Os benefícios pedagógicos que o esporte pode trazer como mais uma alternativa na socialização e formação de adolescentes e jovens

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1. RESUMO

Este estudo trata do esporte como um conteúdo pedagógico, procurando através de uma pesquisa bibliográfica conhecer e centrar nossa atenção no esporte. Verificamos a pedagogia do esporte, considerando suas dimensões na pratica esportiva. No âmbito da pesquisa focalizamos o atual momento desta área de conhecimento. No contexto do esporte recreativo, educacional e competitivo procuramos analisar o mesmo a partir da modernidade e passamos a compreendê-lo como um fenômeno sociocultural de múltiplas possibilidades, e seu objetivo no processo formativo de adolescentes e jovens.

O esporte é um fenômeno que se manifesta de diversas maneiras, sendo procurado como pratica por adolescentes e jovens. Ele apresenta varias possibilidades de manifestação, porém neste trabalho ele foi estudado como instrumento pedagógico, analisando aspectos relacionados à socialização, construção de valores morais e éticos, bem como à recreação e lazer, e sua importância para o desenvolvimento integral de adolescentes e jovens.

2. INTRODUÇÃO

O esporte não é apenas uma palavra, um substantivo comum e não se define com um único conceito. A prática esportiva no contexto atual vem ganhando diversas formas, modalidades e, principalmente, sua finalidade tem sido ampliada.

O esporte é uma atividade abrangente, visto que engloba diversas áreas importantes para a humanidade, como saúde, educação, turismo, entre outros (TUBINO, 1999). É importante destacar também o papel social que o esporte desempenha no desenvolvimento integral dos sujeitos. Corrobora com esta ideia Martins et al (2005) enfatizando que a prática do esporte envolve a aquisição de habilidades físicas e sociais, valores, conhecimentos, atitudes e normas. Almeida e Gutierres (2009) cita que o esporte é uma forma de sociabilização e de transmissão de valores. Portanto, observa-se que o esporte possui amplas repercussões, sendo um fenômeno que possui uma linguagem universal.

Os benefícios do esporte tem ultrapassado o limite do bem estar físico e tornar-se visível também a nível educacional e formativo para crianças, adolescentes e jovens, conforme evidências da literatura atual (BASSANI; TORRI; VAZ, 2003, p. 90).

Inúmeros são os meios utilizados atualmente para ampliar a eficácia da transmissão de conhecimento, a socialização e a formação integrais na infância, adolescência e juventude; é neste contexto que a prática esportiva vem ganhando espaço. Incontáveis são os projetos, Organizações Não Governamentais (ONGs) e programas sociais que trabalham com o esporte como meio principal das suas atividades formativas.

São verdadeiros os acréscimos que o esporte traz para a sociedade, e isso se deve aos diversos benefícios que estão vinculados a sua prática. Hoje a busca pelo bem-estar individual e coletivo está presente em todos os níveis sociais, e o esporte ou práticas esportivas são fundamentais no cotidiano da população, porque auxiliam na manutenção de uma vida saudável. É preciso também destacar a importância do esporte na vivência de valores necessários para o convívio em sociedade como a tolerância, a inclusão e o respeito. Além disso, o esporte pode ajudar como mais uma alternativa “[...] um fator fundamental para a educação de crianças e jovens, atribuindo-se a ele frequentemente papéis admiráveis, como livrar as pessoas do consumo de drogas”. (BASSANI; TORRI; VAZ, 2003, p. 90).

3. JUSTIFICATIVA

Esta revisão da literatura tem como principal motivação a relevância das evidências atuais a respeito da temática (pedagogia do esporte) abordada na formação integral de adolescentes e jovens. Conforme anteriormente descrito, as pedagogias estão sendo ampliadas a fim de melhor contribuir para o sistema educacional.

Acredita-se que que o esporte pode ser mais uma alternativa na formação humana de adolescentes e jovens, através de sua pratica, pode-se trabalhar vivencias essenciais para que as dificuldades da modernidade possam ser ultrapassadas, e que esses mesmos adolescentes e jovens possam se tornar pessoas mais preparadas para enfrentar as responsabilidades da vida adulta.

Conceitos básicos para atingir-se o bem estar físico e social esperado para cada ser-humano – como, por exemplo, disciplina, respeito, dedicação, aceitação social, trabalho em grupo, organização pessoal, ética, obediência e estilo de vida saudável – podem ser amplamente reforçados através da prática esportiva (LIMA, 2010).

