Desmistificar os preconceitos sobre as deficiências: Para uma inclusão de fato

índice

Imprimir Texto -A +A
icone de alerta

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Monografias. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

1. RESUMO:

O processo de inclusão apresenta, em alguns casos, barreiras de ordem administrativa e pedagógica e o enfrentamento do preconceito de pais, professores e alunos diante desta nova realidade dificultando a realização de um trabalho eficaz. Com a preocupação de desmitificar o preconceito dos educandos neurotípicos em relação aos alunos com necessidades educativas especiais, propôs-se esta pesquisa. O objetivo foi oportunizar aos alunos de uma escola municipal uma vivência de aprendizagem, colaborando para uma educação mais humanitária e consciente em relação às pessoas com necessidades especiais. Neste sentido buscaram-se meios para desmistificar conceitos e nomenclaturas que são destinadas às pessoas com deficiência, cooperando para a efetivação de um ambiente escolar livre de preconceitos. A metodologia empregada teve por base estudo de pesquisa bibliográfica, foi também, descritiva, exploratória e apresentou uma pesquisa ação, onde houve intervenção do pesquisador junto aos educandos de 4º ano do Ensino Fundamental. A pesquisa apresenta um relato de atividades realizadas com estes educandos sobre os alunos com necessidades educativas especiais.  

PALAVRAS-CHAVE: Inclusão. Aluno com Necessidades Educativas Especiais. Aluno Neurotípico.

2. INTRODUÇÃO

A inclusão de crianças com necessidades educativas especiais dentro do ambiente regular de ensino se faz uma novidade de paradigma que quer promover uma vivencia qualitativa para as partes envolvidas, e é por meio das diversidades e especificidades reconhecidas e contornadas de maneiras eficientes e enriquecedoras para uma formação mais tolerante as diferenças presentes em todos nos, pois somos iguais nas especificações humanas, mas diferentes em nossas peculiaridades. Deste a mais tenra infância nos tornando únicos e a cada experiência vivenciada ficamos mais disformes sempre nos reinventando em nossas características.

Quando abordamos a temática de educação especial e aluno com necessidades educativas especiais o fato de que não somos uniformes se torna ainda mais explicito, sendo que os próprios trabalhos a serem desenvolvidos com estes educandos, às atividades pedagógicas necessárias para atingir estes alunos com necessidades educativas especificas, são atividades de adequações para as limitações, nivelamento aos reais ajustamentos para que estas intervenções façam sentido.  Somente quando as particularidades destes alunos são observadas, respeitadas e adequadas dentro de uma instituição de ensino é que fica possível criar um ambiente de vivencias e mediações que iram fazer sentido para os profissionais da escola para os alunos com e sem necessidades especiais. Todos ganham.

 Foi observando toda a complexidade que envolve um trabalho para uma escola inclusiva que tenha um ambiente de respeito as pluralidade que são naturais da diversidade humana. Obtive neste campo a oportunidade de interação com os alunos e professores de uma escola que efetuam o movimento de inclusão na rede publica, cooperando com o aprendizado obtido durante a graduação em Pedagogia e com os módulos da Pós-Graduação em Educação Especial Inclusiva.  Colaborando para que a escola seja de fato um espaço onde os alunos fiquem cada vez mais tolerantes as diferenças de seus pares.

O objetivo da pesquisa nada mais foi que verificar quais as interações dos alunos sem nenhuma deficiência com os estudantes de inclusão, como se é constituída estas vivencias, qual é o olhar das crianças normais para os colegas que apresentam alguma deficiência. Para isto estive durante uma semana em campo, interagindo com a turma, desenvolvendo atividades teóricas e práticas. Buscando sempre desmistificar questões errôneas em relação às deficiências que muitas das vezes são apenas fruto de pensamentos preconceituosos produto da falta de informação.

 Obtive muita aceitabilidade por toda a equipe pedagógica da escola, senti o envolvimento da professora da turma disponibilizando os espaços da aula para as minhas intervenções, preparamos juntos os planos de aulas sempre auxiliando para que eu conseguisse abordar os temas dentro de uma linguagem acessível aos alunos. A própria turma quando se depararam com o assunto ficaram muito envolvidos e a cada aula buscavam informações apresentando comentários bem colocados sobre a temática, comentavam que o assunto tinha sido comentado em seus lares e isso era muito bem visto por parte de seus pais.

Todo este envolvimento que estava surgindo era o fruto da metodologia que utilizei para desenvolver a pesquisa, em Moreira e Caleffe 2008, desenvolver uma pesquisa ação, onde além a observação desenvolvesse intervenções no ambiente de estudos, promovendo ou colaborando para futuras mudanças. Segui o procedimento descrito pelo autor em um ambiente social que primeiramente se faz uma observação para depois criar um prognostico de como agir dentro das reais necessidades do espaço observado, dentro desta perspectiva é que elaborei a estratégia de ação juntamente com a equipe da escola. Para apresentar o trabalho concluído os capítulos estão dispostos seguindo a disposição no primeiro capitulo apresento uma revisão histórica dentro da temática de pessoas com deficiências como eram vistas em vários momentos históricos, buscando mostrar a evolução das sociedades em relação a estas pessoas tentando criar um mapa cronológico. No Segundo capítulo busco descrever um pouco da conceituação das deficiências que foram descritas nas atividades durantes a pesquisa na escola. No terceiro capítulo descrevo como efetuei a pesquisa em que local ela foi desenvolvida e quais as dificuldades e facilidades encontradas no ambiente de pesquisa. Onde também ficam dispostos no final do capítulo os planos de aula elaborados em parceira com a Professora gerente da turma.  No quarto capitulo da minha pesquisa descrevo quais foram as conclusões que obtive no ao chegar no fim das intervenções e observação do a turma assim como no ambiente escolar vivenciado durando a pesquisa ação.

3. EDUCAÇÃO ESPECIAL EM UM CONTEXTO HISTÓRICO

A inclusão vem sendo desenvolvida no contexto escolar há pouco tempo. O deficiente foi visto por muito tempo como alguém sem expectativa, incapaz e improdutivo. É preciso lembrar-se das barbáries cometidas ao longo dos séculos para não repeti-las. Conhecer a história é fator crucial na percepção de novos conceitos.

No aspecto histórico das pessoas com deficiências podemos destacar três estágios.

O primeiro deles é o período mitológico, voltando às explicações sobrenaturais, dentro das civilizações primitivas, muitas vezes marcadas pelo movimento Nômade. Estes povos tinham como qualidade básica e natural que os seus componentes apresentassem condições para uma sobrevivência individual, bem como a necessidade de colaboração para com os seus integrantes.

Nesse sentido lhe era habitual exilar as pessoas que não estivessem dentro do perfil social considerado normal, fosse isto por decorrência de problemas apresentados já na concepção ou surgido em tenra idade, assim como fatores externos como doenças e ou ferimentos sem cura. Estes indivíduos ficavam estigmatizados como empecilhos e eram constantemente abandonados ou renegados pela própria comunidade a qual pertenciam. Esta forma de agir era vista por eles como uma seleção natural da espécie. É preciso ter em mente as condições de sobrevivência desta sociedade para não julga-la moralmente ou fora do contexto. Não cabe aqui o conceito de “bem” ou “mal”. Os homens deste período precisavam lutar pela sua sobrevivência, precisavam se defender. Alguém que não tivesse essa capacidade era um problema para a segurança e provimento de todos.

... É na procura do atendimento das necessidades básicas que os homens constroem sua existência. Essa construção se dá a partir da inter-relação entre os homens, mediatizados pelo mundo, num momento e local determinados. ... fica claro que não podemos fazer uma análise moralizadora, procurar heróis ou vilões ou buscar entender o movimento da história a partir de voluntarismos ou subjetivismos. As questões tem que ser contextualizadas. (BIANCHETTI, p.8, 1995)

A constante procura de atendimento às necessidades faz os homens e as sociedades mudarem. O desenvolvimento da Grécia Antiga tem raízes tão profundas no ocidente que em muitos aspectos somos até hoje influenciado por esse povo e essa época. Uma sociedade que busca o conhecimento e valoriza a razão, e ainda assim tem costumes que hoje não seriam bem vistos.

Na cidade grega de Esparta quando uma criança nascia, era obrigatório ao cidadão de Espartano apresentar sua cria aos olhos do Estado que o ajuizava quanto à “robustez” do recém-nascido e se este tinha idoneidade física para os esforços com sua educação.

E se houvesse alguma manifestação de fraqueza deste recém-nascido, então este era lançado do alto de um monte chamado “Taigeto”, localidade onde eram destinados todos os recém-nascidos com alguma deficiência que poderia vir a nascer, agredindo a estética do bom guerreiro tradicional de Esparta. Como descreve GRIMBERG, p.6, 1989: “Selecionar as crias dos cavalos e dos cães e deixar viver os filhos nascidos de idiotas ou de velhos doentes. Era preferível, tanto para as acrianças como para o Estado, promover a morte do bebê que a natureza tinha tornado inapta para a vida”.

Sendo um objetivo de Esparta na antiguidade obter sempre um estado de guerreiros, logo não seria possível a existência de seres com aparência de “monstros” nem muito menos que disseminassem sua natureza imperfeita para os outros. Como ainda explica GRIMBERG, p.18, 1989: “mesmo para os hebreus quando tinha a presença de uma criança com deficiência, seja sensorial ou física, consideravam uma representação real da fúria divina de Deus” e com essa atitude impediam a criança de qualquer acesso a direitos e serviços religiosos.

