mais a população atendida por ela, aumentando-se assim a aceitação das usuárias pelo profissional Enfermeiro.

8.4. SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS

Após a finalização deste trabalho, foi possível compreender a percepção da usuária sobre a atuação do Enfermeiro e consequentemente apresentar sugestões para que trabalhos relacionados à esta pesquisa possam ser desenvolvidos futuramente. Sugere-se então que seja realizado a continuidade do presente estudo, alcançando uma amostra mais significativa podendo até mesmo utilizar um software estatístico para determinar o "n" a ser estudado. Um estudo comparativo entre Unidades de Saúde, avaliando a percepção de suas usuárias e comparando-as também segue como sugestão.

Outros trabalhos ainda podem vir a serem desenvolvidos, como desvendar as razões pelas quais as pessoas preferem o atendimento do profissional Médico; verificar se há a presença da humanização em todas as ESF’s em Sete Lagoas; ou ainda, realizar um comparativo entre o atendimento recebido pelas pessoas que fazem preventivo na rede particular com as que realizam na rede pública.

Enfim, fica como sugestão e a critério do leitor iniciar uma pesquisa com qualquer uma das temáticas propostas acima.

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1 O rastreamento do CCU e a descrição do procedimento de coleta em si está descrito detalhadamente no ANEXO B deste trabalho. 


Publicado por: Daniela de Almeida Olegario

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