A situação de adolescentes e jovens em situação de risco social que vivem em comunidade de baixa renda e até mesmo o extremo oposto de jovens que tem à disposição o conforto da tecnologia e mais oportunidades, mas que pela quantidade de facilidades e por ver tanta violência, acaba em acomoda-los no sofá e trancados dentro de casa. Portanto surge a necessidades de alternativas de combate aos problemas sociais, e o esporte em detrimento da prática de atividades físicas pode ser mais uma, mas exige da sociedade atual (professores, educadores físicos) soluções para uma adequada formação física e social. “As atividades físicas e desportivas têm especial importância para as crianças oferecendo assim uma ampla gama de ações destinadas a preencher construtivamente o tempo livre de crianças e jovens, contribuindo para sua formação e afastando-os das ruas.” (LIMA, 2010)

Desta forma, justifica-se a realização deste trabalho, com o propósito de estudo aprofundado na discussão dos benefícios que o esporte, sendo apresentado como mais uma alternativa na formação de adolescentes e jovens.

4. OBJETIVOS

4.1. Objetivo geral

Verificar a contribuição da pratica esportiva na formação de adolescentes e jovens – formação esta não apenas de cunho físico, mas social e ético-moral; ou seja, na formação integral.

4.2. Objetivos específicos

  1. Demonstrar a potencialidade do esporte em trabalhar noções de disciplina, de respeito, de dedicação, persistência e a aceitação social;

  2. Apresentar a importância das práticas esportivas para o desenvolvimento do trabalho em grupo, estilo de vida saudável, convivência com as diferenças interpessoais e inclusão;

  3. Expor a relevância do esporte como estimulador para ampliação das perspectivas de vida individuais e coletivas por meio de metas e objetivos; e

  4. Explorar as vivências de derrotas e vitórias na prática do esporte.

5. PROCEDIMENTO METODOLOGICO

Na elaboração de um trabalho acadêmico, é necessário fundamentar-se numa pesquisa de literatura atual, sobre o assunto a ser verificado, a qual pode ser definida, conforme Gil (2007) como um procedimento racional e sistemático, cujo objetivo é proporcionar respostas aos problemas propostos.

Para este trabalho foi aplicada o tipo de pesquisa exploratória, a qual objetiva proporcionar maior familiaridade com o problema em estudo para torná-lo mais explícito. Esse tipo de pesquisa é bastante flexível a fim de possibilitar a consideração dos mais variados aspectos relativo ao problema de investigação (GIL, 2007).

Para o procedimento de pesquisa foi utilizada a bibliográfica e documental, a partir de uma abordagem indireta, usando fontes do tipo de publicações encontradas em livros e artigos. Pesquisa Bibliográfica é realizada tendo como base materiais já elaborados, geralmente livros e artigos científicos. A Pesquisa Documental é parecida com a Pesquisa Bibliográfica, diferindo-se basicamente pela natureza das fontes, ela utiliza materiais que ainda não recebem tratamento analítico (GIL, 2007).

O estudo decorreu com a finalidade de selecionar informações já disponíveis em Pedagogia do Esporte, para então revelar a dimensão fenomenal do esporte e a sustentação de um referencial de autores e obras que atendessem ao objetivo especificado.

A partir do tema escolhido e dos autores e obras, foi possível apoiar um corpo teórico com estudo bibliográfico sobre os resultados pesquisados. Para analisar os materiais selecionados e estudados nessa pesquisa bibliográfical, foi necessário utilizar a técnica de análise chamada, Análise de Conteúdo, a qual se conceitua como um conjunto de técnicas de análise dos entendimentos visando obter, por procedimentos sistemáticos e organizados a descrição do conteúdo em estudo, por meios das fontes pesquisadas, seus indicadores que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção dessas fontes (BARDIN, 2002). Esta técnica organiza-se para identificar a presença ou a ausência de uma dada característica de conteúdo ou conjunto de características num determinado fragmentos das fontes escolhidas para responder aos objetivos dessa pesquisa científica.

6. REFERENCIAL TEÓRICO

6.1. Contextualização

A partir da aceleração tecnológica, das revoluções culturais e do aumento do pensamento racionalista capitalista, o ritmo de vida da sociedade ficou acelerado. A modernidade apresentou facilidades, rapidez, organização; mas ao mesmo tempo essas mesmas facilidades trouxeram à tona alguns problemas.

Duas ideias constituem a marca da modernidade: a racionalização e o utilitarismo. Ambas contemporâneas, que se contradizem e se completam; uma identificada com a Renascença e a outra com a Reforma, uma com a Subjetividade e a outra com o Liberalismo (TOURAINE, 1994).

Na ânsia da modernidade em responder as necessidades humanas, focou-se os esforços nas conquistas da ciência e da tecnologia, consequentemente hipervalorizando o que é mais palpável, atribuindo valor econômico a tudo o que pode ser produzido e da maneira mais rápida possível (TOURAINE, 1994).

Na tentativa de compreender o mundo em que se vive e dar significado às coisas que o cercam, o homem é um ser que contempla e especula a realidade, também é capaz de aprecia-la e posicionar-se diante dela. Frente a isso, surge a importância dos valores morais e da ética. O pensador grego Sócrates, conhecido por muitos como o Pai da Moral, foi um dos primeiros filósofos a abordar, de modo consistente, essa relação entre os valores e o agir humano, principalmente os valores éticos, elementares nas ações humanas (PLATÃO, 2001).