 Na Lei das XII tábuas, na Roma da antiguidade, os pais tinham autoridade de matar seu descendente se este fosse defeituoso. Desta maneira mesmo os romanos já acometiam medidas extremas na presença de seres defeituosos, ou seja, pessoas com deficiências como aponta Sêneca:

Matam-se cães quando estão com raiva; exterminam-se touros bravios; cortam-se as cabeças das ovelhas enfermas para que os demais não sejam contaminados; matamos os fetos e os recém-nascidos monstruosos; se nascerem defeituosos e monstruosos afogamo-los, não devido ao ódio, mas à razão, para distinguirmos as coisas inúteis das saudáveis. (Sêneca, Apud Silva, 1998, p. 129).

Segue-se que a exemplo de modelos anteriormente vistos, os povos antigos segregavam drasticamente os seus imperfeitos rebentos, porém, no caminhar da evolução da humanidade e da moralidade social, as sociedades foram mudando as suas condutas em relação às pessoas com deficiências, como é o caso dos povos Hinduístas que ao contrario dos Hebreus, sempre consideraram os cegos como pessoas com privilégios sensoriais e sensibilidade interior mais evoluída, fato que se constituía justamente pela ausência da visão e estes eram já encaminhados em tenra idade para as funções religiosas, como nos conta ANDRADE, 2008.

Os filósofos gregos, também opinaram sobre a questão. Aristóteles protegia os doentes e deficientes, buscando com que fossem até mesmo ajudados, por um sistema que se equivaleria ao da Previdência Social presente hoje. O argumento utilizado era que todos eram contribuintes para a manutenção dos heróis de guerra e das famílias da Pólis. Podemos deduzir que logos depois até os romanos por influência dos atenienses passaram a modificar seus tratos com os deficientes.

No período pré-científico que decorre da Idade Média, os mitos e estereótipos edificados da história ainda eram comuns a respeito da pessoa com deficiência. Com o surgimento da Igreja as causas foram vistas como demoníacas como ressaltou MELO (p.53, 2009). Na idade Média a Igreja atribuía as causas das deficiências ao sobrenatural, pois estas eram vistas como seres possuídos por demônios. Sendo a deficiência um adicional dos pecados feitos pelos seus progenitores. Aponta RECHINELI (2008, p.03) “corpos marcados pela deficiência eram vistos como manchados pelos demônios, vindos à vida por conta de carmas e culpas de seus pais ou familiares”. Conclui-se que isso implicava em colocar estas pessoas afastadas dos olhos públicos em lugares específicos, tais como orfanatos, manicômios e ate mesmo prisões, entre outros flagelos, pois quando o conhecimento dependia e era totalmente associada à religião, a deficiência foi vista como castigo divino de seus progenitores ou ainda como intermediário para que os “normais” pudessem praticar o bem e a caridade.

No andamento histórico acontece o período das luzes, o renascimento. A razão é a grande contemplada, o homem é o centro do universo. Com o surgimento dos primeiros experimentos científicos, a realidade começa a ser transformada para o bem destes sujeitos, sendo que neste período surgem os primeiros indícios sobre pesquisas a respeito da temática da deficiência, que se afirma ainda mais com o advento das ciências biomédicas, o que para CARMO (1991, p. 25) significou um grande marco no campo dos direitos e deveres dos deficientes.

Uma enorme transformação uma transformação no pensamento social da humanidade acontece com a chegada do século XVI. O aumento das produções voltadas para o mercado, a possibilidade de acumular bens, e o crescente e acelerado desenvolvimento da ciência neste período vêm afirmar mais ainda o domínio do homem sobre a natureza e com isto a desconstrução de explicações míticas para todas as coisas, inclusive, as deficiências.  O homem permanece como centro das atenções, com Copérnico e Galileu, e a teoria geocêntrica é questionada e derrubada. Com os avanços de Francis Bacon, a forma própria greco-romana e medieval de pensar, os experimentos dedutivos recebem um golpe fatal. O experimentalismo, e o indutivismo vão ganhando mais espaço realizando assim uma nova maneira de se produzir conhecimento.

Todos esses avanços vão contribuir de maneira qualitativa no atendimento de pessoas com necessidades especiais. Um dos precursores do pensamento educacional voltado para as pessoas com necessidades educativas especiais foi o médico Jean Itard responsável pelas tentativas médico-pedagógicas com o famoso caso do menino selvagem de Aveyron. O médico propôs a “ideia de aplicar os conhecimentos já construídos à educação deste menino “selvagem”" (BANCKS-LEITE E SOUZA, 2000, p. 58). Observa-se então que neste instante a história os conhecimentos científicos e médicos se unindo com os saberes pedagógicos. Desenvolvem-se com isto os conceitos de sujeito humano psicológico, da disciplina psicopedagogia e da psicologização da Educação.

No Brasil a educação especial somente se inicia no ano de 1854 com Don Pedro II Pelo Decreto Imperial nº 1.428 para a construção do Instituto dos Meninos Cegos, no Rio de Janeiro.  Entretanto não existe muita preocupação com a educação propriamente dita. Os alunos tinham um atendimento mais voltado ao assistencialismo do que para o aprendizado de fato. 

Anos depois, em 1890, o então Chefe do Governo Provisório, Marechal Deodoro da Fonseca juntamente com o Ministro da Instrução Pública, Correios e Telégrafos Benjamim Constante Botelho de Magalhães assinaram o Decreto de número 408, e somente mais tarde surge à organização de serviços para atendimento a cegos, surdos, deficientes mentais e deficientes físicos.

Durante o período de 1854 a 1956 existem iniciativas oficiais e particulares ainda isoladas. Ainda entre estes períodos, em 1874, há o atendimento para os deficientes mentais no Hospital Estadual de Salvador, na Bahia, local este que nos dias atuais denomina-se como Hospital Juliano Moreira.  Em São Paulo o Lar São Francisco fundado em 1º de Junho foi reconhecido como de Utilidade Pública visto que se torne referência no atendimento e reabilitação de pessoas com deficiências parciais ou de caráter.

Seguindo a história do atendimento das pessoas com Necessidades Especiais Educativas, há na cidade de São Paulo na Santa Casa de Misericórdia um atendimento que dura entre os anos de 1931 até 1953.  O Lar São Francisco foi Criado por Maria Hecilda Campos Salgados, como descreve MAZZOTTA, 2001:

A idéia nasceu numa ocasião em que fui ao Pavilhão Fernandinho Simonsen para internar uma criança. Fiquei sabendo pelos professores que os pacientes, ao receber alta, abandonavam o tratamento que quase sempre era longo e dispendisioso, não estava ao alcance dos pais. Logo depois, trabalhando como voluntária junto ao Abrigo de Menores verifiquei que, no meio de centenas delas treze meninos fisicamente prejudicados e exigindo, mais que os outros, cuidados especializados. Eram quase todos sem família. Alguns “órfãos de pais vivos”, todos revoltados, desamparados, infelizes. Queixavam-se de que os companheiros os chamavam de “aleijados”, “miseráveis”, “paralíticos”, e que a única coisa que poderiam fazer depois de adultos seria pedir esmolas ou vender bilhetes. (MAZZOTA, 2001, p. 39)

Facilmente se compreende que por muito tempo houve um equívoco em relação às pessoas que tem deficiências transitórias e as pessoas com deficiência permanente, sendo que a reabilitação para as pessoas com deficiências transitórias tem características diferenciadas das pessoas com deficiências permanentes. Existe outro caráter para se realizar adaptações e para que mesmo com as deficiências essas pessoas alcancem uma autonomia.

Dando continuidade à historicidade do atendimento as pessoas com deficiências, encontramos no ano de 1950 a criação da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). Associação mantenedora de um dos mais importantes Centros de Reabilitação do Brasil teve como primeiro presidente e diretor clínico o médico Dr. Renato da Costa Bonfim, que nesta função permaneceu até 10 de Junho de 1976, quando faleceu.  

Parafraseando LANNA JUNIOR, 2010, no Rio Grande do Sul, o Instituto Pestalozzi na cidade de Canoas já fazia atendimento a Deficientes Mentais. Este instituto foi criado pelo casal de professores Tiago e Johana Wurth em 1926. O Instituto Pestalozzi introduz no Brasil a concepção de “ortopedagogia das escolas auxiliares” o instituto funcionava em regime de internato, semi-internato e externato, atendendo parte de seus alunos mediante convênios com Instituições Públicas Estaduais e Federias.

Mais tarde no ano de 1954 vai ser fundada na cidade do Rio de Janeiro, a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais- (APAE). Dentre os seus fundadores, conforme artigo publicado na revista mensagens da APAE, ano 6, nº16, estavam os seguintes nomes: Ercília Braga Carvalho, Acyr Guimarães Fonseca, Henry Hoyer, Armando Lameira Filho, Juracy Lameira e Alda Neves da Rocha Maia, Juntamente com outros pais interessados, estes grupo teve o apoio, estimulo e orientação do casal norte-americano, Beatrice e George Bemis, membros da Nacional Association For Retarded Childern (NARC), organização fundada em 1950 nos Estados Unidos. (LANNA JUNIOR, 2010).

Concluiu-se, portanto, que as iniciativas primordiais para o atendimento de pessoas com Necessidades Especiais sempre teve mais iniciativas privadas do que públicas, sendo que as iniciativas públicas sempre tinham tendências mais assistencialistas e não promoviam o desenvolvimento da autonomia das pessoas com deficiência. A educação pública nunca se preocupou com seus educandos deficientes.

Aos pesquisar a respeito da trajetória da história das pessoas com deficiências pode-se chegar à conclusão de que em decorrências de crenças e políticas públicas essas pessoas já sofreram muito no andamento da história social do mundo, entretanto com o advento das ciências essa triste história tem melhorado, Embora de maneira lenta, devido à falta de iniciativas públicas, porém as mesmas quando incorporadas juntamente com iniciativas privadas tem avanços bem significativos.

Nesse sentido Fávero (2004) “ensina que a principal forma para não discriminar é sempre que as pessoas com deficiência escolham o que é mais adequado para elas e que existam opções”. Muitas vezes dentro de um processo de edificação é que a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência deve prevalecer: NADA SOBRE AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, SEM AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, para que sejam garantidas as igualdades e que o movimento de inclusão se faça de maneira justa e efetiva. Este slogan serve para mostrar que as pessoas com deficiência devem ser ouvidas, pois ninguém conhece suas necessidades e dificuldades mais do que elas mesmas.

A conceituação de inclusão deve sempre ficar bem esclarecida para que não seja confundida com o conceito de integração.  A cartilha da Convenção Nacional Sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência (CNSDPD) - Comentada, 2012, pontua que:

O conceito de “inclusão” refere-se ao processo de construção de uma sociedade para todos e, portanto, os alvos de transformação são os ambientes sociais e não a pessoa. Assim, o termo inclusão não deve ser usado como sinônimo de inserção ou integração. (CNSDPD, 2012)

Compreende-se então que a justa inclusão vai ser aquela em que a escola ou o ambiente vai se adequar às necessidades especificas e especiais da pessoa com deficiência e de outra maneira a integração tinha como princípio a necessidade que a pessoa tivesse as mínimas potencialidades para se integrar e isso era uma maneira de jogar a obrigação de adequação mais para à pessoa com deficiência de que para as instituições.

4. CONCEITOS DE DEFICIÊNCIAS

Existem muitos tipos de deficiências, congênitas ou adquiridas, e dentre estas muitas, o projeto buscou informar as crianças sobre as mais frequentes.

As informações conceituais foram acompanhadas de atividades práticas, dinâmicas onde os alunos vivenciaram o que escutaram na teoria. A base teórica funcionou como suporte e a prática como fixação e entendimento, complementando-se.

As deficiências apresentadas às crianças foram: deficiência auditiva, deficiência visual, deficiência física e deficiência Intelectual, representada mais especificamente pela Síndrome de Down, já que a mesma é a deficiência genética com maior incidência e casos diagnosticados, e apresenta a deficiência intelectual como uma de suas características. Lembra-se aqui que a terminologia Deficiência Intelectual é nova, e muitos materiais bibliográficos, ainda que recentes, não foram atualizados, logo o leitor encontrará a terminologia Deficiência Mental em muitos escritos. Neste trabalho, buscou-se utilizar a nova nomenclatura, porém, algumas vezes, especialmente em citações, poderá ser encontrado o termo anterior.

4.1. Conceituação e definições da Deficiência Intelectual, de acordo com BATTISTELLA, DECRETO N• 5296/04 - REGULAMENTA AS LEIS 10.048 E 10.098/2000:

Deficiência mental: funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como:

1. Comunicação;

2. Cuidado pessoal;

3. Habilidades sociais;

4. Utilização dos recursos da comunidade;

5. Saúde e segurança;

6. Habilidades acadêmicas;

7. Lazer; e

8. Trabalho;

Muitas são as causas das deficiências intelectuais. Acidentes, genéticas, consequências de doenças, etc. Para que as crianças tenham mais entendimento e empatia com o assunto, buscou-se descrever a síndrome mais comum, com maior incidência nas escolas, das que apresentam a deficiência intelectual como uma característica, isto é, a Síndrome de Down.

 Esta é uma condição genética que se possui particularidades próprias, sendo uma delas a deficiência intelectual, resultante da presença, total ou parcial, de um cromossomo extra, mais especificamente no par 21, (que a deixa conhecida como trissomia do 21) e é caracterizada por diversas diferenças no funcionamento e estrutura do organismo. Nem todas as pessoas com Síndrome de Down possuem todas as características descritas, mas de fato, possuem a maioria delas. Entre as características presentes em quase todos os casos de síndrome de Down estão dificuldade de aprendizagem e pouco crescimento físico, tendência à obesidade, língua protusa, hipotonia, além de uma aparência facial facilmente reconhecível, geralmente identificada no nascimento.

O seu nome deve-se a John Langdon Down, o médico britânico que descreveu a síndrome em 1866.

Pessoas com síndrome de Down têm capacidade cognitiva menor que a média, geralmente variando de “retardamento mental leve a moderado”. A incidência da síndrome é estimada de 1 por 800 a 1 por 1000 nascimentos. Preocupações com relação à saúde de pessoas com síndrome de Down incluem o maior risco de defeitos cardíacos congênitos, doença do refluxo gastresofágico, infecções recorrentes nos ouvidos, apneia do sono obstrutiva e disfunções da tiroide.

São indicadas ações durante a infância precoce, testes para detecção de problemas comuns e tratamento médico. Treinamento vocal pode melhorar o desenvolvimento da criança com síndrome de Down. Ainda que algumas limitações genéticas da síndrome de Down não possam ser superadas, educação e cuidado apropriado podem melhorar a qualidade de vida do indivíduo. (NUSSBAUM, p. 29, 2002.)

A pessoa com síndrome de Down apresentará estas características desde o nascimento e estar perdurarão por toda a vida, podendo é claro, serem trabalhadas e minimizadas com atendimentos físicos, cognitivos e sociais adequados. Existem diversas outras características conhecidas, como o formato diferenciado da cabeça, que não é tão redondinha atrás, apresentando um achatamento, a boca permanentemente aberta por conta da hipotonia e da característica da língua protusa, as “pregas epicântricas” que dão a característica peculiar no formato dos olhos, a mão com uma única linha transversal e não duas como na maioria das pessoas, os dedos curtos e até pele excessiva no pescoço, característica mais presente em indivíduos pequenos do que em adultos.

Má formação cardíaca e dificuldades de drenagem no aparelho auditivo também são comuns.

Existem diferentes tipos de síndrome de Down, intituladas Trissomia Simples ou Padrão, Mosaico e Translação. A mais comum é a Trissomia Simples.

Em cerca de 95% dos casos a pessoa com Síndrome de Down apresenta 47 cromossomos em todas as suas células. Essa é a chamada Trissomia 21 simples ou padrão.Cerca de 2% das pessoas com Síndrome de Down apresentam uma mistura de células normais (46 cromossomos) e de células Trissomia (47 cromossomos). Esta condição é denominada "mosaicismo" e é considerada como o resultado de um erro em uma das primeiras divisões celulares.Os outros 3% das pessoas com Síndrome de Down apresentam o material cromossômico disposto de forma diferente, isto é, o cromossomo 21 extra encontra- se aderido a um outro cromossomo, geralmente o 14. Este fenômeno recebe o nome de "translocação". É importante descobrir se uma criança tem Síndrome de Down por translocação, pois em aproximadamente um terço dos casos um dos pais é "portador’. Embora este pai e esta mãe sejam perfeitamente normais tanto física quanto mentalmente, pode haver um risco maior de terem filhos com Síndrome de Down. Estes pais necessitam de um aconselhamento genético específico. 1. Brasil. (Ministério da Saúde.1994. p. 56).

4.1.1. O Desenvolvimento Cognitivo

O desenvolvimento cognitivo de crianças com síndrome de Down é bastante variado. Muitas podem ter sucesso na escola, enquanto outras não conseguem acompanhar. Desta forma, é importante avaliar as crianças com síndrome de Down individualmente. Crianças com síndrome de Down podem ter uma ampla gama de habilidades, mas não é possível predizer suas capacidades ao nascimento. A identificação dos melhores métodos de ensino para cada criança em particular deve começar o mais precocemente possível, para que as áreas mais deficitárias sejam estimuladas, tendo assim, maior chance de desenvolvimento. As habilidades de linguagem mostram diferença entre a compreensão da fala e capacidade de expressão ao falar. É comum crianças com síndrome de Down precisarem de terapia de fala por conta das questões anatômicas da boca, língua e outros músculos envolvidos, tanto para falar quanto para alimentação e respiração.

4.1.2. Saúde

As questões médicas do indivíduo com Síndrome de Down devem estar baseadas em conhecer as características da síndrome para prevenir problemas de saúde reconhecendo precocemente os sintomas. A família deve estar ciente e é a principal interessada em evitar situações mais graves. As manifestações patológicas mais comuns da síndrome de Down de acordo com a literatura médica são “dificuldades cognitivas, doenças cardíacas congênitas, deficiências auditivas, desordens da tiroide e doença de Alzheimer. Outros problemas sérios menos comuns incluem leucemia, deficiências do sistema imunológico e epilepsia.” (NUSSBAUM, p. 29, 2002).

Hoje em dia a longevidade de uma pessoa com síndrome de Down aumentou muito, devido aos avanços da medicina e cuidados preventivos.