É nítido que o ser humano e a sociedade moderna passam por uma crise, a modernidade trouxe muitos benefícios, mas ao mesmo tempo apresenta as doenças modernas, como a ansiedade, a depressão, o individualismo, a síndrome do pânico, o estresse, a agressividade e as dependências.

O mundo globalizado tem levado as pessoas a uma competição cada vez mais acirrada [...] e também gerou sentimentos de ansiedade, descontrole, insegurança e a crescente violência urbana, em que valores socioculturais e filosóficos não se fazem presentes no universo de aprendizagem do ser humano (LIMA, 2010).

Hoje a sociedade moderna passa por uma crise paradigmática, resultante dentre outros fatores, da ruptura do modelo racional científico, o qual muito contribuiu para o avanço das ciências, mas que, atualmente não dá conta de responder a complexidade dos problemas que emergem dos contextos socioculturais. “Infelizmente, vivemos hoje em uma sociedade praticamente vazia de valores éticos e morais, de conceitos e de tradições”, conforme (LIMA 2010).

Este trabalho não pretende solucionar todas estas questões, mas sim questionar e talvez apontar mais um caminho para tal. Para mudar o futuro é preciso mudar a formação da nova geração. Enfoca-se a formação de adolescentes e jovens, em como a pratica esportiva e suas pedagogias podem ajudar no desenvolvimento das novas gerações.

No Brasil, o quadro da injustiça social agrava ainda mais a crise sócio-cultural que mundialmente se enfrenta. Levando-se em conta os Índices de Desenvolvimento Humano (IHD), pode-se constatar que a situação esta cada vez pior. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)1, o Brasil em 1990 ocupava o 59º lugar entre 130 países analisados; em 1999 caiu para 79º e em 2012 chegou ao 85º. O Brasil realmente apresenta-se como um dos países mais injustos do mundo, em um ponto de vista social, segundo Reis e Cheibub (1993) e lidera a lista das sociedades mais desiguais. Sposati, (1996: p. 25) afirma textualmente:

A desigualdade social, econômica e politica chegou a tal extremo no Brasil que está se tornando incompatível com o avanço da democracia. Este caráter de fortalecimento de desigualdade entre os brasileiros permite enxergar um fenômeno em nossa sociedade: a apartação social.

A injustiça social faz parte da história do Brasil, desde a colonização dos índios, a escravatura e opressão politica das classes trabalhadoras. Pela incapacidade do Estado em promover e gerenciar politicas sociais voltadas para o atendimento das necessidades básicas da população acabou gerando-se um fenômeno chamado de exclusão social. Exclusão é negação, não participação, não possibilidade de acesso, não pertencimento. Segundo Sposati, (1996: 13), é “a impossibilidade de um indivíduo poder partilhar da sociedade e leva a privação, da recusa, do abandono e de expulsão, inclusive com violência, de uma parcela da população”.

Para mudar essa realidade, numerosos projetos sociais estão se espalhando pelo território nacional, patrocinados por instituições governamentais, empresas privadas, organizações não governamentais (ONGs), ou organizações da sociedade civil (OSCIPs), visando atingir principalmente crianças e jovens da camada mais pobre da população, algumas vezes classificados como crianças e jovens em situação de risco social. A cada dia cresce a importância do esporte como ferramenta de inclusão social; segundo a ONU, o esporte, mesmo que tenha como princípio o desenvolvimento físico e da saúde, serve também para a aquisição de valores necessários para coesão social e mundial (LIMA, 2010).

6.2. O esporte

É impossível datar precisamente o surgimento do esporte, mas acredita-se que o ser humano está interligado à prática esportiva desde os primatas, quando tinham que sobreviver, fugir de predadores, caçar e disputar por territórios. Certamente uma das maiores descobertas que ajudou o homem a se tornar o ser dominante no planeta é o arco e flecha e postula-se que, depois da alimentação, a mais antiga forma de atividade humana é a que hoje se conhece por esporte (GUTTMANN, 1978).

 Huizinga (2007) pergunta: o que leva o jogador ao jogo contínua e repetidamente? Ele responde, claramente: a intensidade, os poderes de fascinação do jogo não têm respostas racionais. Como ele ultrapassa a esfera da vida humana (quem já não viu cachorro brincando?), não se baseia em elementos racionais. É na própria fascinação, na intensidade e paixão que residem as características fundamentais do jogo. Aparentemente descartável, torna-se necessidade imperativa quando o prazer por ele provocado cria essa necessidade. Ademais, o jogo em si, em sua natureza é instrumento sócio-educativo.

As evidências apontam que foram os gregos e os persas os pioneiros na sistematização da prática do esporte. Nas mais primitivas sociedades já haviam monumentos de vários estilos (egípcios, babilônicos, assírios e hebreus) com cenas de lutas, jogos de bola, natação, acrobacias e danças. Entre os egípcios, a luta corpo-a-corpo e com espadas surgiu por volta de 2.700 a.C. Eram exercícios com fins militares ou, na maioria das vezes, com caráter religioso. Além disso, na China desenvolveu-se o Kung-fu há mais ou menos 5 mil anos (DUARTE, 2000).