4.1.3. CONCEITUAÇÃO E DEFINIÇÕES DE DEFICIÊNCIA VISUAL

Diferente do que o senso comum costuma afirmar, não somos todos deficientes visuais porque usamos óculos ou lentes corretivas. Existe sim, um conceito físico, óptico, para esta situação, e é preciso conhecer este conceito para não cair na armadilha da própria ignorância e assim, menosprezar a questão da deficiência visual.

Adota-se como conceito de deficiência visual a presença de cegueira ou visão subnormal. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é considerado portador de cegueira o indivíduo com acuidade visual desde 3/60 (0,05), no melhor olho e melhor correção óptica possível, até ausência de percepção de luz, ou correspondente perda de campo visual no melhor olho com a melhor correção possível (1). A definição de visão subnormal corresponde à acuidade visual igual ou menor do que 6/18 (0,3), mas, igual ou maior do que 3/60 (0,05) no melhor olho com a melhor correção possível.

Visão subnormal (VSN) é definida também como uma perda acentuada da visão que não pode ser corrigida por tratamento clínico ou cirúrgico, nem com óculos convencionais. Também pode ser descrita como qualquer grau de enfraquecimento visual que cause incapacidade funcional e diminua o desempenho visual. (MONTILHA, et all, 2006, p.208 e 209).

Para melhor trabalhar ou conviver com indivíduos deficientes é necessário mais do que apenas boa vontade. É necessário conhecer as características e dificuldades desse indivíduo. Os autores já citados e utilizados neste tópico recomendam em seu texto um planejamento de ações, que deve ser discutido e formulado por profissionais da educação e também da área de reabilitação para obter êxito.

Um dos principais fatores causadores de dificuldades na área, ainda é a falta de diagnóstico e a demora em reconhecer o aluno que precisa de ajuda e atendimento diferenciado.

Existem para essa população, vários métodos específicos de trabalho educacional, mas a maioria dos professores não tem conhecimento sobre os mesmos, causando muitas vezes, pelo próprio medo do desconhecido, uma rejeição que pode tornar-se o maior problema do aluno.

Escolares portadores de visão subnormal e não apenas os portadores de cegueira utilizam como recursos para atividades de leitura e escrita na escola, o sistema Braille (94,1%) e recorrem ao colega que dita à matéria (81,8%) (Tabela 2). Este fato reforça a idéia de que alunos com baixa visão podem desconhecer seus próprios recursos para a execução dessas atividades, como o uso de auxílios ópticos, textos com tipos ampliados e outros recursos não ópticos que poderiam facilitar seu processo de escolarização. Isto pode relacionar-se ao fato de que os professores, familiares e o próprio escolar desconhecem o potencial visual do portador de visão subnormal e os recursos ópticos e não ópticos que podem beneficiá-lo na execução de atividades escolares. Nem o próprio aluno nem o seu professor conhecem, muitas vezes, os recursos ambientais que podem favorecer o aprendizado do aluno de baixa visão (sentar-se próximo à lousa e próximo à janela para melhor iluminação, entre outros). (MONTILHA, et all, 2006, p.210).

Os autores destacam ainda a importância de um trabalho com a família, esclarecendo e desmistificando e ainda a importância do professor, não apenas ensinando a utilizar os recursos adequadamente, mas incentivando a utilizá-los para melhor aproveitamento.

4.1.4. CONCEITUAÇÃO E DEFINIÇÕES DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA          

A pessoa com deficiência auditiva tem, da mesma maneira que o deficiente visual, um padrão de perda auditiva específico para ser considerado deficiente. De acordo com o Ministério do Trabalho:

Deficiência Auditiva “é a perda bilateral, parcial ou total, de 41 decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz (Decreto nº 5.296/04, art. 5º, §1º, I, "b", c/c Decreto nº 5.298/99, art. 4º, II).” http://www.mte.gov.br/fisca_trab/inclusao/lei_cotas_2.asp

Percebe-se aí, no conceito dado por um órgão público, federal, regulamentador, que o fato de uma pessoa ter dificuldade para ouvir não o caracteriza deficiente. É preciso comprovação por instrumentos científicos e avaliação profissional. Médicos e fonoaudiólogos podem aplicar os testes que dirão, então, as condições auditivas da pessoa. A partir destas informações, o professor deve elaborar seus planos de aula, deve estabelecer estratégias de ensino que alcancem o aluno com e sem dificuldades ou deficiências. A partir de um diagnóstico de surdez, por exemplo, o professor pode e deve reivindicar o auxílio de um intérprete de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), que fará a tradução da aula para a língua natural do surdo, feita por gestos, expressões e sinais.

No início, houve resistência de alguns professores que demoraram a perceber a importância do intérprete. Eles tinham receio de que este profissional não fizesse apenas a tradução das perguntas, mas também auxiliasse o aluno surdo nas respostas. Talvez o fato do professor regente não acreditar na capacidade cognitiva da pessoa surda tenha colaborado para esta situação. Respostas certas e demonstração de entendimento causavam dúvida em quem não conhecia a questão da perda auditiva. Hoje vemos uma mudança no comportamento dos docentes, exigindo, cada vez mais, a presença do intérprete de LIBRAS nas salas de aula com alunos surdos. Isto já é um avanço, e será mais ainda, no dia em que o surdo não precisar mais deste profissional, porque seus professores, colegas e familiares conhecerão a LIBRAS e poderão se comunicar livremente com todos.

4.1.5. CONCEITUAÇÃO E DEFINIÇÕES DE DEFICIÊNCIA FÍSICA

A deficiência física apresenta uma enorme variedade em seus conceitos. Optamos aqui em manter a característica de legalidade dos conceitos fornecidos, isto é, trazer as definições governamentais, apresentadas por órgãos públicos. O site do Ministério do Trabalho apresenta, por conta do sistema de cotas, um bom apanhado que citaremos na íntegra. Para este ministério, a deficiência física:

É a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções (Decreto nº 5.296/04, art. 5º, §1º, I, "a", c/c Decreto nº 3.298/99, art. 4º, I).

Para melhor entendimento, seguem-se algumas definições:

  • Amputação - perda total ou parcial de um determinado membro ou segmento de membro;
  • Paraplegia - perda total das funções motoras dos membros inferiores;
  • Paraparesia - perda parcial das funções motoras dos membros inferiores;
  • Monoplegia - perda total das funções motoras de um só membro (inferior ou superior);
  • Monoparesia - perda parcial das funções motoras de um só membro (inferior ou superior);
  • Tetraplegia - perda total das funções motoras dos membros inferiores e superiores;
  • Tetraparesia - perda parcial das funções motoras dos membros inferiores e superiores;
  • Triplegia - perda total das funções motoras em três membros;
  • Triparesia - perda parcial das funções motoras em três membros;
  • Hemiplegia - perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo);

A abrangência da deficiência física torna ainda mais complexa à iniciativa pedagógica ou didática do professor na elaboração de suas aulas. Quando o professor recebe a notícia de que haverá em determinada turma um aluno com deficiência física ele realmente não pode prever quais as reais necessidades desse aluno, antes de conhecê-lo.

Para a maioria destes deficientes, a adaptação física do prédio onde funciona a escola é o maior desafio. As chamadas “barreiras arquitetônicas”, como escadas, portas estreitas, degraus, banheiros inadequados, carteiras inadequadas, etc., são os fatores complicadores da aprendizagem. A acessibilidade vem sendo discutida e explorada em congressos de educação e também das engenharias. Leis vêm sendo criadas, prédios estão em fase de adaptações, porém a maior barreira ainda é o preconceito.

Perceber um deficiente motor como no caso de um paralisado cerebral como alguém sem comprometimento intelectual é a maior dificuldade. Acreditar na capacidade cognitiva do deficiente. Na aprendizagem. O estereótipo da intelectualidade, com padrões médios de beleza e desenvolvimento típico é um erro. Loiras bonitas podem ser inteligentes e também pessoas com paralisia cerebral. O pré-julgamento a partir da aparência é algo perigoso e falacioso.

5. A PESQUISA-AÇÃO

Após todo o embasamento teórico, deu-se início à pesquisa em sua prática. A referente pesquisa foi realizada com os alunos do 4º ano constituídos de 19 alunos sendo oitos meninos e onze meninas na faixa etária de 11 anos de idade, na Escola de Educação Básica e Fundamental David Coronel Carneiro, na cidade de União da Vitória e teve como principal característica uma tentativa de mudança de visão no ambiente escolar. Nas palavras de Moreira & Caleffe (2008, p.89), “a pesquisa-ação é uma intervenção em pequena escala no mundo real e um exame muito de perto dos efeitos dessa intervenção”. Onde foram efetuados encontros durante uma semana de aula durando cinco encontros.

Para este capítulo, tomo a liberdade de escrever o texto em primeira pessoa, pois facilita tanto a articulação das ideias quanto o entendimento das atividades.

 Nesse sentido busquei intervir dentro da escola juntamente com o alunado, levando algumas explicações em relação às pessoas com necessidades educativas especiais, colaborando de maneira qualitativa com uma formação mais humanitária destes alunos, ainda de acordo com Beane & Apple (1997, p.20), “as escolas democráticas, como a própria democracia, não surgem por acaso. Resultam de tentativas explícitas de educadores colocarem em prática os acordos e oportunidades que darão vida à democracia”. De acordo com os autores busquei maneiras de realizar tentativas práticas de mediar conhecimentos em relações às deficiências.