O esporte, como é conhecido hoje, é um fenômeno social recente. Campeonatos, torneios, olimpíadas, recordes, títulos, medalhas, torcidas e entretenimento surgiram junto com o crescimento do capitalismo. A longa história do esporte leva ao interior do homem e suas necessidades, ajudando dessa forma a entender como um fenômeno surgido há milênios se perpetuou no imaginário do homem. No início, a prática esportiva estava ligada aos exercícios e às guerras, aprimorar e desenvolver a força física do soldado. Hoje se tornou um fenômeno de massa, lucrativo para grandes empresas e sinônimo de status para os grandes atletas, o que acabou banalizando um pouco a essência do esporte (BITENCOURT, 1997).

 Huizinga (2007) vê o jogo como elemento da cultura humana. Aliás, levando essa visão até o seu extremo, ele propõe que o jogo é anterior à cultura, visto que esta pressupõe a existência da sociedade humana, enquanto os jogos são praticados mesmo por animais. O autor acrescenta: “A existência do jogo não está ligada a qualquer grau determinado de civilização ou a qualquer concepção do universo” (p.32).

A influência do esporte na vida e no cotidiano das pessoas é geral e acontece em quase todo o mundo, com reflexo na educação e na cultura dos povos. Nos dias de hoje, não se pode negar que o esporte é um fenômeno social, sendo um forte fator de interação social, seja no meio educacional, de entretenimento ou competitivo. Nesse sentido, o esporte tem papel educativo pleno, capaz de unir pessoas, classes e países; neutralizando divergências ideológicas e amenizando posições políticas divergentes. Maheu 2000 ( apud TUBINO, et.al, 1985, p. 5) escreve: “O desporto é um fator de equilíbrio entre espírito e o corpo, a afetividade e a energia, o individuo e o grupo”.

O esporte é uma grande ferramenta na humanização e deve ser inserido na integração dos instrumentos educacionais colocados à disposição da sociedade (TUBINO, 2001). Conceitua-se o esporte de acordo com a sua abrangência em: esporte-lazer e esporte de desempenho. Ainda segundo Tubino (2001), o primeiro é aquele que possui um caráter formativo. O esporte-lazer, como o próprio nome diz, é aquele que se apoia no próprio lazer em busca do bem-estar do indivíduo. Por fim, o esporte de desempenho é aquele disputado obedecendo rigidamente às regras existentes – por isso, diz-se que ele é institucionalizado.

6.3. Pedagogia do esporte

As pesquisas nesta área da pedagogia do esporte estão em continuo crescimento. Encontrar caminhos e respostas que levem o ser humano para uma boa formação integral é questão de grande relevância para a sociedade. Ao procurar inter-relacionar a pedagogia do esporte com o pensamento complexo, e suas implicações para o desenvolvimento da conduta humana de crianças e jovens, o alvo é mostrar o esporte como um fenômeno complexo, uma vez que o mesmo tem-se constituído num elemento atraente da cultura, angariando um número cada vez maior de adeptos no mundo, estando presente na vida de diversas pessoas (SANTANA, 2005).

Para entender a dimensão social que o esporte tem como fenômeno cultural, basta dizer que hoje existem mais países filiados ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e à Federação Internacional de Futebol Amador (FIFA) do que à Organização das Nações Unidas (ONU). Apesar disso, "ao longo da história da educação física brasileira até os dias de hoje, a pedagogia do esporte, em grande parte, pouco se preocupou em educar considerando, e até mesmo respeitando, a complexidade das pessoas e dos fenômenos sociais." (SANTANA, 2005, p.1).

Os objetivos do esporte na formação humana, segundo Teixeira (1999), são a promoção da saúde, sociabilização, construção de valores morais e éticos, recreação e lazer. O Esporte assume um aspecto recreativo quando é usado como lazer, em que o praticante não se preocupa com a vitória; assume um aspecto formativo quando é voltado ao rendimento e competição, visando a vitória como objetivo final.

No ensino da pratica esportiva (esporte) pode-se trabalhar expressões corporais como: dança, jogos, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo, contorcionismo, mímicas, e outros que podem ser identificados como formas de representação simbólica de realidades vividas pelo homem historicamente criados e culturalmente desenvolvidos. (COLETIVO DE AUTORES et al, 1992).

Segundo Moreno e Machado (2006) a prática esportiva deve ser tratada com destaque no conteúdo lúdico. Isso é possível de ser trabalhado em projetos esportivos, desde que o professor tenha um amplo entendimento da tarefa que aspira desenvolver, e deve ser trabalhado por possibilitar seu acesso aos adolescentes e jovens, que muitas vezes não têm chance de praticá-lo e vivenciá-lo fora do âmbito escolar. “Democratizar o esporte é assegurar a igualdade de acesso à prática esportiva para todas as pessoas.” (TUBINO, 1992, p.22).