Durante as primeiras conversas procurei investigar quais eram os conhecimentos que as crianças tinham em relação às pessoas com deficiências. O professor pode então observar que muitos dos alunos têm conceitos e pré-conceitos ainda carregados de nomenclaturas pejorativas, tais como:

- O menino de perto da minha casa é “mudinho”.

- A menina que é vizinha da minha tia é “bobinha e ela vai para a APAE”.

 Tais nomenclaturas só fazem aumentar o nível de preconceito das pessoas, e isto ocorre por falta de conhecimento especifico das deficiências.

Foi então que juntamente com a professora regente da turma elaboramos um planejamento de ação com a finalidade de desmistificar esses conhecimentos de senso comum, foi realizando atividades teóricas e práticas no decorrer de uma semana.

No primeiro dia de aula levei um vídeo que mostrava a vida social de uma menina com Síndrome de Down e algumas propagandas de mídia em que se motiva a destruição de preconceitos para com essas pessoas. Encontrei em pesquisas um gibi da turma da Mônica em que a historinha se passa numa sala de aula. Nesta sala é apresentada uma aluna com a síndrome de Down e a partir de explicações bem adaptadas para a faixa etária dos alunos, há o esclarecimento da síndrome. Como afirma (STAINBACK, 1999, p. 75) “Em um sentido mais amplo, o ensino inclusivo é a prática da inclusão de todos – independentemente de seu talento, deficiência – em escolas e salas de aulas provedoras, onde todas as necessidades dos alunos são satisfeitas”. Observo então que para que se efetive realmente uma inclusão é dever do corpo escolar em geral promover uma educação mais humanística e livre de preconceitos ou discriminações com as diferenças individuais de cada individuo e a certeza de que são essas múltiplas diferenças que iram acrescentar no aprendizado de cada um de nós, pois em lugares onde tudo é igual não deve ser um lugar de aprendizado, mas sim de formatação de pessoas em seres iguais. A beleza está justamente nas particularidades que nos tornam diferentes, isto é, que permitem individualidade e fazem de cada um, seres únicos.

O resultado buscado nestas intervenções pedagógicas é o surgimento de novas iniciativas para a mudança de paradigma que o ambiente escolar tanto necessita, visto que é na escola que as crianças muitas vezes aprendem as melhores maneiras de como se portar em relação ao outro e são atitudes como a do presente projeto de pesquisa que vão colaborando de maneira simples com essas mudanças tão importantes para a sociedade em geral.

A inclusão brasileira dos alunos com necessidades especiais teve seu marco histórico com a participação do Brasil na Conferência Mundial Sobre Educação Para Todos, que ocorreu na cidade de Jontiem, na Tailândia, sendo signatário no Fórum Mundial da Educação, em Dacar, Senegal e principalmente seguindo as orientações descritas na Declaração de Salamanca em 1994, em que foram debatidos os princípios norteadores para a educação inclusiva.

O movimento de inclusão escolar e a concepção de educação inclusiva pedem a todos os envolvidos nas áreas da educação uma nova perspectiva de ensino, e para tanto que novas pesquisas e novas ações são necessárias para que os alunos com necessidades educacionais especiais tenham um atendimento justo e qualitativo. De acordo com a Declaração de Salamanca, 1994:

Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades. Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos. Brasil. Ministério da Educação. (2013).

Dentro da  nova maneira de educar, desta nova situação atitudinal, criou-se um foco para as atividades realizadas no interior da escola durante as aulas, com os alunos do 4º ano da Escola Municipal David Carneiro. Desenvolveram-se atividades lúdicas com os alunos em relação à inclusão escolar juntamente com a professora regente e os funcionários da escola, objetivando com essa ação de pesquisa que as crianças já estejam preparadas para a nova realidade que a educação inclusiva vai lhes proporcionar, trazendo uma convivência enriquecedora, com a pluralidade de ideias e comportamentos.

A pesquisa efetivou-se a partir do projeto nomeado como “Amigo Boneco Quebrado” e teve como finalidade primordial por meio de inserções com atividades educativas e lúdicas, uma nova experiência, aonde os alunos viessem a ter um convívio educacional com as diferenças, colaborando com isso para que a inclusão venha a acontecer de maneira plena, por todo o corpo escolar. O projeto foi realizado com os alunos do 4º ano da Escola Municipal de Educação Básica e Fundamental David Coronel Carneiro.

O primeiro passo foi levar até o alunado informações em relação às deficiências de maneira lúdica e instrutivas, respeitando as idades e a linguagem mais adequada para haver entendimento e empatia com o assunto proposto. Também houve uma conversa sobre questões como a acessibilidade das pessoas com necessidades especiais e adequação de conteúdos, mostrando a necessidade de respeitar as diferenças e capacidades das pessoas, a inclusão nas brincadeiras e a maneira mais correta de se referir às pessoas com deficiências. Esta atividade visou colaborar para que estes alunos estejam preparados a aceitar e conviver bem com os alunos da inclusão. Como ressalta WERNECK, 1999.p 54 “as escolas tem que esquecer a ideia de que o aluno tem que se adaptar a ela. Pelo contrário, elas devem tornar-se o meio favorável para o aluno, dando-lhe recursos para enfrentar desafios”.

A pesquisa teve como ideia principal a percepção e vivência das diferenças, propiciando aos alunos a experiência da deficiência por meio de atividades educativas, com a finalidade de desmistificar os conceitos preconceituosos muitas vezes utilizados, oferecendo de maneira descontraída e educativa informações a respeito de diferentes tipos de deficiências, colaborando assim para um ambiente escolar mais justo e igualitário começando pelos próprios alunos, que, com a colaboração dos professores, assim como todo o conjunto escolar, podem enfim formar um novo conceito de educação, muito mais abrangente e tolerante, muito mais justo e mais humano.

Sabemos que a inclusão existe, mas nem sempre é natural como deveria ser. Os deficientes ainda precisam recorrer a leis e ordens judiciais para terem o direito de frequentar algumas escolas que resistem a todo custo, em receber estes alunos.

A inclusão plena, somente pode tornar-se uma realidade quando a escola promover o acesso e a permanência dos alunos com necessidades especiais sejam elas motoras, intelectuais, sensoriais ou múltiplas, na rede comum de ensino, sem barreiras humanas ou arquitetônicas, e é para tanto que atividades neste formato se fazem urgentes.

Muitas vezes, quando docentes debatem o tema inclusão, há inicialmente o foco do corpo físico da escola e em relação à falta de preparo dos professores em ter um aluno com necessidades especiais em sala de aula, entretanto a presente pesquisa compreende que, apesar de algumas adequações terem sim importâncias e custos, este não é o principal empecilho para um bom trabalho, quando o professor preza pelo comprometimento com todo o corpo escolar. Por meio de uma educação mais humanística é que talvez alcancem uma maneira de dignificar as pessoas pele essência humana, livre de rótulos, voltando à educação para a cidadania, colaborando para uma realidade social mais justa e solidária mediando conhecimentos para a redução das desigualdades sociais e regionais, promovendo o bem de todos, sem discriminações.

5.1. Planos de Aula

Dando sequencia ao trabalho, passo então aos planos de aula. Neles, a sistematização dos conteúdos apresentados teoricamente para organização da prática e posterior avaliação do alcance desta pesquisa.

Plano de aula 01 temática abordando a deficiência de síndrome de down.

 4o ano do Ensino Fundamental. Escola Municipal David Carneiro.

Conteúdo: A inclusão de pessoas com deficiência: Síndrome de Down.

Objetivos:

-Estimular comportamentos solidários entre a comunidade escolar.

-Sensibilizar toda comunidade sobre o reconhecimento, o respeito e a valorização da diversidade.

-Analisar a visão que a sociedade tinha/ tem em relação à pessoa com deficiência, num ponto de vista histórico e contemporâneo.

Metodologia: O desenvolvimento abordando esta temática aos alunos terá inicio com a apresentação dos resultados de uma pesquisa desenvolvida por nós. Na sequencia, estão selecionados alguns vídeos sobre pessoas com a Síndrome de Down. Após os alunos assistirem aos vídeos, será motivada uma roda de conversa onde serão coletadas as perspectivas dos mesmos em relação à temática. Em seguida será solicitado a cada um dos alunos que escrevam uma redação em relação ao assunto discutido. 

Faz parte da metodologia: observar quais são os conhecimentos prévios que os alunos têm e quais foram construídos durante a abordagem do assunto. Nesta aula será proposta a construção de cartaz sobre as diferenças inseridas no ambiente escolar, os quais serão expostos em seguida. Esta proposta de trabalho tem por base a utilização de anúncios publicitários, observando os discursos sobre pessoas com Síndrome de Down.

A metodologia implica também refletir sobre o valor semântico/pejorativo de alguns vocábulos utilizados para especificar/ indicarem as pessoas com deficiência. Como atividade pedagógica propomos a criação de histórias em quadrinhos, realizadas em cartolinas, abordando o tema Síndrome de Down. Os trabalhos realizados serão discutidos e expostos em forma de mural na sala de aula.

Recursos:

  • Vídeos para análise
  • Quadro
  • Cadernos
  • Cartolinas
  • Revistas
  • Canetas, Lápis de cor, lápis de escrever
  • Fita adesiva

Avaliação:

  • Todas as produções (escritas, orais)
  • Seminários
  • A avaliação se constitui em quadro processual e contínuo.
  • Reflexão em relação à intervenção da aula e das atividades


Figura 1:  revista gibi utilizada como recurso didático.
Fonte: Revista Edição Especial coleção Mauricio de Souza.