O esporte pode ser organizado de diversas maneiras e apresentar diferentes objetivos. É no espaço extracurricular, a prática esportiva se constitui em mais um espaço de convivência com diferentes prática esportivas, pois ele é ensinado e tratado metodologicamente para que o aluno possa aprendê-lo e vivenciá-lo. Assim, entendido como fenômeno social, “o esporte precisa ser questionado em suas normas, suas condições de adaptação à realidade social e cultural que o pratica, cria e recria” (SOUZA JUNIOR et al, 1992, p.71).

Segundo Souza Junior et al (1992), é preciso resgatar os valores que privilegiem o coletivo sobre o individual, resguardar-se o compromisso da solidariedade e respeito humano, a compreensão de que o jogo se faz “a dois”, e de que é diferente jogar ”com” o companheiro e jogar “contra” o adversário, constituindo o esporte como um espaço para novos experimentos motores.

Para a grande maioria dos educadores a importância da inserção da pratica esportiva no cotidiano de adolescentes e jovens, se dá pelo fato de seus conteúdos, em fundamental o esporte, apresentarem boa contribuição na socialização dos praticantes. O esporte, com suas regras e hierarquias, pode ajudar na organização da sociedade, reforçando o conceito de senso coletivo e de respeito. Como o esporte vem sendo apreciado por grande parte da sociedade, ele “passa a ser apropriado, incorporado como um conhecimento a ser transmitido.” (MORENO e MACHADO, 2006, p.133).

A técnica pode ser abordada na perspectiva da resolução de problemas colocados para os alunos, incentivando a descoberta de metas, objetivos e a pesquisa, no sentido de buscar a melhor maneira de fazer algo. (ASSIS, 2001).

Os métodos pedagógicos utilizados rotineiramente no ensino da pratica esportiva, contribuem para o ensino do esporte, apesar disso a dificuldade dos professores e técnicos torna-se visível devido às muitas teorias que não convergem. Conforme Freire (2000, p.91), os professores incumbidos de ensinar esportes não se sentem suficientemente convencidos de que é possível ensiná-los.

Para Paes (2006) a pedagogia do esporte apresenta-se como mediadora dessa discussão acadêmica sobre esporte recreativo, educacional e competitivo, sendo assim guia de novos procedimentos e intervenções profissionais, visando proporcionar à relação ensino e aprendizagem esportiva.

Um dos grandes desafios que os educadores encontram na hora de executar as aulas é a questão competitiva, pois vive-se em uma cultura competitiva, que valoriza sempre mais a vitória e o vitorioso, e dessa maneira pode-se perder o enfoque no lúdico.

Conforme Bracht (2005), o exemplo de esporte predominante nos dias de hoje no Brasil é o de alto rendimento ou espetáculo, mesmo quando ele acontece na escola ou no espaço do lazer. Esse modelo esportivo implica a busca da perfeição da técnica por parte de seus praticantes e sua prática é rigidamente determinada pelas regras, técnicas e táticas de equipes competitivas. De fato, é possível presenciar atividades esportivas no tempo de lazer ou competições escolares praticadas com os códigos e valores do esporte de rendimento, como a busca feroz pelo primeiro lugar, a ansiedade pela vitória a qualquer preço, a rígida reprodução de regras e técnicas. Dessa forma, conforme Granger (1994), a técnica utilizada perde a autoria e a singularidade para ser, ao mesmo tempo, meio e fim da prática esportiva.

Segundo Queirós (2004), vive-se numa sociedade complexa em que a instituição família encontra-se hoje em conflitos e uma profunda crise de valores. Entende-se que o esporte possa auxiliar na formação integral do adolescente, desenvolvendo noções de companheirismo e solidariedade, promovendo a interação social. Deve-se nortear na importância do esporte, e que ele não permaneça somente dentro das escolas e clubes, mas que transitem para além.

A prática esportiva é uma ótima ferramenta no combate à ociosidade, em reforçar a autoestima, na manutenção de uma vida saudável, no combate ao surgimento de doenças, no controle do peso, na busca de objetivos e como estímulo ao contato com outras pessoas, estimulando o coletivismo. Atividades físicas são indispensáveis para uma vida saudável e na adolescência não pode ser diferente, pois é uma fase em que acontecem grandes mudanças físicas e psicológicas.