Figura 2: Montagem de gibi pelos alunos da turma.
Fonte: Acervo pessoal do pesquisador

Figuras 01 e 02: Realização de atividade sobre Síndrome de Down, baseada na historinha que foi lida e discutida com os alunos, onde uma aluna com Síndrome de Down é apresentada para a turma.

Os alunos, de maneira geral, tiveram muito interesse em saber como ocorrem os casos de Síndrome de Down e como é que as pessoas com essa síndrome chegam até as escolas comuns. No comentário de alguns alunos foi possível verificar que mesmo percebendo as características físicas diferenciadas das pessoas com a citada síndrome, elas não são totalmente desconhecidas. Muitas se lembraram das frequentes propagandas sobre a síndrome de Down e como essas pessoas têm uma vida normal.

No final das atividades os alunos montaram um painel recontando a historinha da maneira como eles a entenderam, como pode ser verificado nas figuras abaixo.


Figura 3: Montagem de gibi pelos alunos da turma.
Fonte: Acervo pessoal do pesquisador

Figura 4: Montagem de gibi pelos alunos da turma.
Fonte: Acervo pessoal do pesquisador

Figuras 03 e 04: O painel pronto sobre a chegada de uma aluna com síndrome de Down na escola. A historinha foi um achado durante as pesquisas sobre quais materiais eu poderia adequar para a faixa etária dos alunos, então encontrei essa que foi uma iniciativa do autor MAURICIO DE SOUZA. Ele insere a temática de inclusão nas aventuras da turma da Mônica.

A reflexão por minha parte é de que os alunos têm mesmo muita curiosidade sobre as deficiências e isso esta bem distante do que poderíamos conceituar como discriminação, pois todos se mostram interessados e solidários em saber como agir estando em contato com pessoas com deficiências. Ainda segundo a Convenção Relativa à Luta Contra a Discriminação no Campo do Ensino – adota pela Conferencia Geral da UNESCO em Paris, 1960 – promulgada pelo Decreto nº 63.223, de 06 de setembro,

O termo discriminação abarca qualquer distinção, exclusão, limitação ou preferência que, por motivo de raça, cor, sexo, língua, opinião pública ou qualquer opinião, origem nacional ou social, condição econômica ou nascimento, tenha por objeto ou efeito destruir ou alterar a igualdade de tratamento ou matéria de ensino”. Direitos humanos; instrumentos internacionais – Senado Federal, 1997.p.206

Neste sentido não havendo resquícios de atitudes de discriminação ainda por parte destes alunos já se fazem necessárias outras intervenções didáticas pedagógicas, para que esses alunos venham a ser agentes contra quaisquer atitudes discriminatórias após a primeira atividade mediadora, desmistificando conhecimentos de senso comum que muitas das vezes vem carregado de termos e atitudes de discriminação para com as pessoas diferentes da maioria. Neste caso especificamente as pessoas com deficiências e ou pessoas com necessidades educativas especiais.

Plano de aula 2:  Temática sobre deficiências motoras

4º  ano do Ensino Fundamental. Escola Municipal David Carneiro.

Conteúdo: Deficiências Motoras.

Objetivos:

  • - Proporcionar aos alunos a identificação das reais necessidades dos alunos com deficiências motoras.
  • - Estimular o ambiente escolar, contando com a participação dos alunos, sobre o respeito e sensibilização em relação às pessoas com necessidades especiais, enfatizando o respeito e a valoração da diversidade.
  • - Promover discussões sobre as características físicas e culturais dos alunos com necessidades especiais, especificamente deficiências motoras das pessoas que nascem e das pessoas que adquirem essa particularidade no decorrer da vida. 

Metodologia: Serão desenvolvidos procedimentos teórico-metodológicos para facilitar uma melhor mediação e apropriação dos conteúdos trabalhados com o objetivo de uma adequação das linguagens e tratamentos para com as pessoas com necessidades especiais.

Esta aula é um segundo encontro com os alunos que já tem o conhecimento da temática que vem sendo desenvolvida. Para mediar o conhecimento, a aula será iniciada por uma dinâmica com bonecos que apresentam algum membro faltando (braços ou pernas). Em seguida será realizada uma leitura de história em quadrinhos que discute a questão da acessibilidade na escola, no que tange as necessidades dos alunos com dificuldades motoras, tais como alunos cadeirantes, ou os que precisam de algum outro instrumento de locomoção.

 A aula terá continuidade com uma roda de conversas, ouvindo as exposições dos alunos em relação à problemática. Como os alunos que não apresentam deficiências enxergam esses alunos com necessidades especiais e quais são as suas visões sobre a acessibilidade na escola e também na sociedade.

Desenvolveremos no final da conversa uma atividade para construir um “mini” manual de brincadeiras inclusivas em forma de folheto, criado pelos educandos, a fim de verificar quais são suas opiniões sobre a inclusão.

Recursos:

  • Histórias em quadrinhos sobre inclusão
  • Cadernos
  • Giz
  • Quadro
  • Folhas sulfite
  • Vídeos sobre acessibilidade.
  • Bonecos.

Avaliação: O processo avaliativo se propõe a verificar a participação dos alunos no envolvimento com a temática trabalhada com o propósito de mediar uma aprendizagem de valores humanos através das suas interações, gestos e verbalizações.


Figura 05: Atividades práticas                              Figura 06: Atividades práticas
Fonte: Acervo pessoal do pesquisador                 Fonte: Acervo pessoal  do pesquisador                                     

Figuras 05 e 06 Atividades prática sobre deficiências física e acessibilidade.

Reflexão sobre as atividades e envolvimentos dos alunos com a temática da aula. Durante esta aula apresentei aos alunos a variação de uma deficiência física transitória e uma deficiência física permanente. Os alunos se envolveram muito com a temática da aula para tanto levei até a escola alguns instrumentos de utilização e apoio utilizados por pessoas com deficiência física.

Primeiramente de maneira dialógica expus no quadro como alguém sem deficiência pode ficar deficiente por um determinado período de sua vida, como no caso de fratura em um braço ou perna e como essa pessoa vai necessitar da utilização de um apoio. No caso de uma perna quebrada uma muleta ou um andador. Os alunos gostaram muito de pegar os aparelhos (como cadeira de rodas) e ver na prática como eles funcionam.  Também relataram conhecer alguns dos aparelhos que eu levei até a escola, uma das alunas falou que tinha medo da cadeira de rodas, porém com o andamento da aula a mesma foi perdendo o medo e acabou sentando e andando com a cadeira no pátio da escola.

Como pode ser visto na figura 06, formou-se uma fila para que todos os alunos pudessem experimentar a sensação de andar com a cadeira.


Figura 07: Atividades práticas                               Figura 08: Atividades práticas
Fonte: Acervo pessoal do pesquisador                  Fonte: Acervo pessoal  do pesquisador

Figuras 07 – 08: Ao fundo da figura 07 é possível ver um dos alunos brincando e ao mesmo tempo vivenciando a utilização de uma muleta. Acredito que são atividades assim que vem a contribuir com a desmistificação que se tem em relação às pessoas com deficiência física, assim como as questões de acessibilidade nas estruturas físicas dos ambientes. Os próprios alunos colocaram a questão de que seria um trabalho enorme para um deficiente físico ter livre acesso aos lugares dentro da escola. Este fato, para mim, como promotor desta pesquisa ação, trouxe a certeza de que as minhas intervenções estavam sendo absorvidas pelos alunos.

Plano de aula 3: temática deficiência visual.

Séries: 4ano do Ensino Fundamental. Escola Municipal David Carneiro.

Conteúdo: Deficiência visual (Cegueira)

Objetivos:

  • - Oportunizar compreensão sobre inclusão escolar.
  • - Esclarecer dúvidas a respeito da deficiência visual.
  • - Identificar quais são os problemas causados pela falta de acessibilidade.
  • - Incentivar a socialização dos alunos.

Metodologia: Iniciar a aula de maneira expositiva, especificando os motivos que levam a cegueira: crianças que já nascem cegas e aquelas que desenvolvem um quadro de deficiência visual. Explicar como funciona a mediação com os cegos; tipos de comunicações utilizadas tais como Sistema Braile (que utiliza pontos e texturas para escrita) e Soroban (ábaco japonês). Conscientizar sobre a interação com pessoas que apresentem a deficiência visual, assim como esclarecer mitos que envolvem essa deficiência. 

Logo após a parte teórica, será realizada uma atividade prática com os alunos para que vivenciem a experiência sensorial de andar com os olhos vendados, passando por um circuito sem acessibilidade, e em outro onde estão sendo auxiliados de maneira adequada. Este circuito pode ser feito dentro ou fora da sala de aula. Outro material peculiar que os alunos podem manipular é a bola de guizos, utilizada pelas pessoas com deficiência visual para jogar futebol.

Recursos:

  • -Sala de aula, quadra ou pátio.
  • - Quadro verde.
  • -Objetos variados para o circuito
  • -Bola com Guizos

Avaliação: Verificar como os alunos se sentiram com a realização da atividade.

Reflexão sobre o envolvimento dos alunos com a temática de deficiência visual logo após conceituar as questões de baixa visão e cegueira completa e passar novamente por atividades práticas.