O esporte é uma ferramenta pedagógica imprescindível no ambiente escolar de forma curricular e extracurricular. Sabe-se da importância de pesquisas nesta área, em buscar compreender sua potencialidade na formação humana. Jogar e brincar exerce grande influência psicológica às crianças e adolescentes, principalmente nos períodos de formação do caráter e da personalidade. Na escola, assim como nos diferentes espaços sociais, a prática esportiva apresenta-se como mais uma alternativa para o desenvolvimento dos valores (sociais, morais e éticos) também se faz importante e necessário quando o que estiver em jogo é a formação humana dos adolescente e jovens. Em um momento histórico em que há pluralismo de ideias e culturas, os adolescentes e jovens carecem de encontrar na prática esportiva um modelo que respeite a sua individualidade e personalidade, suas diferenças e seus limites. Um problema que se tem observado no exercício profissional é a tendência errônea em se reduzir o esporte a competição (FLORENTINO, 2006).

Para Assis (2007), a prática do esporte regular, além de trazer benefícios para a saúde física, ajuda a melhorar o bem estar psicológico. Também aumenta a capacidade de raciocínio, memória, percepção; assim como estimula o rendimento escolar, a confiança, a capacidade para lidar com as emoções e o autocontrole; e auxilia na diminuição do absentismo, no combate ao abuso de substâncias, na luta contra a depressão e na melhora das enxaquecas.

No que diz respeito aos jovens, a prática regular do esporte em grupo permite o desenvolvimento da capacidade em trabalhar em conjunto com outras pessoas, de hierarquias diferentes (treinador, capitão), em que juntamente com o papel da família e da escola de forma curricular ou extracurricular, pode-se ajudar o jovem a desvincular-se da fase egocêntrica da infância; ou seja, o esporte é de grande importância na educação de adolescentes, pois por meio dele se adquire saúde, se constrói o coletivismo, o respeito, a disciplina e o comprometimento.

O esporte é pedagógico e educativo, ele possibilita obstáculos e desafios, fazendo com que o aluno experimente as regras e aprenda a lidar com o próximo e, sendo assim o esporte torna-se educativo quando a sua prática não for uma obrigação, mas um prazer para o aluno (PAES, 2006).

O esporte pode ser usado como algo atrativo, já que em suas características ele trabalha com a fantasia da vitória, do sucesso e também da diversão.

6.3.1. O professor de educação física

A postura do profissional da educação física é essencial, uma vez que irá direcionar todo o processo de aprendizagem esportiva. Assim, Korsakas (2002) aponta para o fato de que o esporte não possui em si nenhuma virtude mágica, e como qualquer outra atividade, pode ser utilizado para várias finalidades, dependendo da intenção com que é ensinado e praticado. O esporte não é, por si só, saudável ou educativo, ele é aquilo que se fizer dele.

Na prática esportiva, o professor de educação física não desempenha apenas o papel de educador, mas também e principalmente ele é um agente renovador e transformador da comunidade, uma vez que está em contato direto com o aluno. (MEDINA, 2001).     

Complementando esta ideia, Korsakas (2002) afirma que o aluno é o construtor de si mesmo através das suas experiências e que educar é possibilitar tal processo de aprendizagem, sendo o adulto (o professor) um facilitador neste contexto. Cabe ao professor oferecer desafios, perguntas; instigar a criatividade do aluno, a fim de gerar autonomia e pensamento crítico.

Segundo Blázquez (1999), o professor de educação física deve tornar o esporte um objeto e meio de educar, otimizando suas ações por meio do uso de métodos e programas coerentes com os objetivos propostos.

O professor sem duvida tem um papel fundamental nesse processo de ensino, ele é quem vai dar a oportunidade dos alunos em vivenciar a liberdade da pratica do esporte e ao mesmo tempo controlar para que a sua pedagogia trilhe o caminho mais correto.

6.3.2. Esporte recreativo

Este subtipo de prática esportiva é conhecido também como esporte-participação e tem como intuito o bem-estar dos seus participantes, concretizado pelo prazer e pela diversão (TUBINO, 2001). Compactuando com este raciocínio, Blázquez (1999) cita que o desenvolvimento da recreação surge como uma reação contra o esporte de rendimento, na busca de uma nova cultura esportiva, baseada no sentido democrático do esporte, ou seja, valorizando as possibilidades individuais de cada pessoa e descentralizando o resultado. Geralmente no esporte recreativo, a escolha da modalidade fica a critério pessoal do praticante, mas também pode ser orientado pelo educador, principalmente no ambiente escolar.

Para Tubino (2001), no Brasil o esporte recreativo seria o chamado esporte popular, ligado ao tempo livre e lazer da população, no qual as pessoas praticam por diversão, descontração e relacionamento pessoal e social. O autor acredita que este esporte possibilita o processo de democratização, promovendo a participação e oportunidades esportivas para todos.

6.3.3. Esporte educativo

O esporte educativo acontece principalmente no ambiente escolar, com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento integral da criança. Ele afirma-se como uma atividade cultural, favorecendo a formação fundamental e contínua por meio do esporte (BLÁZQUEZ, 1999). Esta possibilidade da iniciação esportiva busca proporcionar o desenvolvimento de atitudes motrizes e psicomotrizes em relação aos aspectos afetivos, cognitivos e sociais, respeitando os estágios do desenvolvimento humano.