Dei início às atividades práticas sobre deficiência visual realizando uma velha brincadeira onde os participantes usam uma venda nos olhos e tentam colocar o rabo em um cavalo que desenhei no quadro, como pode ser visto na figura abaixo. Os alunos ficaram muito envolvidos, ao mesmo tempo em que relataram nunca terem visto nenhuma pessoa cega de perto. Alguns alunos questionaram se a cegueira produzia para os cegos alguns tipos de variações de cor como claro ou escuro. Neste momento, fiquei em dúvida para responder; foi então que utilizei os conhecimentos adquiridos durante as aulas da pós-graduação e, com base em baixa visão, relatei aos alunos que para alguns deficientes visuais é possível terem uma variação de luz, mas para outros deficientes mais severos essa variação não existe. Depende então, do tipo e grau de deficiência e até mesmo de um conhecimento prévio das cores para reconhecê-las, fazendo com que o deficiente adquirido tenha mais chances de perceber tais variações.


Figura 09: Atividades práticas                                   Figura 10: Atividades práticas
Fonte: Acervo pessoal  do pesquisador                       Fonte: Acervo pessoal  do pesquisador

Figuras 09 e 10: Durante as explicações teóricas mostrei que os sentidos da audição e do tato vão substituir a visão para os deficientes visuais. Assim, eles passam a conhecer o mundo por outras vias de sentidos. Os alunos a todo instante perguntavam como seria a parte prática desta aula. Devido a esta ansiedade e para não perder o interesse, realizei alguma atividade com eles, primeiramente dentro da sala, como o exercício de ir até o quadro e tentar colocar o rabo no cavalo; posteriormente um circuito ainda dentro da sala mostrando aos alunos como é que um deficiente visual pode contar com o auxilio de outra pessoa, chamada pelos cegos de guia. Formamos duplas, onde um dos alunos ficou com os olhos vendados e o outro auxiliando para atravessar o circuito. Todos os alunos ficaram sensibilizados com a atividade.


Figura 11: Atividades práticas
Fonte: Acervo pessoal  do pesquisador

Atividades de vivência sobre deficiência visual: os alunos colaboraram com os colegas fazendo silêncio na sala para que a aluna que estava sendo a guia pudesse auxiliar a menina que estava com os olhos vendados a atravessar o circuito.

Plano de aula 04: temática de deficiência auditiva

4ano do Ensino Fundamental. Escola Municipal David Carneiro.

Conteúdo: Deficiência Auditiva

(Surdez)

Objetivos:

  • -Identificação da deficiência.
  • - Estimular a socialização com alunos e pessoas que apresentem a deficiência auditiva.
  • -Incentivar a familiarização com o sistema de comunicação Libras, Língua de Sinais. 

Metodologia: Primeiramente realizar uma exposição dos conceitos adequados sobre as pessoas com deficiência auditiva, explicitando quais são as maneiras de se comunicar e a nomenclatura adequada. Quais são os motivos que levam a surdez, os graus de surdez e como funciona a comunicação de libras. Após esta explanação, realizar a primeira mediação com os alunos em relação à deficiência auditiva realizando atividades práticas, e exercícios utilizando a Língua Brasileira de Sinais (Libras) levando os alunos a confeccionarem frases e diálogos curtos. 

Realizar uma brincadeira com a interpretação em libras de uma música pré-selecionada.

Recursos

  • -Quadro Verde
  • - Giz
  • -Caderno
  • -Cartolinas
  • -Música
  • - Vídeos

Avaliação: Verificar como os alunos se sentiram com a realização da atividade. Reflexão sobre as atividades realizadas em relação à deficiência auditiva com os alunos: Durante esta aula como de costume, primeiro mostrei alguns vídeos sobre a deficiência auditiva, demonstrei como alguns surdos realizam a leitura labial depois como alguns sentem a vibração dos sons. E depois assistimos algumas vídeo-aulas de LIBRAS - Linguagem Brasileira de Sinais, e alguns alunos relataram já conhecer um certo número de sinais, visto que existem programas infantis ensinando a utilização dos sinais. Realizamos alguns exercícios de LIBRAS tais como o alfabeto manual que disponibilizei para todos os alunos. A seguir, eles formaram duplas e realizaram a tentativa de soletrar os próprios nomes.


Figura 12: Atividades práticas
Fonte: Acervo pessoal do pesquisador

Nesta figura os alunos estão realizando atividades de encenarem uma mímica com alguns bonecos que disponibilizei para eles, sendo que entre os bonecos todos tinham algum membro faltando. Como exercício de inclusão, primeiramente não falei nada aos alunos e os mesmos começaram a perceber sozinhos que alguns dos bonecos tinham deficiências, porém perceberam também que era fácil incluir esses bonecos no exercício proposto.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O assunto inclusão ainda causa polêmica e é alvo de grande divergência entre as pessoas. Por um lado, pais ansiosos por terem os direitos de seus filhos garantidos por lei. Por outro lado, professores nervosos, apreensivos com o novo, desestabilizados em seu mundo de alunos “típicos”. Acham que não estão preparados e muitas vezes, não estão mesmo. Falta conhecimento, falta formação, mas infelizmente falta também, em alguns casos, boa vontade e um pouco de empenho profissional.

A estrutura física da escola também pode ser uma barreira, de longe, a mais fácil de transpor. Materiais escassos dificultam, mas não impedem o acesso do deficiente à escola.

Neste universo de discussões e mudanças, muitas vezes nos esquecemos das próprias crianças. As incluídas, e também, seus colegas de turma. Como são recebidos? Como se sentem diante do diferente?

Por meio desta pesquisa, pude constatar que as crianças em sua curiosidade natural, percebe o diferente, porém, não o exclui preconceituosamente. A exclusão é causada muitas vezes por falta de conhecimento ou timidez. Elas, porém, tem interesse em conhecer, querem experimentar as sensações, estão dispostas a conversar sobre o assunto e mudar seus pontos de vista.

As crianças ainda estão aprendendo a um ritmo alucinante, e é nesta fase que, se bem aproveitada e direcionada, podemos formar cidadãos mais tolerantes, mais abertos ao novo, mais éticos, menos resistentes ao diferente e assim, com um mundo permeado por todas as nuances da vida, mais livres. O universo que desenvolvi a pesquisa foi uma escola do interior no Município de União da Vitória –PR em uma sala de aula do 4º ano do ensino fundamental constituído por 19 crianças em sua maioria meninas, fundamentalmente alunos curiosos e sensíveis, a curiosidade brilhava em seus olhos em cada assunto novo que eu abordava junto com eles, ouvi muitos relatos deles de conhecerem alguém que tenha deficiência entretanto não tinham contato nenhum com essa pessoa e ficavam apenas olhando a pessoa que tem deficiência de longe, muitas vezes atitude desenvolvida mediada pelos próprios pais, por não saber como agir falam para os seus filhos não olharem para quem tem deficiência.

Dentro da própria escola existem crianças que tem deficiência e estas no ambiente escolar são acolhidas nas brincadeiras e atividades possíveis. Muitas crianças nem se quer tinham tocado em alguma cadeira de rodas, ou muletas e sempre apresentavam muita surpresa quando viam estes aparelhos na sala de aula.

Por fim vencidos pela curiosidade sentimento quase sempre enriquecedor para nossa espécie humana. Andavam em volta com olhar investigador, questionavam se poderiam utilizar os aparelhos para saber como eram. E acabavam por transformar a curiosidade em conhecimentos. 

Percebi que os comentários e algumas resistências em enfrentar a curiosidade de saber as causas de uma pessoa ser diferente das outras eram produto dos adultos que convivem com estes alunos, assim como a preocupação em relação ao rendimento escolar em uma classe que tenha um aluno de inclusão, alguns pais demonstravam preocupações em relação à atenção da professora, será que o meu filho vai receber a atenção que merece ou será que o aluno de inclusão vai receber mais atenção.

A pesquisa que propôs na escola vinha bem de encontro as situações vivenciadas pelos alunos e profissionais da escola assim como com as duvidas e curiosidades dos pais dos alunos. Durante a semana em que estive na escola pode ter a oportunidade de conversar com alguns dos pais dos alunos que de pronto elogiavam a iniciativa da minha pesquisa, que os alunos tinham levado até os seus lares conhecimentos apreendidos nas aulas. E era este efeito que eu como pesquisador e professor desejava que a minha intervenção não ficasse estagnada apenas dentro da sala de aula, mas que se transformasse em ações dos alunos.

Cheguei ao final da pesquisa com a nítida impressão de que realmente as crianças estão sempre abertas ao conhecimento do novo, quando existem boas mediações que realmente criem significados bons estes aprendizados se transformam em maneiras de agir fora da escola e no ambiente escolar a inclusão passa a ser um conhecimento a mais para estes indivíduos em formação.

Conseguimos desenvolver atitudes que desconstroem a mítica de que todos deveram ter um patrão de comportamento, que devemos ser iguais e que os diferentes não são bem vindos, construímos nestas crianças o sentimento de tolerância as diferenças, respeito às limitações alheias, e isso só fazem com que todos nos sejamos compreensivos aceitando também as nossas limitações.

Muitas vezes em que durante as aulas passei alguns vídeos de superação de pessoas com deficiência fazendo tudo, dançando, cantando e até mesmo pulando corda, entre os alunos escutava comentário positivos, do tipo “eu nem sei pular cordas e tenho tudo funcionando porque nunca fiz isso”...  Ou até mesmo auto criticas falando assim “Como posso ficar triste sendo que aquele menino sem os braços e sem as pernas é feliz e tenta fazer tantas coisas, e eu com preguiça de tudo. Eu vou mudar vou tentar fazer”....