Para Lima (apud (TUBINO, 2001) a orientação esportiva vincula-se a três áreas: à integração social, ao desenvolvimento psicomotor e às atividades físicas educativas. Na integração social, seria assegurada a participação autêntica, possibilitando aos alunos a chance de decisões sobre a própria atividade a ser desenvolvida. No desenvolvimento psicomotor seria oferecer oportunidades para atender às necessidades de movimento, bem como desenvolvimento de habilidades críticas, como a auto avaliação. Já as atividades físicas educativas englobariam a concretização das aptidões em capacidades.

Deste modo, considera-se o esporte educativo como um caminho para o pleno desenvolvimento da cidadania no futuro das pessoas (TUBINO, 2001). No entanto, o autor ressalva que a iniciação esportiva escolar que deveria proporcionar o esporte educativo vem reproduzindo o esporte de alto rendimento, com todas as suas características perdendo o conteúdo educativo.

6.3.4. Esporte competitivo

O esporte competitivo é a prática esportiva com o intento de alcançar a vitória, buscando o movimento mais correto tecnicamente, realizando muitas repetições para o aperfeiçoamento da técnica. (BLÁZQUEZ, 1999).

No Brasil e no mundo, ele acontece geralmente em clubes ou instituições voltadas à competição, envolvendo quase sempre questões de interesse financeiro. Essa maneira de lidar com o esporte requer cuidado, visto que pode se tornar uma réplica do esporte de alto rendimento adulto, no qual a criança é tratada como um adulto em miniatura. Isso faz com que esta dimensão do esporte tenha um forte impacto social por exigir uma rede de organizações complexas, envolvendo investimentos financeiros, mesmo em se tratando de um público infantil (TUBINO, 2001).

Nesse sentido, Vargas (1999) pontua que os esportes infantis acabam se adaptando ao “esporte dos grandes” com as mesmas formas, finalidades e valores, muito embora a imensa maioria dos discursos sobre ele seja apelando para a necessidade da prática regular e da participação. Complementa Tubino (2001, p.35), quando descreve que no esporte escolar realizam-se competições infantis, que “reproduzem as competições de alto rendimento, com todas as suas características, inclusive os vícios”.

Assim, a especialização prematura é apontada como um grande risco do esporte competitivo durante a iniciação esportiva infantil. A busca incessante pelo prestígio conduz professores e familiares a exporem as crianças a situações de grande exigência e tensão, de treinamentos intensivos e precoces em busca de altos rendimentos. É importante ressaltar que poucas dessas crianças que iniciam treinamentos e competições precoces alcançam a vitória e o sucesso. O que prevalece é uma maioria denominada  derrotados, que irão se frustrar com os resultados, além do elevado porcentual de praticantes que acabam por desenvolver problemas de saúde e transformar o esporte em atividade laboral (BLÁZQUEZ, 1999).

Neste sentido, Personne (2001) aponta para os riscos à saúde que certos exercícios realizados de forma repetitiva podem gerar como sequelas de ordem locomotora, cardiovascular, endócrina, além de repercussões psíquicas. Rubio et al (2001) descrevem que a especialização esportiva na infância substitui o lúdico pela competência e a recreação torna-se competição; inserindo a criança precocemente no mundo adulto.

Em relação aos riscos à saúde, Becker (2000) cita as lesões e o estresse, sendo que este último pode chegar a acarretar o burnout2 nos atletas infantis. “Burnout é uma resposta psicofisiológica exaustiva que se manifesta como um resultado de uma frequência, muitas vezes excessiva, e geralmente com esforços ineficazes na tentativa de conciliar um excesso de treinamento com exigências da competição” (SAMULSKI, 2002, p. 349).

Apesar disso, Blázquez (1999) aponta que o esporte competitivo também pode potencializar o desenvolvimento pessoal do indivíduo, simulando situações que todos enfrentarão no futuro. O professor pode ensinar a ganhar e a perder, esta aprendizagem pode proporcionar o desenvolvimento de habilidades pessoais enriquecedoras para a vida, como lidar com o fracasso, com a frustração, com a vitória e com o sucesso. O autor faz a ressalva que o esporte não possui nenhuma virtude mágica, não é bom, nem mal. Assim, a competição só será prejudicial ou benéfica se for direcionada para tal, dando à prática um significado distinto.

O esporte competitivo se torna um dos mais eficientes na questão pedagógica, por se tratar de algo que os participantes tem mais interesses pessoais em pratica-lo e assim sendo o nível de exigência e cobrança torna-se maior.

6.3.5. Reflexão sobre projetos sócio esportivos

Percebe-se atualmente que o esporte encontra-se firmemente inserido na sociedade, sendo considerado um fenômeno sociocultural e entendido como um direito social. De acordo com o art. 217 da Constituição Federal, “é dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um” (BRASIL, 1988). Apesar de ser um dever do Estado, observa-se que a promoção de práticas desportivas não se dá apenas pelos órgãos públicos.