É muito compensador chegar ao fim de uma pesquisa que seria apenas um estudo de campo e ver que as intervenções realmente criaram um significado para os alunos que por vezes eu tive alguma resistência em levar cadeiras de rodas, muletas e andador para dentro da escola, na dúvida de que será que não iria assustar os alunos, e chegar ao final brincando com eles na cadeira de rodas, de ouvir relatos de que o avô tinha muleta e o aluno sempre teve vontade curiosidade de pegar examinar aquele objeto e eu consegui criar um espaço para isso.

Quando imaginei a pesquisa e minhas intervenções fui alertado por uma colega de que as crianças não iriam demonstrar preconceito algum e que talvez alguma atitude de preconceito partisse por parte dos pais dos alunos, mas isso não ocorreu o único fator que pude constatar é uma antiga maneira atitudinal que ainda existe que é de que fica feio ficar olhando para as pessoas com deficiência, por isso criasse um afastamento destas pessoas. Mas por parte das crianças a curiosidade é sempre maior e se atitudes de desmistificações das pessoas com deficiência fosse sempre recorrentes a inclusão seria de fato bem mais sutil e agradável a todos.

Para tanto mudanças de atitudes são combustível para que o movimento de inclusão seja uma oportunidade de crescimento para todos, na escola seja vista como um espaço de formação humanitária e não só um espaço de acréscimo de conhecimentos acadêmicos. Onde os alunos ainda em formação recebam mediações boas e a escola seja também uma oportunidade deixar de existir discriminações. Acredito que o movimento de inclusão possa realizar transformações qualitativas para todos criando possibilidades de avanços das potencialidades dos alunos de inclusão assim como para os alunos e professores ditos normais, todos tem a ganhar se este trabalho for feito com esforços e dedicação. A atitude de inclusão já é por si mesma uma forma de incorporar as diferenças mas só isso não basta a escola deve incorporar o caráter de favorecimento a construção de alunos independentes, que tenham atitudes boas frentes aos desafios fora da escola.

Para tanto se faz necessário toda uma mudança por parte dos professores devem sempre se redefinir frente aos desafios oportunizados pela inclusão.  

A inclusão somente ocorre de fato quando paramos e revemos nossa praticas pedagógicas, incorporamos novas maneiras de avaliações, repensamos nossos processos de ensino e aprendizagem e quando realmente respeitamos as diferenças no aprender.  Agregando sempre novidades tecnológicas que servem para mediar conhecimentos, as escolas sempre investir em qualificar os profissionais e nunca se esquecer da sensibilização dos seus componentes para que a escola não seja apenas mais um prestador de serviço, mas uma instituição de força social. Uma escola em que não existam flexibilidades dos conteúdos, das avaliações que não leva em conta a singularidade existente em nossas diferentes maneiras de ser é um ambiente formatador de pessoas. Torna-se excludente dos diferentes e acaba não acrescentando nada para a sociedade. Para tanto é que a equipe pedagógica da escola deve sempre investir em propostas de diversificação dos conteúdos e nas praticas para melhorar as interações entre professor aluno, entre professor e equipe.

No que posso esclarecer dentro da pesquisa a que me propus realizar é que escolas onde atividades inclusivas venham sendo desenvolvidas e que agreguem valores de respeito e tolerância as diferenças sejam generalizadas e multiplicadas fora dos muros das escolas. Sendo o a responsabilidade de incluir é de toda a sociedade e para isso é que a escola educa e media ações validade para a vida do sujeito inserido nela, que seja sempre um espaço de trocas de experiências.

As ações de inclusão de olhar para o outro como um ser único se faz necessário toda uma mudança de paradigma dentro da escola é preciso que tenham transformações no sistema de ensino, na maneira de olhar o alunado em fim que a sensibilidade humana esteja a frente das avaliações puramente acadêmicas.  Concluímos assim que mudanças dentro destas perspectivas atendem não só aos alunos com deficiências, mas de maneira geral acolhem as todas as diferenças. 

7. REFERÊNCIAS

ANDRADE, Fábio Santos de. Fatos históricos sobre os portadores de necessidades especiais e também o contexto historiográfico dos jogos e brincadeiras ao longo dos tempos, 2008. Disponível em http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_18298/artigo_sobre_fatos_hist%C3%93ricos_sobre_os_portadores_de_necessidades_especiais_e_tambem_o_contexto_historiogr%C3%81fico_dos_jogos_e_brincadeiras_ao_longo_dos_tempos acesso em 08/03/2013.

APPLE, Michael W. BEANE, James A. O argumento por escolas democráticas.  In –

(Org.). Escolas Democráticas. São Paulo: Cortez, 1997.

BANKS-LEITE, Luci e SOUZA, Regina Maria de. O des(encontro) entre Itard e Victor. In: BANKS-LEITE, L. e GALVÃO, I. (orgs.). A educação de um selvagem: as experiências pedagógicas de Jean Itard. São Paulo: Cortez, 2000. 

BATTISTELLA, Linamara. DECRETO N• 5296/04 - regulamenta as leis 10.048 e 10.098/2000. Conceito de deficiência segundo a convenção da ONU e os critérios da CIF. Secretaria de Estado dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Governo de São Paulo, S/D.

BIANCHETTI, Lucídio. Aspectos Históricos da Educação Especial. Revista Brasileira de Educação Especial, V.03, ABPEE, 1995.

Brasil. Ministério da Saúde. Informações sobre a síndrome de Down: Destinadas a profissionais de unidades de saúde. Brasília: Programa Nacional de Atenção à pessoa portadora de deficiência; 1994. p. 56. Disponível em http://www.scielo.unal.edu.co/scielo.php?script=sci_nlinks&ref=000101&pid=S0120-5307200600020000700001&lng=pt , Acesso em 24/02/2013.

CARMO,A.A. Deficiência Física: A sociedade Brasileira Cria, Recupera e Discrimina. Brasília: Secretaria dos Desportos/PR, 1991.

Convenção sobre os direitos da pessoa com deficiência – Comentada – Governo eletrônico, 2012, disponível em www.governoeletronico.gov.br/.../a-convencao-sobre-os-direitos-das-pessoas-com-deficiencia Acesso em 06/03/2013.

Conferencia Geral da Unesco – 1960, promulgada pelo Decreto nº 63.223, de 06 de setembro, Paris, Senado Federam, 1997.

Declaração de Salamanca - Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais, disponível em http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf Acesso em 21/01/2013

GRIMBERG, Carl. História Universal – Emerge a Grécia. V.4, Publicações Europa-América. Portugal, Porto. 1989.

LANNA JUNIOR, Mário Cléber Martins (comp.) História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil / Brasília: Secretaria de Direitos Humanos. Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 2010. Disponível em http://www.adiron.com.br/site/uploads/File/Movimento(1).pdf, acesso em 09/03/2013.

MANTOAN, M.T.E. O direito de ser, sendo diferente, na escola. Procuradoria Geral da República, MPF, 2006. Disponível em http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=17820 acesso em 09/03/2013.

MAZZOTA, Marcos José Silveira. Educação Especial no Brasil: História e políticas públicas, 5ªed. São Paulo: Cortez, 2001. Disponível em http://xa.yimg.com/kq/groups/19620342/1960732637/name/hist%C3%B3ria+da+educa%C3%A7%C3%A3o+especial+no+Brasil+(excertos)+-+Mar+(1).txt Acesso em 08/03/2013.

MELO, T.A.F; FREITAS, A. Educação Física Adaptada, uma prática de possibilidades no contexto escolar. Revista Digital, Buenos Aires, ano14, n. 136, sep.2009. Disponível em: http://www.efdeportes.com/edf136/educacao-fisica-adaptada-no-contexto-escolar.htm acesso em 07/03/2013.

Ministério do Trabalho. Conceito da Pessoa Com Deficiência para Lei de Cotas. Disponível em http://www.mte.gov.br/fisca_trab/inclusao/lei_cotas_2.asp acesso em  08/03/2013.

MONTILHA, Rita de Cássia Ietto, et all. Utilização de recursos ópticos e equipamentos por escolares com deficiência visual. Arq Bras Oftalmol. Unicamp – SP, 2006. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/abo/v69n2/29067.pdf , Acesso em 24/02/2013.

MOREIRA e CALEFFE. Metodologia de pesquisa para o professor pesquisador. Rio de Janeiro, 2008. Cap. VII. Disponível em http://tudodenovoo.blogspot.com.br/2011/05/moreira-e-caleffe-metodologia-de.html

Acesso em 06/03/2013.

NUSSBAUM, Robert L; [ et al] Thompson e Thompson Genética Médica, 6ª Edição, pgs: 29. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2002.

RECHINELI, A.; PORTO, E.T.R.; MOREIRA, W.W.; Corpos deficientes, eficientes e diferentes: uma visão a partir da educação física. Revista Brasileira Educação Especial v.14, n.2 Marília maio/ago. 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex&pid=S1413-65382008000200010.htm Acesso em 07/03/2013.

SILVA, Otto Marques da. A epopéia ignorada: a pessoa deficiente na história do mundo de ontem e hoje. São Paulo: Dedas, 1998.

STAINBACK, W; STAINBACK, S. Inclusão, um guia para educadores. Porto Alegre, Artes Médicas, 1999.


Publicado por: Marcio Andre Madeira

icone de alerta

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Monografias. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.