Políticas esportivas para crianças e adolescentes tem sido alvo de organismos públicos, privados e de terceiro setor (BRETÃS, 2007; GUEDES et al., 2006; MELO, 2004). Assim, surgem em todo o país incontáveis projetos sociais de iniciação esportiva, voltados para crianças e adolescentes que vivem em situação de risco social. Tais iniciativas, nomeadas em sua maioria pelo termo projetos sócio esportivos, vêm ganhando destaque na mídia e na sociedade (MELO, 2004; 2005), (grifo nosso) .

Poucos estudos foram realizados para entender o significado da participação de crianças e adolescentes em projetos sociais. Conforme Thomassim (2006), acompanhando este processo de multiplicação de projetos sociais esportivos, há um crescente interesse de autores da educação física e outras áreas para o estudo de tais projetos.

Com a finalidade de obter dados a este respeito, Zaluar (1994) pesquisou alguns programas educativos governamentais que estavam dirigidos a crianças e jovens nos anos 80. O PRIESP3, era um programa de iniciação esportiva desenvolvido em várias cidades pela Fundação Roberto Marinho. A autora avaliou o programa que estava ocorrendo no Rio de Janeiro e ao indagar qual a razão para a procura do programa pelas crianças e jovens, ela encontrou as seguintes respostas: “53% das crianças e jovens que procuravam o PRIESP o fizeram por querer aprender um esporte, 28% porque gostavam de esporte, 12% para ocuparem o tempo e 7% deram outras respostas (p. 48, 1994)”.

O esporte é visto tanto para os alunos entrevistados como para as mães entrevistadas por Zaluar, como um formador de comportamentos. Entre os alunos entrevistados surgiram falas como: “o esporte ensina a gente a ser educado, respeitar os mais velhos, não dizer palavrão” (ZALUAR, 1994, p. 79). Já as mães afirmaram que seus filhos ao participar do PRIESP, adquiriram noção de responsabilidade através do esporte.

O sonho de ascensão profissional por meio do esporte também foi encontrado por ela. Segundo a autora, quanto mais pobre, mais forte era esse sonho. Ao investigar as expectativas de crianças e adolescentes do PRIESP, Zaluar (1994) encontrou que 44% dos alunos desejavam tornarem-se esportistas profissionais.

Ainda em relação aos alunos do PRIESP entrevistados por Zaluar (1994) o gosto pela prática esportiva foi um tema muito recorrente nas entrevistas. Segundo a autora “80% dos alunos em todos os núcleos pretendiam continuar a prática de esportes no futuro, seja o profissional, seja o amador. Apenas 5% não ligavam o futuro ao esporte, enquanto 13% não sabiam o que fazer com o que estava aprendendo” (p. 65).

Nos estudos realizados sobre a temática da pratica esportiva desenvolvida em projetos sociais, percebe-se que as crianças e adolescentes gostam da prática esportiva e se interessam por ela, procuram uma ascensão social por meio do esporte e são estimulados à convivência social. Para os pais, a participação de seus filhos nesses projetos está relacionada com a formação de caráter e de comportamento, bem como no afastamento da ociosidade e do consumo de drogas, propiciando o objetivo de melhorar de condição de vida.

7. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Pode-se dizer que o esporte é uma atividade abrangente que engloba diversas áreas importantes para a humanidade, é também uma forma de sociabilização e de transmissão de valores. Percebe-se ainda que a sociedade moderna enfrenta uma crise sociocultural, pois não soube lidar com as consequências das profundas mudanças no seu ritmo de vida, gerando as doenças modernas (ansiedade, depressão, síndrome do pânico), o individualismo, o estresse, a agressividade e as dependências. Neste panorama surge a necessidade de novas ferramentas pedagógicas na educação das novas gerações, a fim de melhor adaptar-se à realidade atual.

Além disso, o esporte ganha importância como ferramenta de inclusão social, pois mesmo que tenha como princípio o desenvolvimento físico e da saúde, serve também para a aquisição de valores necessários para coesão social e mundial, ou seja, possui papel educativo pleno. Cabe ao professor de educação física oferecer desafios e instigar a criatividade do aluno através da exploração das potencialidades do esporte para este fim.

Com isso, pode-se dizer que esta temática contribui para uma melhor formação integral de crianças, adolescentes e jovens, uma vez que explora a potencialidade do esporte atual em contribuir neste contexto.

Alguns dos grandes desafios para desenvolver este trabalho referem-se às inquietações de cunho ideológico e as dificuldades de sistematizar os conhecimentos da área para a construção da formação humana em esportes.

Sugere-se que novas pesquisas possam ser realizadas abordando esse tema, a fim de ampliar e consolidar as evidências dos benefícios da prática esportiva para a população em questão.

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2 Tradução: Esgotamento, corrosão, combustão completa.

3 Programa de iniciação esportiva desenvolvido em várias cidades pela Fundação Roberto Marinho


Publicado por: Jean Emer

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